CREPÚSCULO DE NEBLINAS E FLORES - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: ENSAIO CRÍTICO
POST-SCRIPTUM:
Caríssimo amigo e escritor, Antônio Nilzo Eliete
Araujo Duarte, eis aqui realizado mais um leve empurrãozinho na sua obra -
agora, inclusive, você seguindo através da Linha do Tempo do Facebook de sua
esposa -, publicando todos os ensaios críticos que escrevi nos tablóides
curvelanos, Centro-Norte de Minas, E agora?, a respeito de sua obra. No
Facebook o Brasil e o mundo está acompanhando o meu ponto de vista sobre a sua
obra, sobre você. Há outros inda por publicar, mas preciso encontrá-los nos
arquivos e pastas, vai delongar um pouco. Mas estou incluindo dois inéditos,
escritos ontem e hoje, #DU-ARTE: O SÊMEN, A SEMENTE DA ESPIRITUALIDADE, DAS
MEMÓRIAS DE AMAR E AMOR À ARTE DA ESPIRITUALIDADE#, e este. As lições são
inestimáveis, a cada releitura de sua obra aprendo inestimavelmente. É obra que
re-lerei até a morte, e terei prazer e felicidade em escrever sobre as novas
lições.
Um grande beijo, meu querido, de minha Benzinha e
meus, a você e Eliete Araujo Duarte
Manoel Ferreira Neto(15 de setembro de 2017)
"O sol já se esconde no poente, dando início a
mais uma noite de obscuridade, acontecendo desta forma, como os outros
passados, e nós continuamente a considerar todo o passado como um fato de
causas normais" (SENTIMENTOS DA ESPERANÇA, 14 CAPÍTULO, DOMINGO DE
SUSPENSE, ANTÔNIO NILZO DUARTE)
No crepúsculo, a luz seja a-núncio de outros
sentimentos e emoções.
Os sublimes sentimentos, as sensíveis e plenas
sensações que se a-nunciam e revelam nas tardes de in-verno, noutras estações
quase impossíveis de vislumbrar e contemplar, sol ameno, na sombra friozinho
gostoso tocando o corpo, trans-cendem a mera contingência das realidades
vividas, das tensões e problemas, e faz sonhar com a serenidade e tranqüilidade
da noite, sentado numa cadeira de balanço, no alpendre, na penumbra, só a lua e
as estrelas iluminando alguns vasos de flores di-versas circundando, o odor
delicioso das flores de orquídeas brancas, só o sentimento forte e presente da
vida, desejos e vontades da plen-itude do amor, felicidade, alegria e paz, a
sublimidade dos sonhos e utopias, a espiritualidade das dimensões sensíveis e
emocionais, fantasias, quimeras e ilusões, a busca do “espírito da vida”, da
liberdade na continuidade das situações e circunstâncias, nos pro-jetos da
ressurreição e redenção.
Capítulo de página e meia, DOMINGO DE SUSPENSE, em
cujas linhas o escritor Antônio Nilzo Duarte esplende-se em poesia: "A lua
refletindo toda a sua luminosidade ao ser iluminada pelo sol, um clarão
emitindo todo o seu esplendor..." A lua é símbolo, é signo, é metáfora do
Amor. Agora que imagem mágica esta "a lua iluminada pelo sol",
lembrando o sol da meia-noite na Rússia, mas aqui são as esperanças, os
desejos, os sonhos da esperança da espiritualidade do Amor, e o sol é o sentimento
de amor que lhe habita por inteiro, a lua ilumina o sol e o peregrino dos
sentimentos da esperança segue a sua jornada de encontro com o Espírito da
amada esposa.
Haverá, acaso, imagem mais absoluta, nos seus
contornos e arrebiques – não concebo outra neste instante, se é que noutro se
me a-nunciará – dos estados de espírito que perpassam as dimensões sensíveis do
homem Antônio Nilzo Duarte, filho, comerciante, empresário, pai de família quem
no crepúsculo e no "silêncio da noite", em que ele se encontra, ipsis
litteris e verbis "... noite em que me encontro, com a beleza do céu
enluarado aguçando os sentimentos, constato com admiração o quanto é bom viver
silenciosamente para que possa tirar probeito da beleza de uma noite de lua
cheia...", de infinito a infinito, as nuvens brancas, as estrelas, e a luz
perpassando a noite, sente bem presente e forte em si? Não encontro para
descrever este magnífico e mágico espetáculo de esplendor e beleza.
