#DENTRO DO CAOS CIRCUNDANTE# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: AFORISMO SATÍRICO ----
Pretéritos
passados.
Perfeitas
imperfeições.
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Ironia...
Lúrida e
doentia
Mas
agridoce melancolia.
Cinismo...
Produz
versos que passam de mãos em mãos
Com
merecidos louvores.
Sarcasmo...
Cantando
ao ar livre,
Em redor
do piano de cauda
Onde
gaiatamente se senta
Padre
Narciso em performance a rigor.
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Algures.
Tudo são
lamentos, ruminações.
Alhures.
Tudo são
gritos, uivos de desespero.
Long-itudes.
Tudo são
mantos de luz e apitos.
Sem
razões, distância.
Sem
sentidos, proximidade.
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As ondas
do mar, no trajeto de vencer as docas, banham a praia onde gaivotas, ciscando,
se alimentam. Dentro do caos circundante, diferencio-me do caótico por reduzir
o entulho acumulado em torno. As tempestades de areia no deserto, no itinerário
aberto e sem destino do espaço, envelam a visão dos arrebores do in-finito.
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Perdido o
ser.
Perdido o
não-ser.
Perdido o
verbo e o vento.
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As coisas
tem mudado,
Nos
rincões do vale, passos e traços
Das
trevas nos becos, alamedas,
Acenderam
luzes e velas nas vias,
Defectivas
utopias genitais...
Defectivas
quimeras originais...
Perpétuos
nadas que se a-nunciam ao longe.
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Os ócios
dos ossos atravessam o nada encarapitados no lombo do camelo de sete cordas. Os
ossos dos ócios suprassumem o mar no colo das sereias.
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Defectivos
ideais do "perpétuo nada" que precede o caos nos ad-juntos silêncio e
solidão ad-nominais que projetam o vento leve e suave para girar o catavento
re-verso de quimeras, o rodamoinho in-verso de ficções, macunaímas preguiças de
abraçar rituais e mitos da eternidade, carioquiçaímas utopias da solidariedade
do levar a vida na flauta, e jornadeando des-ventilados pelo espaço à mercê dos
alvoreceres e crepúsculos; defectivas utopias genitais que protelam o cosmos
nos complementos nonada e travessia nominais que lançam ao léu do efêmero o
etéreo, que postergam o absoluto... Sons soturnos, suspirados ressentimentos,
ressentimentos amargos e nostalgias, no sussurro monótono das águas,
noturnamente, entre ramagens frias.
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Em
verdade, a travessia assimilou a nonada para sobreviver de subjuntivas
imperfeições, a nonada comeu com farinha e pimenta a travessia, para viver de
particípios perfeitos, re-versos in-versos particípios subjuntivos,
a-temporalizando o eterno, in-temporalizando o efêmero. O ser que é ser
transforma tudo em flores... E para satirizar as próprias frustrações canta por
entre as Águas do Silêncio a balada do eterno!
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A carne
se tornou verbo dos ócios, se morrer a morte morrendo a dialética do fim, que é
início do diálogo entre a liberdade e o tempo, tem algum sentido, mesmo que
apenas plausível. O verbo dos ócios se tornou osso impotente de ser cinza ao
longo das regências que figuram as imagens estilísticas. A alma mendiga a dor e
sofrimento, côdeas de pão que alimentam as pré-fundidades de seus abismos
abissais à busca, incólume desejo, do re-flexo de raio de sol que iluminará,
luminará os seus stícios da diva concepção que nada mais deu a luz senão a
cegueira do além.
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O mundo
está plen-ificado de seivas do in-verso re-versando os instantes limítrofes da
verdade e in-verdade. O homem está eternizado de origens e gênesis do ad-verso
pers-versando as linhas fronteiriças das ausências e carências do nada vazio de
pectivas, da nonada náusea.
#RIO DE
JANEIRO(RJ), 24 DE JULHO DE 2020, 07:04 a.m.#
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