Maria Isabel Cunha ESCRITORA E POETISA COMENTA O AFORISMO 191 /**O ARTISTA, A OBRA E O TEMPO**
Texto que me fez refletir, aliás como muitos do autor, este tocou-me
particularmente. O que cada um de nós contribui para o avanço da humanidade,
qual a revelação que deixa como legado para a atualidade e para as gerações
futuras? Apela à responsabilidade de cada ser existente no sentido de deixar os
medos que o aprisionam para se lançar em voo aberto à transparência de si , do
seu eu interior e do universo que o cerca, focando as directrizes que enxerga
ou que propõe para a evolução do Homem na história da humanidade. Seja em que
aspecto for: nas artes, humanidades, ciência em geral, cada sujeito existente
tem o dever de deixar a sua pegada como testemunho da sua passagem no espaço de
tempo que lhe foi conferido pela vida ou existência. Obrigada por esta chamada
de atenção, por este alerta. Excelente. Parabéns.
Maria Isabel Cunha
Em verdade, em verdade, Maria, ontem alguém publicou um STATUS com os
seguintes dizeres: "Há certos escritores que esperam que sociedade se
eduque para serem entendidos. A sociedade não se educa, não são entendidos hoje
nem amanhã." O termo "certos" vem para apezinhar. Não é preciso
ser sensível para entender que quem postou estava se referindo à minha obra,
queria negligenciar-me. Li os comentários a respeito do post. Não iria entrar
no post dele e responder à negligência. Não faço estes jogos. Faço os meus.
Respondi neste post à questão apresentada por ele. No meu post, se
desejasse(desejar) contra-responder-me, será a mim, não haverá a presença dos
"capachos" e "cúmplices". E como ele não iria entender a
resposta - esses indivíduos, na Inglaterra dos anos 1970, 1980, eram chamadas
de "John off-style" ou "John O,styles", desprovidas,
destituídas de senso, razão, sensibilidade - traduzi-a no Aforismo 192. Beijos
nossos, querida.
(**RIO DE JANEIRO**, 19 DE SETEMBRO DE 2017)
#AFORISMO 191/O ARTISTA, A OBRA E O TEMPO#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Quem é você, amigo? Não o conheço, todos aqueles anos apenas traçaram um
esboço de você. Atrás deste esboço, o medo mais que visível. Em cima do medo,
tudo se pode criar, re-criar, in-ventar para envelá-lo.
O que a sua sabedoria, seu intelecto têm a contribuir com as veredas e
sendas dos homens? Você, então, pensa que interpretando, analisando as grandes
idéias, ciências, sonhos e utopias, irá contribuir com a trans-parência dos
princípios cristãos, os valores humanísticos, virtudes humanitárias? Você,
então, sente que está na vida deixando sua sensibilidade, espiritualidade,
con-templando o pleno das plen-itudes, o símbolo da consciência-estética-ética.
Não me leve a mal, não me leve a mal... Mas não são interpretações, análises
que irão mostrar os horizontes, universos outros da vida, mas a sensibilidade
de sentir o peito, a alma do homem, o espírito que habita o ser da humanidade.
Não é o sonho do verbo amar que irá trans-parecer todas as esperanças e fé, mas
o verbo amar dos sonhos que irá abrir as janelas do peito, as venezianas do ser
para a sublim-idade.
Os filósofos, escritores e cientistas estão em constante diá-logo com a
vida, com os pretéritos e indicativos das situações e circunstâncias
históricas, e você sente e pensa que tem a res-posta perene para o destino da
humanidade, considerando a Dialética da Iluminação. Há escritores que esperam
que a sociedade se eduque para serem entendidos, a sociedade não se educa, não
serão entendidos nem hoje nem amanhã. Há críticos que analisam as coisas de
modo que estejam sempre presentes, a análise deles é a-temporal, mas eles se
esquecem de que o tempo re-vela outras dimensões, outras perspectivas, este
crítico está condenado a passar, ao passado, outros críticos mostram os
fundilhos abissais da obra, e são estes luzes e sementes para outras
in-vestigações. A Arte perpassa o tempo. O sempre acabou? O nunca inicializou?
Esquece-se, todavia, da Contra-dicçao das Luzes da Ribalta. Não me leve a mal,
não me leve a mal. Penso que você está vivendo o orgulho de um Superstar da
Intelectualidade, da Cultura, da História da Igreja, do Cristianismo, da
Cristandade, mas se esqueceu de vasculhar os inter-ditos de sua alma de medos
da vida e hesitâncias de con-templar os efêmeros e nadas do estar-no-mundo.
Intelecto jamais deu qualquer res-posta para os mistérios, enigmas, segredos da
vida, da vida, e jamais dará. Só a sensibilidade pode traçar ao longo do tempo
a problemática do homem em todas as dimensões e níveis.
Quem é você? De que está valendo todos os anos de estudo, de pesquisa,
de entrega ao sentimento da Vida, a divin-idade do Ser? Mergulhou-se na vaidade
do conhecimento, da sabedoria. O Superstar. E a Vida mostra-lhe apenas o abismo
sem quaisquer ventos, sem quaisquer sibilos. Vive de confortos, bem-estar, com
todas as mordomias, mas a Vida mesma está ausente de você. Será que não enxerga
o nada de tudo isso? Será que não vê seus conhecimentos e sabedorias nada têm a
contribuir para a história da humanidade?
(**RIO DE JANEIRO**, 19 DE SETEMBRO DE 2017)
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