Ana Júlia Machado ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA ANALISA A INSPIRAÇÃO SOB O PRISMA DA PRODUÇÃO LITERÁRIA E POÉTICA NA PROSA AFORÍSTICA #MIRRADO ESGALHO DE OUTONO# DE Manoel Ferreira Neto ----
Neste
extenso texto do escritor Manoel Ferreira Neto #MIRRADO ESGALHO DE OUTONO# em
que se deteta as angústias do tempo e do seu eu, vou tentar que saia algo digno
do texto que é magnifico, e onde a poesia e a literatura é o meio mais digno de
revelar-se. Mas a sua extensão dificulta um pouco.
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Raquítico
ramal da era da queda da folha, Jean Cassou igualmente assevera que a
inspiração é a mais irrepreensível enunciação do sujeito, a sua mais elevada
manobra mental e que o seu fecho é decifrar o sujeito, escolta-lo, aclamá-lo na
sucessão da sua fabulosa elevação.
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À
dimensão das antinomias desta fabulosa elevação não pode licenciar de impugnar
a inspiração o seu semblante cintilante ainda que trucidado, semblante onde se
espelha e autêntica, nos seus precipícios e desvarios, nas suas evasões, nos
seus êxitos e insucessos, a vida catastrófica do indivíduo que a todo o preço
busca amansar o planeta, inovar a existência.
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A
inspiração defronta-se à Claridade áspera e essencial da fatalidade, domina-se,
no mais ateado da contenda, na excitação máxima das antinomias, é ela que
afiança e afiança a sinopse em que todos os portes do sujeito se possam
defrontar sem penitências amputadoras. Como na alegoria tomada de amor divino
está amarrada ao chão dos sujeitos para abranger os mais elevados instantes do
indulgente em que a existência é produção, poder, genuína potencialidade,
frémito da ânsia predito, purgações.
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O seu
fecho é sobremaneira sociável mesmo quando a sua palavra é derrotista. E René
Bertelé quem, num seu popular ensaio sobre Henri Michaux, redobra a convicção
num derrotismo excitante.
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E
verbaliza-nos do intuito social da inspiração: facultar energia ao homem,
possibilitar-lhe operar sobre o universo. Expandindo todas os preceitos da
idealidade, reclamando a sua problemática peculiaridade, divinizando-a para
melhor e mais concretamente se completar no ecuménico- é assim que o poeta
actua. Já em alguns vates a inspiração excede a etapa de rejeição de um
universo concertado -etapa aniquiladora mas essencial, cujo inconveniente
ajusta em acarretar a contestação a opostos onde o humano se desmembrava - e
uma nova inspiração emerge resplandecentemente impelida na peripécia do nosso
tempo, tornado a enaltecer tudo o que agrupa particularmente os sujeitos,
habitando da harmonia dos enormes modelos, toda inclinada para o fado e a
confiança. Sob o expoente da constrição ou da expectativa – que tantas ocasiões
se constroem no canto - o exacto é que o sonhador busca incessantemente
asseverar a sua discrepância, a pessoalidade do seu carme, numa conexão saudável
com o mundo, decretada como erudição.
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Nada tem
a ver a inspiração com a simulação homem vulgar. A sua circunstância de a mais
alta manobra mística submete-a ao progresso excelso das aptidões humanas, na
sua pluralidade mórbidas pela existência aviltante. Não pode existir
considerações de organização sociável que balizem a elevação ou a profundeza
dum mundo inspirador, que se contraponham à independência de indagação e
adequação de um teor cuja complexidão impõe renovadas feições, o caminhar até ao
fim das faculdades fecundantes e eloquentes - porque a inspiração e o talento
igualmente obtemperam a um começo de dimensão. Independente, é o verbo mais
predileto dos sentimentalistas, a mais essencial para a inspiração.
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Vigilantes
à pluralidade do autêntico e à deslumbrante multiplicidade dos propósitos
aprazíveis, o nosso posicionamento é a da integral independência a tudo quanto
a inspiração facultar grito e pela inspiração se executar. Critério da
veracidade. Abjurando o que é infundamentado como desígnio e não como fim de
atividades criativas do instante inventivo, aprecia-se a súpera carência da
poesia tanto no plano da produção como no da busca social. Altercando pela
exaltação da espécie de idealistas, não desprezando jamais que o significado do
autêntico poema é o da assombrosa elevação do homem». O enigmático êxito dos
cantos somente celebra-se quando as energias da existência algemam as da
extinção-quando os versos é uma constante expugnação.
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Não sei
se alcancei o que o escritor pretendia, mas o texto é bem complexo terminando
com a sua última proposição.
