*PAULO MONTEIRO: TROPEIRO DA VERDADE HISTÓRICA*
Ao Paulo Monteiro
Poeta! Aquém dos versos e
estrofes, sentimentos e desejos da verdade em síntese re-velam a alma que sonha a essência do sublime recolhendo das
contingências históricas e culturais o espírito da vida.
A-nunciou-me logo pela manhã
dizer-lhe sensível haver recebido com muito carinho e orgulho o seu
"mimo" de um poema, em cujos versos alimentei a esperança de encontro
humano e espiritual entre os homens, entre as nações, e vislumbrei emocionado
como a síntese de duas culturas, adversas em suas artes artísticas e musicais,
deram a luz em você, Paulo Monteiro, da busca da beleza e das virtudes
humanísticas.
Útero de interditos da verdade em
busca da luz fosforescente a iluminar o alvorecer da História que, ao longo do
Tempo, concebe o Ser, e a Vida, na continuidade de suas situações e
circunstâncias, abre as janelas do horizonte para a eternidade de valores e
virtudes morais e éticas. O poeta, ao longo de sua poiésis, vai tecendo de
desejos e sonhos universos espirituais.
Luz... Gaúchos e Mineiros, unidos
de diferenças culturais, musicais, orgulhosos de seus princípios, origens e
genesis, entrelaçadas as mãos a construírem in-fin-itudes de sons, melodias,
ritmos, compondo a canção da solidariedade entre os povos. Alma de
poeta/históriador, soneto de "aprender e ensinar" novas notas de
estesia no tempo do ser identidade.
Onde há a verdade, onde há o
sonho, onde há o desejo, onde há a esperança do Amor e da Verdade, Verbos
Numinosos do Espírito e Espiritualidade, reside a síntese da Vida e do
Absoluto. Onde o poeta e os versos recitam a igualdade, a fraternidade, reside
a comunhão da Moral e da Ética, a Consciência-Estética-Ética.
Mas a beleza do soneto a mim
dedicado, deixando-me vaidoso, anunciou-me o poeta da História, sentimentos e
emoções em nome da genesis da Vida que esplende os seus raios luminosos a todos
os espaços e infinitos do Ser. A estesia do soneto esplende a sua
sensibilidade, acolhendo e recolhendo do divino e absoluto o
"tropeiro" da espiritualidade, viajante eterno à busca do sublime de
culturas.
O poeta não ostenta vaidades, não
se engrandece de orgulhos, debruça-se na História, como uma criança que ama o
seu brinquedo e busca com ele criar outras perspectivas de brincadeiras que
alimentam e regam a vida de sonhos e utopias. Gaúcho - bah, tchê! barbaridade,
tchê! -, em si trazendo nos interstícios sementes e húmus de sensibilidade da
humanidade que é síntese: indivíduo e sonhos do ser em toda a sua plenitude.
Nas entrelinhas de sua voz, que
não a ouço, reconheço nas falas e diálogos, nas suas esperanças, escuto a
coruja cantando a gnosis da cultura gaúcha-mineira, e nos pampas o sibilo e o
eco do alvorecer esplendido de músicas e "tropeiros" levando seus
muares para o mercado das verdades históricas/culturais.
Tempo de Ser... Ser e Tempo... O
sonho do Ser percorre as veias do poeta, o coração pulsa sereno e suave, a
esperança reside-lhe de verdades e sublimidades, e a Vida se multiplica de
horizontes e universos, a Vida sobrevoa florestas silvestres, pampas, grandes
sertões nas veredas sempre da síntese dos valores e da consciência.
E eu, que não sou gaúcho,
sinto-me ´mineiro-gaúcho nos versos e estrofes do poeta, lembrando-me de na
infância, à porta de minha residência em Curvelo, via os tropeiros passarem com
seus muares, carregados de frutas do campo, legumes, farinha, queijo, doce,
para serem vendidos no Mercado Municipal, garantirem a sobrevivência.
Iludo-me nesta prosa poética
prestar homenagem ao poeta, agradecer-lhe o carinho e gentileza de seu soneto.
Vou tecendo de sentimentos e emoções as linhas de reconhecimentos sensíveis
pela dignidade e honra deste poeta que entrega a sua vida a debruçar-se na
História e na Cultura à busca da Verdade, da Essência das Culturas.
Re-alumbro de ideais literários e
sonhos filosóficos das dialéticas da existência as lições do "Tropeiro da
Verdade Histórica", alimentando a alma de outras esperanças da gnosis.
Oh, poeta!... Caminhar no caminho
do Tempo à busca da Verdade e sua História de Contradições e Dialéticas é
trilhar sendas e veredas da espiritualidade!
Manoel Ferreira.
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