#FLUXO NO TRÂNSITO DOS DESPAUTÉRIOS GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: SÁTIRA ----
EPÍGRAFE:
Abaixo os
despautérios da Língua Portuguesa com os seus representantes da Escrita,
representantes do "OCO" (Manoel Ferreira Neto)
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As costas
doem um pouco, devido à posição em que fico para digitar as coisas no teclado
do notebook - porque não chamo de computador?, como era nos tempos das zagaíces
do mundo moderno. Não importa isto explicar. As costas doeram, recostei-me na
cadeira giradora, pondo os pés na mesinha, cotovelo esquerda no braço da
cadeira, os dedos da mão segurando o cigarro aceso -, sendo ironia ou não o que
arrabisco na tela, seria fundamental considerar que os dedos de algum dos pés
não seguram os cigarros, porque seria desagradável levantar as pernas e colocar
o dedo na boca, tragar-lhe a fumaça, expeli-la.
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O que
mesmo é mister, suprema importância, coisa para se guardar no coração per
siempre? Em nada está parecendo ser algo a ser considerado, assemelham-se futilidades.
Olho o cinzeiro cheio de bitucas de cigarro - ah sim, é esta a intenção
fundamental que segurei na mesma. As bitucas serem mais pequenas do que os
tocos. Iria amar de paixão saber o que poderia fluxionar com esta cosita
imbecil adviera-me à mente, poderia ser sátira. Mas após todos os instantes
despendidos com o registro, com que iria ilustrar "As bitucas são mais
pequenas que os tocos". Em termos posso pensar numa sátira às regras e
exceções da gramática da Língua Portuguesa, por a construção da frase é um
absurdo, não existe isto de "mais menor", sim "menor", é
considerado erro crasso, ruço tal construção. Para este instante-já, os erros
crassos são a súpera revelação da importância, quem os comete deve ser laureado
em todos os níveis, estão atualizados. Só tenho a dizer-lhes: "Bravo! Meus
sinceros e amáveis cumprimentos. Mereciam o título de gênios do mundo
hodierno!"
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Não
pensara em quaisquer circunstâncias em erro de Português, quando a frase se me
a-nunciara, colhi-a como viera. Não me surge qualquer ilustração para o
despautério da Língua. Fumo até quase no filtro, com certeza se continuar
tragando, queimarei os lábios. Acontece de por no cinzeiro também
"tocos" Aqui e agora, no cinzeiro, são tocos, restam dois ou três
aspiradas de fumaça para mais um bituca no cinzeiro.
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Nada ousa
possibilitar o encontro da ilustração para isto de as bitucas serem mais
menores que os tocos. Pode ser isto! Não nego a possibilidade, sê-lo mais
melhor seria - lembram-me caipiras mineiros de pré-fundosas roças falando
assim. A dor nas costas serem mais maior que isto de fumar para esquecê-las.
Isto não constitui um despautério? Parece mais aquelas piadas insossas que
contam, tendo de forçar o riso ao extremo para a pessoa não se sentir idiota.
Mas, em consideração à condição humana, foge de tudo, o homem é o egrégio
re-presentante da fuga, da má-fé, percuciente isto de fugir da dor nas costas,
fumando, pés na mesinha do notebook. A descrição fora mais pequena do que a
idéia. Se penso o pensamento que pensa este despautério da Língua, pensamento
percuciente, profuso, posso dizer com pompas sobrenaturais ser isto sátira, mas
em que nível? Linguístico ou da fuga da dor sentida nas costas, o cigarro sendo
o seu anestésico? Houvesse encontrado a ilustração da frase, responderia com
sabedoria, não me surgira.
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Então o
esboço da ideia de ilustrar a frase é mais maior do que ela? O que importa
explicar, explicitar isto? Deixo como está: de bom tamanho.
#RIO DE
JANEIRO(RJ), 24 DE JULHO DE 2020, 16:26 p.m.#
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