/**QUESTIÚNCULA DE INGÊNUOS**/ - Manoel Ferreira
Dedico esta obra, com amizade e carinho, à minha Mestra e amiga Rita
Helena Neves.
Ah, senhores e senhoras, doutos e comuns, confrades e an-alfas, todos
que somos seres humanos, a humanidade, todos que desfrutamos da dádiva da
sensibilidade e da visão-[de]-mundo, não sabeis todos vós o prazer e a
satisfação de vos estar dirigindo a palavra, a expressão e contemplação, de ter
a vossa presença aqui comigo, quem me ilumina para todo o sempre na expressão
de quem contemplo a mim no mundo dos homens, dos objetos e das coisas!...
Não sabeis, pedindo-vos até perdão por alguma consideração deveria eu
sentir, não a estou sentindo, mas é algo que sinto na alma, no espírito, no
coração, e no corpo também, é algo que trans-cende a compreensão e entendimento
humano e espiritual... Tenho o orgulho e a satisfação, devendo prestar-vos
homenagens por todo o sempre - e tão ridículo dizer isto, está muito batido,
mas é o que sinto: "por todo o sempre até a consumação dos tempos -, de
dizer que são amor e solidariedade, não teria alguma intenção de tripudiar quem
e o que quer que fosse, A verdade que digo em palavras é aquela em que acredito
e estou disposto a entregar a minha vida em nome dela, como dizia o escritor
mais querido, Dostoievski, se lhe oferecesse e desse uma Verdade outra que não
fosse a de Cristo, a Verdade, ainda assim permaneceria Dostoievski fiel e leal
a Jesus Cristo, em Quem ele encontrou a sua redencão e, mais importante ainda,
a sua Imortalidade e Eternidade.
Desculpai-me, senhores e senhoras, se me servi de uma linguagem
estilizada como o início deste artigo, não só sugerindo e despertando a
percepção e intuição, o cinismo e a ironia, o sarcasmo e a idiotice em nível de
um espírito sábio e conhecedor, para vos dizer unicamente que vos dedico amor e
afeição, agradecimento e solidariedade...
Quase semana inteira há que nada escrevo, o que consegui fazer não tem
qualidade e valor alguns, necessitando serem rasgados e deletados, se rasgados
foram impressos, se deletados, foram digitados no Windows, para que nada exista
que possa indicar a sua existência algum dia. Havia escrito este em que agora
trabalho, pensando que existe um modo de aproveitar. Mesmo assim, não se trata
de algo como o título sugere, um cinismo, ironia, sarcasmo evidentes, isto é
impossível, os que foram escritos não podem nem ao menos ser imitados, a
originalidade é nítida e límpida.
Compreendo e entendo a ansiedade que sinto, no instante em que necessito
de uma palavra, de um desejo, de um sentido compreensivo e inteligível, não
indicando os caminhos e soluções, mas despertando para um questionamento, uma
questiúncula de ingênuo, sou impedido de realizar esta palavra, desejo,
sentido, mensagens. Agradeço a não sei quem e ao quê por esta generosidade e
gentileza, presente de impedir-me sem qualquer aviso ou intuição de que estas
palavras não seriam eternas, ficando na memória as lembranças destes dias em
que me entreguei ao máximo para que expressasse algo e nada pude fazer senão
aceitar de bom grado os limites.
Felizmente, continuam no espírito, no tempo, nas circunstâncias e
situações da vida e da existência, e podem ser vivenciados por todo o sempre,
proporcionando às vezes um nível de inteligência e sabedoria.... Digo-vos que
as palavras verdadeiras, surgidas de experiências e vivências, de dores e
alegrias, nunca são elas esquecidas, permanecem no inconsciente, em nossa história,
e em qualquer instante podem re-surgir das cinzas e tornarem um fogo que
alimenta e move as buscas e realizações.
Compreendo e agradeço mui bién a receptividade e o carinho. Em quaisquer
situações e circunstâncias podem com certeza tentar revelar, tentarei capta-los
um pouco sem a ingenuidade e ilusões e lhes tentarei re-colher inteiras e
plenas, podem contar com a minha solidariedade.
Dizem por aí que um autor viveu uma situação muito peculiar em sua vida.
Publicara algo eminentemente renovador e inovador na Literatura Brasileira, e
um crítico, como não podia faltar, teceu considerações as mais negligentes e
escusas possíveis. Sabendo o autor deste disparate, afirmara categoricamente:
“Os críticos vão, os escritores ficam”. Jamais fora intenção minha apenas
divulgar um nome, um renome, e sim algo que espero muito de todos nós, os seres
que sentimos e pensamos um pouco além: a vontade de tornar a existência uma
vocação de alegria e paz, felicidade e amor, sem o que nada é possível
sobreviver, até a flor que nasce em cada manhã louva o seu Criador
Não vos estou dizendo algo que não sinta no fundo do coração, não vos
estou dirigindo e pedindo a compreensão com intenções escusas, e sim desejando
que sejam felizes, encontrem a paz de que tanto necessitam e sentem
merecedores. Se existem estas situações e realidades que impedem quem tem
condições e uma mensagem no coração para sentirmos mais esperançosos de uma
redenção e ressurreição, o importante não é isso. O importante é que as
palavras que sentimos com o coração estarão sempre presentes no íntimo de nosso
espírito. Lembramo-nos delas em algum tempo anterior a qualquer outro e
posterior a algum qualquer.
Em suma, não abandono a estrada, o caminho do campo, que só adquire
sentido e valor a partir de um instante bem peculiar, no instante em que posso
dizer que sonho como todos com um homem outro, com uma humanidade outra, com a
Paz e o Amor.
Sigo em frente, sempre olhando os horizontes e perguntando a mim próprio
quem irá parar a chuva, quem dará um ponto final em tantas ausências, faltas,
limites, em tantas corrupções, hipocrisias, falsidades, farsas, aparências.
Sigo, desejando quem irá parar a chuva, quem irá transformar nossa realidade em
algo divino e resplandecente. Haverá alguém. Não sei quem. Haverá algum dia...
Bem, estou por terminar este artigo que, em verdade, é uma tentativa de
salvar a idéia e o desejo, de tecer algumas considerações que armazenei no
espírito. Quase semana inteira há que nada escrevo, o que escrevi não teve
valor. Sou homem direto com o que penso e sinto, e este artigo não tem valores
que possam ser considerados, pois continuo crendo que é ridículo expor a vida
íntima em público, além do mais com sujeitinhos expeditos que me não fazem as
honras, então é conveniente impedir as manifestações inda mais sinceras, pensam
eles, pois que do modo e estilo que me expresso, a consideração se torna inda
mais ferina: deixa-lhes pensando se é a eles que me refiro, o que estou
pensando deles. Todos sabem e acreditam; só ele tem inda suas dúvidas.
Quem conhece e contempla o valor das palavras encontra modos de
torna-las belas e não só um desabafo público e notório.
Manoel Ferreira Neto.
(12 de fevereiro de 2016)
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