#AFORISMO 181/MIRÍADES DE LUZES# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Epígrafe:
Aforismo
presente, cá e aqui, instante em que comemoro 38(trinta e oito anos) de
lançamento de minha primeira Antologia de Contos, intitulada CONT.ANDO, em
parceria com o poeta e escritor Paulo Ursine Krettli, FUMARC, no Auditório da
Escola de Filosofia da Universidade Católica de Minas Gerais, 12 de setembro de
1979/12 de setembro de 2017; seguindo-se-lhe, ÓPERA DO SILÊNCIO, NOVELA,
Armazém de Idéias, Belo Horizonte, 28 de setembro de 2000, lançamento 28 de
novembro, Auditório do Tribunal de Contas de Minas Gerais. ALTERIDADE DE OUTRO
EM SARTRE - UMA LEITURA DO DO OLHAR NO SER E O NADA DE SARTRE, dissertação em
Filosofia, 2003, Gráfica Diamante, lançamento 21 de setembro, na BOUTYQUE
CYRILLO, das Amigas Maria Hermínia, Mariinha, Martha Moura(artista-plástica,
pintora), Diamantina, Minas Gerais. Hoje, na madrugada, deitado na rede do
alpendre, lembrava-me deste lançamento, e muitas vezes a minha Esposa e
Companheira das Artes, Graça Fontis, pergunta-me: "O que está
pensando?...", seu amor, sua ternura, sua sensibilidade, seu ser nesta
pergunta. E sempre lhe digo: "Amo você... A Esposa, a Companheira Eterna
das Artes...". O amor é a liberdade dos sonhos e das esperanças do eterno,
Verso-uno.
Assim,
comemoro estes longos anos de viagem literária-filosófica-poética, à busca do
"Eu Poético". O encontro com Benzinha, Graça Fontis, a cada dia
real-iza com sensibilidade este sonho e esperança do Eterno, ao lado da Esposa
e Companheira das Artes, assim sonhei, assim sonho realizando o
EU-POÉTICO-DO-VERBO-AMAR (Manoel Ferreira Neto)
O
que é isto - a sensibilidade da cáritas? O que é isto - a intuição da Koinonia
do sublime e os verbos do sonho, desejo, querer, vontade, liberdade? Não
unicamente o esplendor do verbo que esperancializa os sentimentos que no
vir-a-ser trans-epigrafa o sonho plen-ificado de verdade inscripta no
inconsciente do "eu poético".
Cantos
idílicos ou nostálgicos, risos e flores brancas ou lilases, vermelhas ou rosas,
olhares de esguelha, soslaio, de banda a criação do destino, da vida, somos os
homens imperfeitos, mas é nossa liberdade criar o tempo, os ventos, iluminem o
mortal destino, a eterna sina, o desejado ser livre, para o ermo envelar fundo,
na essência e ser dele, noturno do pensamento, curvado já em vida sob a idéia
dos clímaces alucinados, cônscio da lívida esperança do caos redivivo, eis o
que me perpassa a vida em todas as suas dimensões sensíveis, racionais e
intelectuais, psíquicas e emocionais, com as suas re-versas e in-versas
ausências, traumas e tramas, conflitos e jogos escusos, a carne e os ossos, até
mesmo as entranhas das vísceras. Eis o que explica a entrega plena ao verso-uno
de amar, do amor.
Con-templo
a terra de céu sem nuvens,
De
nuvens sem céu.
De
nada atrás das constelações,
Espero
o amanhã para outras idéias,
Pensamentos
que me in-diquem
As
poeiras da metafísica,
Efêmeras
e etéreas,
As
fumaças da antropofagia, da carne viva,
Da
antropologia da passagem,
Travessia
do ser ao conhecimento,
Iluminismo?
Utopias do verbo,
Da
cultura à consciência,
Do
nada de trevas à luz do nada..
Lendas.
Simplesmente
o eidos
Do
verbo solidariedade e compaixão.
Sentidos
implícitos, inter-ditos nas linhas de uni-versos salpicados de uno-verso da
espiritualidade, horizontes sarapalhados de margem e sem pressa, a vida sempre
vai, não volta. A vida vai, a morte vem, dialética do ente que nasce sem razão.
O
vento soprou forte, trouxe o tão almejado passaporte para novas folhas de
outono, chuvas de março fechando o verão, gritar bem alto o pensamento em plena
liberdade.
Frontispício
gótico do nada... Palavras ocas, vãs, re-colhidas do antro de venturas, cheio
de capricho de felino a saltar por toda janela, zás!, para todo acaso, para
todo crepúsculo do ocaso, correr em florestas virgens entre bestas de jubas
coloridas, entre feras de dentes e língua, subindo por mentirosas pontes de
palavras, arco-íris de mentiras entre falsos céus pervagando, vagueando,
deslizando, flanando. Somente louco. Somente poeta. Somente desvairado,
des-virtuado, homem des-equilíbrio.
Miríades
de luzes
Perpassando
pers de pectivas de longínquos horizontes
Flores
silvestres, campesinos lilases
A
águia solitária flana as asas levemente, segue o seu itinerário
Sentimentos,
emoções, sensações do porvir de esperanças
Lívidas
a-nunciações do tempo do ser sussurrando verbos do amor
Inspirações,
percepções, intuições da verdade
Infinitas
in-fin-itudes pervagando de sonhos de ocasos
Con-tingentes
con-tingências circunvagando
De
sorrelfas de quiçás
Espírito
de nostalgias,
Alma
de melancolias,
Garoa
de orvalhos
Salpicando
as flores de efemer-itudes.
Alvorece
novo dia, clima de inverno, tempo agradável, pensamentos e idéias per-vagam
dispersos nas nuvens brancas celestiais, circun-vagando as constelações, a alma
re-colhe e a-colhe os versos do infinito com-pondo de esperanças o sonho dos
gerúndios do vir-a-ser, o amor plen-ificando o silvestre das sendas da entrega,
a verdade do verbo ser comungada ao do amor re-versejando no espírito o
cristalino da pureza. mergulhando no há-de ser da felicidade a con-templar as
belezas do inconcebível absoluto da verdade-casa-do-ser e eu, colocando o café
coado na térmica, olho através da janela aberta o longínquo, o distante, o que
só o espírito sabe nas suas dimensões sensíveis que o absoluto lhe a-nuncia
através das venezianas do eterno às genesis do início, divin-idade antes de
quaisquer divin-idades, rituais míticos antes de quaisquer lendas do pleno,
folk-lores místicos antes de quaisquer banquetes paradisíacos do pretérito
im-perene, solstícios do ocaso.
A
esposa abraça-me por trás, beija-me o rosto de lado.
"O
que está pensando?..."
"Fique
ao meu lado... Fique comigo."
(**RIO
DE JANEIRO**, 12 DE SETEMBRO DE 2017)
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