Maria Isabel Cunha ESCRITORA CRÍTICA LITERÁRIA E POETISA COMENTA O AFORISMO /**ARTE NÃO É APENAS PARA LOUCOS**/
Excelente texto! A arte é para os puros de coração, se são loucos,
abençoada loucura. Continue com as suas obras de arte bem como a sua digníssima
companheira Graça Fontis, porque embelezam o mundo e a mente dos leitores e
apreciadores de arte. Parabéns. Um abraço.
Maria Isabel Cunha
As artes são a nossa vida, a elas nos entregamos com o sonho de
realização da CONSCIÊNCIA-ESTÉTICA-ÉTICA, e não com interesses furtivos e
medíocres, a vontade de poder e fama. Entendemos que só podemos nos aproximar
dos Ideais que as Artes trazem em si a partir do instante em que nos
aproximamos de nós próprios com as nossas verdades em mãos. Se antes de minha
Companheira das Artes, Graça Fontis, já era um crítico ferrenho da Literatura
Contemporânea, a cada passo que damos juntos torno-me ainda mais ferrenho como
crítico, não admito, não consinto, não aceito as vulgaridades da literatura
contemporânea.
Gracias muchas pelo carinho e reconhecimento. Abraços nossos.
Manoel Ferreira Neto
#ARTE NÃO É APENAS PARA LOUCOS**
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Não é a loucura que vejo e observo num quadro de Van Gogh, a sua
esquizofrenia, ou a epilepsia num romance do mestre Dostoiévski - o único que
me administrou as lições das máximas mínimas da contingência, ipseidade,
facticidade, em termos e perspectivas o símbolo, o signo da alma humana, mas a
expressão livre de um homem, o dizer espontâneo de um indivíduo, a expressão
livre de seu ser – só assim numa obra de arte me re-conheço, pro-jecto-me a
outras visões e consciências do que sou, de quem sou, só assim numa obra de
arte sou capaz de trans-cender e ver além de minha contingência, dores e
sofrimentos, alegrias e felicidades, de meu estar-no-mundo, de sonhos e
esperanças da eternidade, do eterno da morte e de cinzas, só assim numa obra de
arte posso sentir que a criatividade me eleva e me real-iza, transforma-me,
torna-me outro na outridade de meu íntimo e de todas as suas dimensões de
êxtases e prazeres, na alteridade dos recônditos e regaços dos instintos ávidos
de poder e liberdade, desejos e vontades, querências outras. Além de que nem
todo o louco ou epiléptico, esquizofrênico é artista, a arte não é apenas para
loucos, epilépticos, esquizofrênicos, esquizóides, hipócritas e imbecis,
bufões; na arte, porque na escrita qualquer um deles pode fazê-lo, os
hipócritas e os imbecis são os que mais têm livros nas estantes das livrarias,
os esquizofrênicos mais se ajuízam os imortais, os que mais se aproximam da
verdade, embora se lembrem de que o real só exista na imaginação fértil.
Toda a real-ização, por superior, implica o estar-no-mundo, ou seja a
presença de um corpo nele. Pobre bocado de carne tão perecível, tão degradado
na miséria que a cada instante o corrói ou ameaça.
(**RIO DE JANEIRO**, 22 DE ABRIL DE 2017)🕵️
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