**CORES DE MAIO CINTILANDO O MAR** - Manoel Ferreira
Paisagem, semiologia, ritmo
Solidão, agonia da paixão
Inoportuno o pressentimento
Escuro da emoção
Por ironia, tantas vezes sarapalhei confetes
Pensando que o carnaval houvesse domado as suas volúpias.
Varri o tapete da varanda
Ouvindo a solidão sendo melodiada
Nunca mais senti tanta alegria,
Foi demais ver as estrelas cadentes
Seguirem o ziguezague da noite,
ao redor da lua, soltei balões
Ecos à distância acenavam-me
Fluía-me neles, sussurros, murmúrios,
Cores de maio brilhando de outono as gáveas do espírito
Cores de maio cintilando a alma das ipanemas do oceano lúdico
Neblina e vento ameno, proscênio
Do in-finito sob copacabanas do verso de in-verno
Diversos e ad-versos ideais, idéias,
Senti a noite sob a vaga marítima
De leblons da alegria breve
Agora vou viver a manhã,
Seguir outra estrela, outra brisa
Do mar entrando pelas aberturas da veneziana,
Está no tempo o mistério
Lá se vai mais uma ilusão
Consternado de desculpas recito
Mais um soneto sem rimas,
Sem chave de ouro, à mercê
Do im-proviso, à quiça de gáveas
Quimeras do crepúsculo
Na areia do tempo, passos e traços
Deixados sem palavras, sem castelos
Leve, muito leve, pluma
Foi demais abraçar a estátua de Drummond sentado no banco, ventinho frio
tocando
A face suave, serena...
Semântica, silêncio, melodia
Do Ser,
Do Verbo,
Olha que coisa mais linda, mas cheia de graça
A onda no mar sob os raios do sol
Deslizando-se livre na superfície
Da água, rumo à praia
Entardecer tranquilo,
Mais de cores ipanemas
Cintilando acordes de paisagens livres
De líricas da alma, poesia do espírito.
Manoel Ferreira Neto
(26 de maio de 2016)
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