#AFORISMO 77/CINZAS SOBRE MÁRMORE BRANCO# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
"... na plen-itude do ser o não-ser são as cinzas que esparramei
sobre o banco de mármore branco..." (Manoel Ferreira Neto)
Epígrafe:
Nas vertentes verbais equilibra-se no versejar volátil e sincrônico do
céu ao inferno a concretização plena e objetivada do pensamento." (Graça
Fontis)
Esparramo cinzas sobre o mármore branco do banco no alpendre, frente aos
canteiros de flores di-versas e ad-versas, além da grade, a linha férrea da
Estrada Férrea Central do Brasil, na solidão e silêncio carregadas de
melancolias e lembranças do vir-a-ser o sonho do pretérito que irradiaria de
luzes fosforescentes as trevas e mistérios do vazio, fornicando com o nada,
encapuzado de nonada, re-vestido de travessias do prazer e êxtase, perfeita
dimensão libidinosa, a relação sin-crônica com o efêmero acaba-se assim - vazio
e nonada fornicando nos interstícios dos instintos a presença eidética do
a-temporal - a amizade harmônica da travessia, e há verbo de ser, termina-se
assim - engabelando a carne do gozo, tripudiando o verbo do tesão, e no
recôndito da natureza a forclusion íntima dos re-versos imperfeitos e
mais-que-perfeitos subjuntivos do crepúsculo que brilha de sombras o
entardecer, particípios do anoitecer que pro-jetam tempo de átimos da
continuidade dos segundos habitando os limites-instantes aos confins do espaço
de vácuos, habita na alma o desejo voluptuoso do caos apocalipsiando as chamas
ardentes do inferno como sudário para esquentar as carências do absoluto,
esfriar os medos do eterno de purgações entre as quatro paredes - se a purgação
das mazelas e chulices da vida pretérita em síntese do inferno na
transcendência se faz na linguística semântica da pena "ada" atitude
de nad-ificar a vida por inter-médio de nihils desde o genesis à consumação do
calipse das virtudes e valores, as virtudes e valores do pocalipse-a do
genitivo vivencial que muda de cor no fim do arco-íris, também é a semântica
linguística, em plena capachidade com as metáforas ornamentais da vida escusa,
viperina, utopias e ideologias chinfrins, ação de des-cender o porvir às
oratórias do clérigo aos limbos e sarjetas do estar-no-mundo que se revelou de
gerúndios preterizados antes da terra, antes do mundo, antes da vida, e na
plen-itude do ser o não-ser são as cinzas que esparramei sobre o banco de
mármore branco, e neste momento o brilho da lua e a cintilância das estrelas
aderidas esplenderam, trans-versejaram, trans-versificaram, contingenciaram e
contin-versaram a iluminidade, iluminis-cência, iluminismo das utopias dos
medos de ec-sistir a verdade, de ser um orgulho das origens perfeitas da
eternidade re-vestida de éticas do divino, preceitos do absoluto.
(**RIO DE JANEIRO**, 04 DE AGOSTO DE 2017)
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