#ESCRITORA E POETISA ANA JÚLIA Ana Júlia Machado ANALISA O AFORISMO 216 /**SILÊNCIO DE VENTOS LARGOS DE MONTANHA**


Neste aforismo de Manoel Ferreira Neto , interpreto pela imbecilidade das pessoas, tal como diz;
Independência do despenhadeiro.
Do despenhadeiro, a autonomia,
Da autonomia, o despenhadeiro.
A formosura pode acarretar ao carácter de alienação
Que é a chama.
A pulcritude do sublime, sensibilidades suaves,
Apaixonados em relação à amabilidade,
Cegueiras forasteiras de inspirações que existem.


Diria que gosta de gente que pulsa, que não há de ser impelida, que não possui de verbalizar que componha as coisas, mas que o conhecimento que tem que compor e que causa.
A gente que granjeia suas quimeras até que esses devaneios se apoderam de sua inerente verdade.
Gosta de gente com idoneidade para adotar as sequelas de suas execuções, de gente que aventura o autêntico pelo aleatório para ir atrás de uma quimera, que se possibilita, repudia os pareceres prudentes que cedem as resoluções nas garras de Divindade.


Aprecia gente competente de o comentar construtivamente e de face a face, mas sem o deplorar ou o açoitar, pois leva o troco….
Da gente que possui sensatez. Gente que há sentido de equidade.
Gente que sabe a utilidade da exultação e a experiência.
Gente que por meio de chalaças nos aconselha a emprenhar a vida com disposição.
Gente leal e isenta, competente de se contrapor com fundamentos racionáveis a qualquer sentença.
Gente fidedigna e perseverante, que na folga quando se cuida de conseguir propósitos e ideias.
Gente de critério, a que não se embaça em autenticar que se iludiu ou que não sabe algo.
De gente que, ao reconhecer seus desacertos, se fortifica legitimamente por não inverter a perpetrá-los.
De gente que luta óbice ás contrariedades. Gente que demanda resoluções.
Gente que medita e pondera interiormente.
Gente que enaltece seus análogos, não por um estereotipo social, nem como se expõem.
Gente que não sentencia, nem deixa que outros conceituem.
Gente que tem carácter, que não se deixa cegar.
Gente que é idónea de perceber que o superior desacerto do ser humano é arriscar desenraizar da cabeça aquilo que não ausenta-se do coração.
A impressionabilidade, a bravura, a interdependência, a generosidade, o apreço, a serenidade, os valores, a exultação, a modéstia, a confiança, a satisfação, o tino, a resolução, a expectativa, o reconhecimento, a erudição, os devaneios, o pungimento, e o bem-querer para com os demais e consigo próprio são coisas elementares para se alcunhar GENTE.
E como alude o autor, gente que cobre os olhos, ir para o reentrante, mas sem reflexões, como um calhau. Lançar de alto despenhadeiro sobre o mar, impelir nas vagas.


Ana Júlia Machado


Nota: Sinceramente, coloco aqui,,,mas não anda agradar-me o que faço.,,Paciência...dias melhores virão. Beijinhos para vocês.


Não se preocupe, Ana Júlia Machado. Está de excelência a sua análise, Aninha Júlia. Há tempos em que criticamos o que escrevemos, isso é normal.


#AFORISMO 216/SILÊNCIO DE VENTOS LARGOS DE MONTANHA#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Batidas do sino da igreja sob a luz da noctívaga noite da libido na querência sensível e trans-sensível de acontecer o sublime das palavras que versificam e proseiam os liames de vestígios do nada na característica específica e sine qua non de pretéritos que originam os ritmos e acordes do "eu poético" que se re-vela ao mundo por inter-médio da arte de idílios da "ec-sistência", desvelado o nítido nulo do cócito cogito das sorrelfas idílicas que da lídima "persona" ilumina a liberdade do abismo. Inicia-se a missa das sete, o presidente da celebração faz o sinal da cruz, os fiéis fazem o mesmo.


Liberdade do abismo.
Do abismo, a liberdade,
Da liberdade, o abismo.
A beleza pode levar à espécie de loucura
Que é a paixão.
A beleza do belo, sentimentos leves,
Românticos em relação à delicadeza,
Trevas estrangeiras de instintos vivos.


Nada e nonadas dos parvos, na adstringência de primevas ilusões, quando trazem no coração e na cabeça o rigoroso e pujante método da verdade, dúvidas sistemáticas, e que por outro lado, graças à evolução da humanidade, tornam-se tão delicados, susceptíveis e sofredores a ponto de precisarem de meios de cura e de consolo da mais alta espécie; daí surge o perigo de se esvaírem em sangue ao conhecerem a verdade, ao se conscientizarem de que a ilusão, a mentira, a representação têm pernas curtas, a verdade não lhes é senão modo e estilo de tripudiarem os instintos que lhes são peculiares, o que lhes habita o mais profundo da carne e dos ossos, trans-elevarem a razão em nome de alguma dignidade fantasiosa.


Oh, quê sina!... Oh, que saga... Nesta terra de Sísifo, festa solene e sacrifícios em expiação a não haver sentido náuseas observando detritos, lixos nas calçadas, bocas de lobo entupidas, pelas ruas, não chamaram a atenção por organizar as coisas.


Parvoíce de nonadas e nada. Trocam as palavras de lugar para darem sustância ao que chamam de idéias originais, trocam, com a troca das palavras, alhos de parvoíces por bugalhos de perspicácias, cabeça de alho por dente de alho, não se descasca cabeça, descasca-se o dente, mas as nonadas e os nadas permanecem lívidos e vivos, não lhes sobrando outros resultados senão os risos e gargalhadas das pessoas, provocando-lhes muitos pinotes para entenderem e compreenderem os motivos e razões. Na verdade, na verdade, oh, que sina, que saga, nasceram para ser incompreendidos, mas a esperança é a última que morre, chegará o tempo que a humanidade se libertará do berço esplendido dos orgulhos e importâncias da raça, estirpe, descobrirá que são eles os que trazem, sempre trouxeram, nas mãos feitas concha as primevas idéias verdadeiras da vida e das cositas dialéticas do tempo e do ser.


Idéias do tempo existem sempre, apetite sempre re-novado em face das coisas, indicação que permitirá, quiçá, deixar de ser bicho esquisito, bicho do mato, para voltar a ser, simplesmente, homem.


Quando não se tem linhas firmes e calmas no uni-verso da vida, como as linhas das montanhas e dos bosques, das margens dos rios, dos sinuosos caminhos da floresta, o próprio desejo íntimo do homem vem a ser intranquilo, disperso e sequioso como a natureza do citadino: não tem felicidade nem dá felicidade. À sirga dos acontecimentos, situações e circunstâncias, no campo desfolhado outras quimeras, entre-laçá-las.


Oh, Deus!... Oh, céus!... Quê destino ingrato! Levantam uma harmonia de idéias, coroadas de etern-idade; de novo um destino cego de águas subterrâneas me escava a segurança. Dão de ombros a uma questão que lhes são tão indiferente como as cheias do Nilo. Sabem que um castanheiro num cerro é uma verdade natural, não há duvidar. E que o trabalho deles de porem as coisas onde deviam é outra verdade como a primeira. Querem-se só, com silêncio no coração, um silêncio de ventos largos de montanha. Pensarem é acusarem-se ou decidirem-se a um rumo. É sentirem-se presos.


Paz!
Tapar os olhos, ir para o fundo, mas sem idéias, como uma pedra. Arremessar de elevada ribanceira sobre o mar, precipitar nas ondas.


(**RIO DE JANEIRO**, 28 DE SETEMBRO DE 2017)


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