#VISCO DE MANHÃS E ANTEMANHÃS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto/Graça Fontis: PROSA
A tragédia da morte consiste em que ela transforma a vida em destino, assim o diz Maulraux. Não sendo apenas frase de efeito, sim verdade inconteste. Por que? A partir do instante da consciência de que a morte habita os homens inevitavelmente, é-lhe inerente, o homem sente em si a necessidade incólume de realizar sonhos e utopias, valorizar e patentear a vida, deixar no mundo suas marcas e traços, imortalizar-se. O destino é feito através das contingências, situações e circunstâncias, dores e sofrimentos, dúvidas e inseguranças, eis aí a morte sendo tragédia, esperanças e determinações de entrega, assim fundamenta-se a liberdade através da consciência da morte. Não significando isto que a morte seja vencida, mas a sabedoria do sentido de existir, ser e estar-no-mundo. Busca eterna do ser. A felicidade reside nesta consciência, felicidade não apenas de instantes, mas felicidade que se prolonga, estende-se ao infinito, e neste prisma de visão a felicidade não é efêmera. Ah....