FILOSOFIA DO AFORISMO DE ÁGUAS DESCENDO RIOS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: AFORISMO $$$
#... se a
resistência mora, de hospedar a palavra não esqueça, de acolher o silêncio
lembre-se." (Manoel Ferreira Neto)
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Rios
descendo águas. Si... Lê... Lê... Si... Lê... Descendo águas rios. Descendo
águas, rios. Si... Lê... Si... Lê... Si...
Se a
cítara retinir, o sino sibilar, as taças sussurrarem, númidas faces deslizaram
nas encostas; se o violão tocar “Disparada”, a terra estampa cordas; se a
guitarra retinir “Caminhando”, tapetes murmuram rios descendo águas. Si...
Lê... Si... Lê...
Sonhos.
Amanhã... Rumores nas pedras. Pedras não escondem sombras; não fazem imagens no
chão...
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Águas
descem rios. Lá... Mi... Lá... Mi... Re-presença de música. Movimentos tecendo
curvas na posição de fugidias interpretações. De escorregadias representações
em tablados do nada. Se a mentira habita, reside nela a sinceridade de arriscar
a mão segurando vazios; se o medo reside, habite nele a lealdade de projetar o
olhar apalpando o vácuo; se a resistência mora, de hospedar a palavra não
esqueça, de acolher o silêncio lembre-se.
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Rios
descem águas. Mi... Ré... Lá... Mi... Ré... Lá... A re-ausência de sons,
ritmos, tons não riscam o tempo. Mas o silêncio... Além das Águas escreve na
lousa o giz, no quadro a imagem. Se a cítara tocar “Disparada”, lembre a rua e
o dia de introspecção em que o rosto refletiu na distância, o real; recorde as
experiências gostosas e o desejo de tê-las na retina.
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Rios,
águas descem. Mi... Ré... Lá... Mi... Ré... Lá... A letra no papel, as
imaginações, no corcovado da folha, descrevem homens em páginas e seres; no
palco, gestos cobrem abismo.
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Escrever
algo revelando algo da contingência de meu sonho. Brincar com o esquisito e
risível, exercitando a mão para roçagar o tomar da pena. Os sentidos fornecem
prova da verdade. A verdade além da verdade... a verdade aquém da verdade... e
a contingência arrasta-se solene no nada de sua vontade de conhecimento e sabedoria.
Seria necessário negar o conhecimento, de modo a abrir espaço para a fé?
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Descem
águas rios. Sol... Lá... Si... Mi... Sonhar... Ai de mim que os sonhos são
prolixos, complexos, em torno a mim se dispõem possibilidade claras de
questionamentos e perquirições inestimáveis, verso novo, efígie lunar, oh
quimera que sobe do chão batido... O sonho era sonho, e falso. Sombra robusta
desce o rio, penetra os túneis seculares.
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Se deixo
lembranças, se escrevo recordações, “Ando entre os homens como entre fragmentos
do futuro”. Se aqui tento recuperar o passado, que é você, “Ando entre os
homens como entre fragmentos do futuro...”
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Águas
descendo rios. Não fique agoniado. A agulha deslizará notas. “Fica mal com
Deus”. O som saltará no riso incisivo; amanhã, conte-me as emoções de ejacular
cenas no enviesado, sinuoso, flexuoso. Não poderei mesmo estar aí, mas aqui o
olhar esguicha ondas. E, além, o carinho coscuvilha presenças.
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Dó...
ré... mi... sol.. fá... lá... si
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HASTA A
LA VISTA...
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A
sinceridade existe, quando desejamos que o seja; a sinceridade redige
projetando no proscênio o que somos; rios descendo águas...
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Dó...
ré... mi... só... fá... lá...
#RIO DE
JANEIRO(RJ), 12 DE JULHO DE 2020, 07:35 a.m.#
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