#AFORISMO 182/TODOS NÓS... NINGUÉM# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Res-posta. Dada a queima-roupa, simplesmente nonada re-vestida de
palavras, por mais colocadas nos seus devidos lugares, por mais românticas,
nada dizem, nada expressam, destituídas de valores e sentidos. Deixá-las livres
no silêncio é a percuciência da sabedoria, o tempo trans-literaliza-as, re-vela
o instante de serem ditas.
Vida. Sabedoria. Conhecimento.
Res posta do nada auspiciada aos interstícios re-cônditos do efêmero,
nada de futuro, nada de presente, nada de pretérito, palavras que silenciam a
alma, terrenos baldios do inconsciente, vazio pleno, absoluto do
estar-no-mundo, ser-no-mundo, abismo do ser e não-ser suspenso nas linhas
trans-versais e tergi-versadas do horizonte sem luzes, sem trevas, sem brumas,
sem sombras, vagando, per-vagando no espaço celeste que não há.
Todos nos ninguém... Todas as respostas nada. Verdades, in-verdades,
mentiras. E o verbo amar compõe o soneto da resposta do sonho de ser ao verbo
das quimeras e fantasias dos idílios solipsistas das esperanças que nada são
senão a retina da in-verdade pro-jetada, lançada ao léu de confins em plena
vadiagem com as vacuidades do jamais, quando o nunca vislumbra a neblina
noctívaga cobrindo o próximo e o longínquo, nada de visão além, nada de
enxergar um palmo após os ventos de leste que seguem as levezas e sublimidades
de cursos res que perfilam idôneos de ilícitos valores e virtudes, amalgamando
pérolas e diamantes do eterno, líricos sentimentos judiciando as harpas
ad-verbiais, cítaras ad-nominais do tempo em que as metafísicas poeiras das
virtudes flanavam espontâneas atrás das estradas infinitivas, demasiadas
essências pretéritas.
Cursos res de uni-versos ad-jacentes aos vazios egrégios habitantes do
efêmero, hilário como expressam em versos ritmados de palavras eloquentes e ardentes
as angústias do eu poético, se se quiser, eu lírico, e ainda postam os sonetos
em epitáfios versáteis e voláteis nas criptas, são as verdades re-colhidas e
a-colhidas nos interstícios re-cônditos da esquizoidia re-vestida das neuroses
de trans-ferência. Rebanho de lídimos re-presentantes do apocalipse
vislumbrando com os linces dos instintos re-versos da condição humana os
festins do genesis plen-ificados de confetes à luz trans-límpida do crepúsculo
de deuses, fases da lua e estrelas testemunhas trans-cendentes das sincronias
simbólicas e parnasianas da beleza in-versa.
Res postam vernáculos lúdicos do cogito, extensas emoções pre-figuradas
de mentiras solipsiadas de anticristos absolutos do divino, assim dizia o nada,
em resposta socrática sarcástica, ao eterno que seduzia o abismo com a poesia
do conúbio dos prazeres fáceis e livres, que bolinavam as cavernas e grutas de
estalactites à meia-noite, fosse qual fosse a fase da lua, com a filosofia da
beleza do belo, da estética das contingências e dialécticas, onde escorregavam
saliva e vinho francês no queixo das contingências absolutizadas e divin-izadas
do vácuo cósmico, antes de quaisquer pre-núncios da vida, quando o mundo criava
a náusea ad-jacente e ad-erudita aos plasmas da vida, morre a postagem da res
no virtual do celeste iluminado e numinado de a-verdades do des-pleno,
des-místico, des-mítico das estesias expressionistas do além, resposta ao nada
que é, ao é que nada re-presenta.
Tão simples ser as dores do eu, na solidão e silêncio do túmulo, cripta
que seja, a vida re-vela as luzes do vazio. Só a verdade res-ponde ao amor que
diz os sentimentos do puro, a leveza do espírito que voa as águas e asas da
liberdade, as emoções sem sono. Na boate azul das esperanças e sonhos, ouço o
ritmo e melodia da música de quem sou sem ser coisa alguma no tabernáculo do
silêncio.
(**RIO DE JANEIRO**, 12 DE SETEMBRO DE 2017)
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