Fantasmagorias
que não acontecem de desvarios previamente, e de forma mais genuína do que o
poderia ele compor, esboço rascunhos, o significado e a representação de um
contemplar, a uma enorme e excessiva de um horizonte de futuro distante, de
mundo longínquo das estrelas e da lua cheia, mimosear de corpóreo e alma aos
desejos visionários em suas considerações constantes como representação e como
visão ligeira da inseparável divindade, da sensatez das vagas oceânicas tocando
aos Caridosos diques.
Ana Júlia
Machado
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A honra,
a dignidade são dimensões do caráter e personalidade do homem que devem estar
presentes em todos os seus momentos. Confesso que não ouvira inda dizer sobre Jean
Cassou, René Bertelê, Henri Michau, mas pela estrutura de sua análise do
pensamento destes autores está perfeitamente de acordo com a intenção
fundamental que me surgira, uma jornada poética-literária nos recônditos da
Inspiração, o que é isto - a Inspiração?, é a perquirição da obra aforística.
Vou pesquisar no Google sobre estes autores por si mencionados e o mês que vem
vou a Niterói para adquirir alguma obra deles. Estou mesmo necessitando de uns
livros, incluo estes na lista.
Beijos
nossos, querida, a você, à nossa amada e querida netinha, à "nossa"
família aí.
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#MIRRADO
ESGALHO DE OUTONO#
GRAÇA
FONTIS: PINTURA
Manoel
Ferreira Neto/GRAÇA FONTIS: PROSA AFORÍSTICA
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Epígrafe:
#Íntegro viço
que provém do inerente chão a cada marcha que abonamos na acalentada por
mutismo coincide a taquara que o vento britou (com) um esgalho mirrado de
Outono." (Manoel Ferreira Neto)
"Quando
pérolas oníricas fluem em êxtases numa vertigem onisciente outorgam
credibilidades aos sonhos e esperanças" (Graça Fontis)
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Às
circun-spectivas das sombras, a luz,
In-versiva
à mercê dos preâmbulos das trevas,
Re-flexas
as in-cidências das son-estesias do anoitecer,
Poemas-sons
dos sentimentos e utopias,
Sons de
Poemas metafísicos, simbolistas, expressionistas,
Ao breu
dos bosques, prenúncios de abismos,
Contro-vérsias
tergi-versadas,
De
epitetos sublimados às palavras
Saudosas
de epitafias e ortografias
No
livreto de mármore per siempre
De
temores e incertezas,
Concomitâncias,
inda que ab-surdas
Estruturas
de sibilos abissais,
Cavoucando
túmulos a trezentos mil quilômetros de altura,
Destilando
capim meloso
Nas
alamedas e avenidas curvelanas,
Na Afonso
Pena, o capim cobre os buracos da rua,
Na rua
Zuzu Angel, servem suco de capim na lanchonete,
Abismáticas
as quimeras da carência,
Sustenidos
os sons verbais de ausências,
Vazio,
Nada,
Silêncio,
solidão,
Uivos
ruminantes retinindo nas colinas,
Minúcias
deste instante em cujos
Prismas e
pisca-piscas insinua-se
No brilho
das pontas da Estrela Polar
A
caliência... defasagem do tempo,
Com um
"s" só, solitário entre son-emas,
Pronunciado
"z"... ao estilo sibilante carioca.
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Sensibilidades
excederam a inteligência, sobrepujaram-se, além – ascenderam-se, solstícios de
confins, auroras de arribas, arco-íris da in-finita ent-idade em desregramento,
id-"ent"-idade multi-facetada, multi-facelada, mutilada.
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Desejos
do absoluto, clímax do espírito,
Desejos
do eterno, volúpia da alma,
Desejos
do silêncio, êxtase da carne,
Desejos
da solidão, prazer do coração,
Desejos
do vazio, súpera alegria, felicidade.
No
de-curso, per-curso das trilhas...
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Clamor
distante, lacunoso, sobeja alvitrar o coração com altivez e retórica, com
perspicácia e falácia, remanesce trinar as correntezas da alma, ritmar as ondas
do mar trans-cendente, águas cristalinas, cadenciar a magnificência, cantar o
suceder de odes de evos, por que não com atrevimento e verbo, rebeldia e
regências, impertinência e o martelo em mão? Contemplar de en-viés o que é
oposto às concepções, concepções da verdade e do absoluto, de través o que é
inversão às fantasmagorias, de soslaio o que é ad-verso às sensibilidades de
expectativa e crença, espiritualidades de sorrelfas e fé, de lobos (visão
penetrante) o que é de horizontes, de corvos(visão difusa), o que é de
in-finitivos in-finitos do longínquo, dos devaneios e sonhos da estese de
eloquências, por que não com enternecimento e embófia?
