#AFORISMO 91/GOZOS PO-EMATIZADOS DA METAFÍSICA DO IR ALÉM# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
"... desde a abertura do inconsciente a-nunciando, pro-jectando
símbolos, signos, metáforas do outro atrás do "eu" da
vigília..." (Manoel Ferreira Neto)
Epígrafe:
"No seu intercurso existencial, o homem deve fluir, diligenciar,
instruindo-se com intensidade na gênese da verbalização para bem grafar as
insubstencialidades inseridas na metafísica do SER-VIVER" (Graça Fontis)
Na manhã de luzes e pré-núncios, a-núncios em imagens brancas de nuvens
azuis, em perspectivas espelhadas de cintilâncias das estrelas, à luz dos raios
de sol, desenhando miríades emolduradas de sonhos e quimeras lúdicas,
trans-cendentes de lirismos, átimos do tempo insinuados na tela de esperanças e
sorrelfas lúcidas, con-ting-"entes" de romantismo, saudar o místico
momento da fresta, no horizonte imortal e divino da lua na noite calada,
vagalumes e pirilampos, conúbio da lua e estrelas, banquete de brilhos no
espaço sideral.
Vernáculos de expressão eruditos
Do in-audito silêncio do íntimo,
Da íntima mudez nos recônditos da alma,
Ininteligível solidão do não-ser,
Semântica de sentimentos ganacheados de conúbios que pers-elevam desejos
aos auspícios genitivos do há-de verb-estesiar os sonhos latentes, volos
calientes, verb-ex-tasear as querências numinosas, desejâncias radiantes, tempo
de orientais querências do sublime que trans-cendem as con-tingências
ocidentais do efêmero-terno, tempo de ocidentais utopias da cristalina pureza
da alma que pro-jeta suas náuseas e ausências da verdade no espelho re-côncavo
do in-finito, iluminando as pers-pectivas con-vexas da imagem genitiva do
uni-verso seivando-se de esperança do que trans-cende o espírito do divino,
quiça o além concebido nas fin-itudes lácias do eterno sem as linguísticas do
passo a passo nas abissais sendas partidas de significantes, o além da
ec-sistência, pre-figurado e re-presentado de carências e solidões, a-nunciado
e a-pres-"ent"-ado de silêncios e inauditos,
preteriza sombras e crepúsculos,
gerundia brumas e alvoreceres,
participia mistérios ritualísticos, místicos,
in-fin-itiv-inicializa inspirações e percepções
do que des-cende o divino e o ab-surdo,
e na consumação da carne que tematiza o verbo das utopias jacentes-ad à
hortênsia última do canteiro do éden no "re-cântico" in-consciente do
paraíso, purgatório, inferno dantianos, e Sócrates passeia tranquilo e sereno
nas alamedas da Grécia, Platão re-flete sorumbático as idéias na caverna, Kant
anda orgulhoso da Crítica da Razão Pura e da Razão Prática, no seu caminho de
casa à universidade, o único de toda a sua vida o vernáculo da prosa verseja a
estesia da eternidade o erudito da poesia, vers-ifica o efêmero do nada, o
eterno das travessias às voltas com os abismos à busca da esfinge dos enigmas
da continuidade da vida no percurso das vivências, des-velar enigmas é verbo de
lançar esperanças que sobrevoam o longínquo do ser, des-nudar mitos é
con-templar na apres-"ent"-ação da luz paráclita de nonadas as
miríades do sublime-eterno, in-visível do visível re-velando raios luminíveis
da linguística semântica do não-ser versátil re-verso e in-verso ao lúdico
sensível dos gerúndios subjetivos. A alma percorre do cristalino das águas a
profundidade do rio no pers-curso de pectivas das margens sem a extensão do
espaço.
Infinito do uni-verso numinado de “harmonia de cores”, arco-íris
re-presentado e efêmeros eternos que se entrelaçam no ser do há-de, sin-cronia
de traços a pincelarem imagens geminadas, gen-itivos do pretérito crepuscular
cujo eidos está pro-jectado aos confins, além de todas as trans-cendências,
linguística dos in-visíveis visíveis à luz da alma que, neste alvorecer,
re-veste-se de inspirações de águas vivas da verb-itude dos laços uni-versais,
sin-fonia de pers-pectivas a resplandecerem de beleza as sendas perdidas,
experiência do fundo do vale, da própria impotência e incapacidade, que passa a
ser o salto para a interiorização do divino humano, signos de esplendor e
eterno nos liames do espírito,
desde o sentir do sono, do êxtase desde o sonho ao sono, desde a
abertura do inconsciente a-nunciando, pro-jectando símbolos, signos, metáforas
do outro atrás do "eu" da vigília, instante de sedução, brilho das
estrelas e da lua, “pedras sagradas”, cristais, diamantes e ouro que rimam
palavras sutis com o éden de luzes e lilases, que musicalizam linguagem e estilo,
semântica do que não tem explicação, entrega que não tem fin-itude, inspiradas
na rede que balança nas gerais “utopias cristãs”, paulicéias de matragas
anti-cristãs. carioquecéias de matragas satíricas, hilárias.
“A sina de ser”, o destino de cont-ingenciar o quotidiano, o elo de
todas as coisas, flores são espetáculos da natureza, despetalando os dons do
Espírito, da graça, da beleza, da simplicidade de um ser que tem na sua certeza
que viver é verbo de encanto e desencanto da metafísica do ir além do tempo,
liberdades são cenas eivadas de ternura e carinho, “instante de sedução”,
efêmeros gozos de eterno po-ematizados, querer brincar com estrelas, correr
campos, velejar, jornadear abismos, mergulhar profundezas marítimas, cavernas,
beber a sede das ruas, queimar a luz do luar, lavrar o corpo no grito.
Signo de metáforas nascidas de vigília e palavras a pincelarem imagens
do imortal e divino a preencherem os vazios da falta de ser, “manque-d´être”,
da ausência de alegria e prazeres, pedras sagradas, diamantes profanos,
cristais heréticos que rimam palavras sutis, que ritmam dores são sentimentos
de luz inspirados no brilho das paulicéias estrelas e da lua mineira, praias
cariocas.
Vernáculo de erudições em ad-versa linguagem de estilos utópicos das
chamas de lareira que provocam arrepios no verbo da carne, calafrios nos ócios
dos ossos que serão cinzas na consumação dos pretéritos-presentes do não-ser à
luz do ser-tao das utopias, anti-cristãs na imagem refletida no espelho das
pectivas-pers da verdade... o absoluto dorme no leito de flores que regaça a alma.
(**RIO DE JANEIRO**, 10 DE AGOSTO DE 2017)
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