#AFORISMO 207/SOMBRA DE POR BAIXO DOS MATA-BURROS# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Morte... Devaneios... Ideais...
Cinzas do tempo. Re-nascimento. Outrora de pretéritos perenes
con-solidando de semântica dos ideais de perfeição, essência da plen-itude,
circuns-crevendo de utopias idéias e pensamentos, cujas linguísticas
con-ting-entes eram do silêncio a indiferença com as náuseas, endossando de
significantes apocalípticos dos sonhos de imortalidade, eidética da
sublim-itude, pers-crevendo de epígrafes versáteis e versejantes, cujas
metáforas do além e confins eram da solidão, a katharsis do efêmero em cujo
berço das volúpias voláteis dormia o sono da inconsciência desejando o
manifesto dos mistérios nos cofres dos séculos guardados, acumulados. A
sabedora não é acúmulo de conhecimentos. A vida circun-vagando, pervagando no
tempo, nas trevas e crepúsculo do nada que renunciava, rejeitava prepotente e
orgulhoso ser o mov-ente para a jornada ilimitada à busca da verdade do verbo
"ecsistir", sistere do vazio no ínterim do amor e ódio, ao verbo e
carne do substantivo e ossos, das figuras de linguagem e estilo e o pó
remanescente da matéria corpórea do estar-no-mundo, equilibrando-se no trapézio
das glórias e fracassos, da plena saúde corpórea e a doença da alma culpada de
seus pecados fundamentais e capitais.
Não adianta qualquer sonho ou esperança de o além velar os subterrâneos,
cavernas, grutas, abismos, até mesmo a sombra de por baixo dos mata-burros, se
os olhos do olhar não trans-cenderem o in-finito do horizonte paraclitizado de
liberdade e desejo do perpétuo, se as retinas e pupilas da visão não
meta-incindirem suas imagens in-finitivas no uni-verso evangelizado da
consciência e responsabilidade com o que há-de humanizar os sentimentos e
emoções do amor-cáritas.
Alegria. Comtentamento. Felicidade. Restros-pectivas de tempos
inesquecíveis, inomináveis, inauditos.
Se algum dia mergulhar plenamente, em toda a essência do ininteligível,
pleno, destituído do nada, des-provido dos vazios do efêmero, omnipresenciarei
o alvorecer, amanhecer do vulcão das verdades todas em síntese, concebendo e
a-nunciando o som, a música, o ritmo, o acorde da dialética do símbolo e signo
do sublime, do homem sublime que con-templa a templ-itude do tempo à luz
fosforescente da verdade aberta às travessias do tempo e do ser.
Solen-itudes, Serenidades
Solenes
Sublim-itudes, sublim-idades
Sublimes
Alvorecer de espectros perspectivados de luzes diáfanas, iluminando de
pensamentos da liberdade as idéias, do tempo as utopias do ser da verdade que
perpassa horizontes e uni-versos, finitos e in-finitos, confins e aléns,
arribas e aquéns solsticiando as re-vezes das dialéticas, os re-versos das
contradições, nada e vazio vagueiam nos liames da alma e espírito, assim
caminha o ser subjuntivo do verbo literário da gnose.
Peren-itudes, peren-idades
Perenes
Perpetu-itudes, perpetu-idades
Perpétuo
Crepúsculo de contingências da solidão incondicional entre o sentimento
da a-nunciação do desejo e a emoção frígida da nonada habitando profundo a
sorrelfa do paraíso perdido, o sol também acorda, levanta, brilha, após dormir
de conchinha com a lua, soninho gostoso, leve como a pluma da leveza, como a
insustentável leveza do ser.
Re-vers-itudes, re-vers-idades
Re-versos
Angústia... O resto é silêncio...
Silêncio re-fletido atrás do espelho da solidão, a imagem límpida de
perspectivas re-velada nos auspícios da luz, ribalta do absoluto, tablado do
vazio, camarim de travessias, cores e arte fazem a face simples da nobre
imortalidade.
Volúpias. Êxtases. Sou o que não sou e não sou o que sou. Efemerizo o
ser de mim. Absolutizo o não-ser para verbalizar a esperança e sonho da vida
que se olha e sente o olhar do além sob a querência do vento cibilando desde o
eidético crepúsculo do abismo aos auspícios poiéticos do celeste em cujo espaço
perambulam e vagam soltos e livres...
Assim caminhará a humanidade ao longo do tempo, pretéritos e presentes
são melancólicos outroras, a nostalgia do futuro são as pérolas da eternidade,
representadas pelo sublime do desejo, humildade da razão, simplicidade da
esperança.
(**RIO DE JANEIRO**, 24 DE SETEMBRO DE 2017)
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