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Mirrado
de outono, esgalhos de orvalhos pairando à luz das lâmpadas suspensas nos
postes de cimento armado, mesmo de madeira, ao longo da alameda solitária e
desértica, olhar de soslaio para os noctívagos das prosopopeias de sons dos
habitantes do bosque, floresta, terrenos baldios, lotes vagos, da periferia da
cena onde está o boêmio como espectador, o palhaço tirou férias do palco, foi
vagabundear nos bordéus da José Bonifácio, o poeta sobrevive num muquifo na rua
Santo Antônio da Estrada, o espetáculo que seduzia as anunciações de emoções
ainda seduz e o con-templar do que vai se sucedendo, de instante a instante que
não acaba ressoa na madrugada, sentido metafísico do espetáculo.... Tempos
idos...
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Permitindo-se
que as intenções desfilassem em prontidão ao erguer-me de posse do espelho
reflexivo sob o olhar mutante e solitário na sebe encravada no solstício
invernoso, contudo, em riste, aspirando inebriante perfume de mistos
aromatizantes expelidos na gratuidade enigmática do tempo é quando o
entendimento pobre torna-se rico no oceano de sangue e flores, as pétalas de
rosas desfilam nas ondas marítimas, tendo em mãos a estrela vital como guia
nesta defasagem do tempo onde me reinterpreto na precipitação dos lábios ao
tocarem-se com voz deslumbrada os instantes apurados nesse mar que antes fugia
de mim, agora aderido ao seu cheiro redescubro-me em êxtase com as conquistas e
descobertas volatizadas pela atmosférica ardência interna onde consagro minha expressão
à entrega do prazer, intocado pelo vento da morte na conjugação das
tempestades. São nestas águas que faço meu leito, no porto incontido ser em
mim.
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Prolongo-me
eu, hesitante e cheio de dúvidas, angústia sem limites, entre o céu e o inferno
com as forças dinâmicas e vivas, com as energias em chamas, nada mais consigo
ver [quem sabe não deseje fazê-lo, não tenha vontade de esticar os olhos até o
infinito, a imaginação até os arredores do inaudito] senão um monstro que
devora eternamente todas as coisas, fazendo-as depois re-aparecer, para de novo
devorá-las. degustá-las.
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Vertigem
de me perder, de tudo negar, de não me assemelhar a nada, de quebrar para
sempre o que me define, de oferecer ao presente a solidão e o nada, ao futuro
as utopias e a esperança de encontrar a única plataforma da “Estação
Liberdade”, da "Estação SILÊNCIO", da "Estação Amor", da
"Estação In-finito", onde os destinos se podem re-iniciar, ascender.
A tentação é perpétua. Lâminas simbolizam sentidos que se foram, machados
metaforizam sentimentos que hão de vir, não pinto em nenhuma tela uma figura
sem rosto, não escrevo em nenhuma página um “eu” sem imagem ou perspectiva,
alcanço a mente quotidiana, trazendo à beira de um sítio qualquer do rio de
águas límpidas sem mar-gen-tende ausência de pressa, porque rosas ou lilás
com-binam sonho e espírito em mãos que se estendem à descoberta da comunhão...
Porque ventos ou sibilos aderem esperanças e utopias à margem das dores e
sofrimentos.
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Campos
das ilusões, vida ser arte
Campos
das fantasias, amar ser divin-itude do além
Campos
das quimeras, o outro ser a-núncio,
Campos
das utopias, ideais dentro de outros ideais,
A-núncio
da presença, a-núncio do espírito,
Presença-espírito
da felicidade, alegria
Campos
das sorrelfas, o eu ser re-velação,
Re-velação
da solidariedade, fraternidade
Na
caminhada por veredas, cujas secretas instâncias
Somem no
in-verso lado do pensamento,
Escafedem-se
no re-verso ângulo das idéias,
De viés
nas perspectivas da consciência...
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Ficção,
absorvimento, acordo, lilás ao norte, orquídea branca no alto da colina:
íntegro viço que provém do inerente chão a cada marcha que abonamos na
acalentada por mutismo coincide a taquara que o vento britou (com) mirrado
esgalho Outonal.
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Quimeras
que não sucedem de delírios [antes, e de maneira mais pura do que o poderia eu
fazer, delineio esboços, o sentido e a imagem de um olhar, a miríade de uma
perspectiva de horizonte longínquo, de uni-verso distante das estrelas e da lua
cheia], oferecer-me de físico e espírito aos anseios videntes em suas
estimações perpétuas como simulacro e como conspecção veloz da inerente
deidade, da circunspecção das ondas marítimas tocando as cáritas docas.
#RIO DE
JANEIRO(RJ0, 27 DE JULHO DE 2020, 12:38 p.m.#
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