No íntimo de mim, que só a intuição é capaz de
captar, é o momento esplêndido em que o homem mergulho profundo na vida,
tira-lhe os véus das razões, inclusive da in-versa, arranca-lhe o sudário das
responsabilidades e compromissos com a sua missão de homem no mundo, questionar
as verdades inúmeras, que são nada mais, nada menos que metonímias do real, e
que dão a falsa realidade da vida, buscar a essência divina do que é isto, o
espírito da vida na verdade divina do eterno, que é o sentimento da graça e do
amor, projetos e sonhos do verbo e da carne, da adesão das utopias e sorrelfas.
Se não há imagem mais magnânima que esta para
descrever o que vai nos interstícios da alma do homem e do escritor
memorialista, dizendo que as neblinas da manhã sensibilizam, abrem espaços para
vislumbrar a transcendência da vida, seus verbos e essências, abrem os tempos
para con-templar o porvir, os novos sentimentos de felicidade, alegria,
contentamento, os novos sonhos de sublimidade e completude, ver o homem à luz
de suas vocações, mais certa de suas perspectivas que o sonho do porvir das flores
ainda fechadas e encolhidas em suas sementes, mas desabrochadas no tempo de
suas vidas, efêmeras, embelezarão todas as manhãs, sejam do in-verno ou da
primavera, e se as sente em si profundas, des-cobre a beleza das essências de
todas as coisas, des-cobre as esperanças todas que lhe habitam, a fé na
felicidade e no amor, na espiritualidade, o mais importante para si é que
através, por intermédio delas, pode con-templar “a lua refletindo toda a
luminosidade ao ser iluminada pelo sol, um clarão emitindo todo o seu
esplendor, oferecendo à terra, constituída de suas planícies e montanhas, do
deserto, do mar, com sua imensidade, ele que cobre com suas águas a maior área
de nosso planeta, as pequenas e grandes ruas de nossas grandes e pequenas
cidades, os arraiais e os pequeninos lugarejos deste nosso mundo terrestre”,
pode con-templar os sentimentos que lhe ficaram no íntimo deste crepúsculo
a-nunciando a neblina que cobrirá as folhas e flores, que extasiarão os olhos,
deixando neles o brilho inusitado por assistirem a beleza da natureza e do
espírito da vida. Como se há de desejar que não a espiritualidade, mas a
ante-espiritualidade permaneça não a-nunciada, não re-velada, não desabrochada?
“Todo este espetáculo me sensibiliza de forma espetacular, a mim, este ser
humano que sabe valorizar todas as coisas da natureza”. Todo este espetáculo
deste crepúsculo de in-verno trans-cendem os meus sentimentos e emoções,
acendem a chama de meu espírito que sonha, deseja o sublime, o eterno, o
encontro da verdade que sensibiliza a vida, re-vela o verbo que a habita, o
verbo da espiritualidade, de todos os sonhos do verbo amar. No silêncio da
noite em que muito em breve encontrará, vislumbrará a “beleza do céu enluarado
aguçando os sentimentos”, constatando “com admiração o quanto é bom viver
silenciosamente para que possa tirar proveito da beleza de uma noite de lua
cheia”.
Os sentimentos de beleza, amor, felicidade
gravaram-se em minha memória. Gravou-se nela a flor da rosa branca que toquei
levemente, e pude sentir sua suavidade, assim que me levantei pela manhã,
vislumbrando a neblina cobrindo as montanhas próximas e distantes, e seu
perfume inebriou-me a intimidade. As verdadeiras e plenas imagens aprofundam
lembranças vividas, tornando-as “excessivamente maravilhosas” diante dos
sentimentos de amor e esperança que se mostram plenos e absolutos.
(**RIO DE JANEIRO**, 15 DE SETEMBRO DE 2017)
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