#AFORISMO 76/A-GOSTO DE EFÊMERO CREPÚSCULO & ALVORECER PERPÉTUO DE ETERN-ITUDES: CÂNTICOS, PROSAS E VERBOS# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
"Outrora de cânticos e verbos,
De canções, baladas e letras
Por virem, por serem..." (Manoel Ferreira
Neto)
Epígrafe:
"O olhar superficial à vastidão a-temporal do
espaço refuta a percuciência dos sentidos" (Graça Fontis)
“Sonhar o tempo,desejando voltar para a
eternidade...”
Etéreo de sons do verbo defectivo regenciando as
emoções no caos da existência, gerenciando na náusea do destino
pre-determinado, desde a eternidade foram concebidas as trajetórias, síntese
verbal ao olhar do visual, do tempo e dos abismos da temporal-idade, cavernas e
grutas da a-temporal-idade...
Re-tornar às origens de cânticos e idílios, às
raízes de canções, baladas, rock e rolls de “Tem você sempre visto a chuva”,
especialmente “The Leeve`s gonna break”, ao espírito e alma das esperanças, da
fé sentir presente o amor que transforma, retorno em que a questão seja o
encontro da liberdade e da id-ent-idade, quando a sombra de imenso arvoredo
canta tenras, singelas canções de ninar às flores, ao broto das rosas brancas,
vermelhas, luz da candeia cria imagens na memória e no ser, pousa reflexos na
madrugada, águas em arco-íris, a inspiração reluzindo, no céu, vasto horizonte:
outrora de cânticos e verbos.
"Aquando na subconsciência o iminente e
avassalador acasalamento das palavras sobrepujam sonoplasticamente com
irreverência toda a textualização"
As tardes de outono são de rara beleza, as da
primavera, cheias de flores – planícies bem mais distantes do sertão e dos
orvalhos pueris, do chapadão e das neblinas suaves. E longe de mim...
Pequenas brisas escondidas nas urnas de areia;
carros de boi, horizontes e lua nova, o cavaleiro voltando para casa de sua
vaquejada, em trote sem pressa, extasiado com a beleza do crepúsculo, a última
estrela, balindo, balindo, perdida na enchente da luz. Orquídeas no barroco do
casebre, lilases no impressionismo das mansões, no coração dos simples a
presença indiscutível de Deus, a alma em festa de fé e esperanças, no dos
burgueses presença de vazio, a cultura do nada, o espetáculo invisível das
dores e sofrimentos. Reflexo e esperança, retalhos de fantasia apenas! Canto de
forte sinfonia e de vasta alegria, cânticos de imensa harmonia e plena
felicidade.
Talvez não ec-sista a fantasia dentro do sonho,
talvez ec-sista a utopia dentro do sonho, nisto eu acredito, a esperança é de
inspirar-me nos caminhos por virem, ser o outro de mim no inverno, nas auroras
e crepúsculos de todos os dias – a minha memória (e memória é tecer em fios
retalhos de restos perdidos no torpor do perfil fugidio!) será lembrada e
esquecida, relembrada no vão de um dia solitário, tarde pálida de outono ou
primavera, ou tumultuado pelo sabor da busca, concepção, pelo antemão de outras
gerações conturbadas pelo vazio, solidão, pelos revezes do silêncio
con-templado à luz de vela em madrugadas de desejos outros, esperanças e fé,
nas montanhas pairam-se os ecos desesperados da humanidade, a lua perde um
pouco do brilho milenar, as águas fixam-se inertes. O relógio da parede
denuncia um segredo perante sonhos...
"A alma na sua transitoriedade
planteia(pranteia) angustiada presságios sonoros poematizando ansiosa a
sobrevivência num pragmatismo existencial"
Outrora de cânticos e verbos,
De canções, baladas e letras
Por virem, por serem...
A terra geme, murmura, sussura
Na sede de conhecimento, de sabedoria,
O homem sonha águas em arco-íris,
Tesouros,
Em cada vau de esperança...
O mundo bale, uiva, late, cochicha
Na miséria de cultura, de opções,
A liberdade arbítria do livre
Cantarola magias feitas de utopias,
Fofoca rituais e hábitos de tornar intenções
A mentira se diamantiza, cristaliza-se,
Re-vela de místicos sentidos de
Construir verdades nos traços e marcas
Das pegadas dos pé na areia fina,
O alentecer das angústias e náuseas...
Pequenas brisas escondidas nas urnas de areia,
Orquídeas no barroco do casebre,
Rosas no neoclassicismo de casas simples,
Lilases no impressionismo dos arranha-céus,
Samambaias no modernismo
Dos chapadões do sertão,
Reflexo e esperança,
Retalhos de fantasia apenas,
Canto de forte sinfonia, de vasta alegria,
Cânticos de enorme harmonia,
Baladas de sensíveis vozes agudas,
Mescladas e inter-musicadas, musical-izadas,
Plena felicidade,
Baladas de sin-cronia
No diá-logo trans-cendental
Das idéias prosaicas,
Dos sentimentos líricos
Das utopias poiéticas,
Comungadas aos sonhos
De versos e estrofes,
Musicalidade,
Ritmo
Dos sonhos de amar
O verbo
Da Fé Sertaneja ...
Luz de candeia
Cria imagens na memória,
No ser:
Sombra de imenso arvoredo
Canta tenras, singelas
Canções de ninar às flores,
Águas em arco-íris,
A inspiração reluzindo,
No céu
Vasto horizonte, pleno infinito
De brilhos resplandecentes,
Estrelas,
Nas montanhas pairam-se
Os ecos desesperados
Da humanidade,
A lua perde um pouco
Do brilho milenar,
Do resplendor secular,
No brilho das estrelas solitárias
Esparramadas, espalhadas pelo céu,
Pelo infinito,
A solidão humana em sua trajetória,
Em busca do encontro do Amor,
Da Paz,
Nas pradarias os murmúrios
De angústia e tristeza
Dos homens,
Há nuvens escuras no céu,
A última estrela
Bale perdida
Na enchente de luz,
As águas fixam-se inertes.
“Con-templar o in-verso, intencionando o verso”,
funilando o verbo e o amor antigo, a palavra e os desejos, os sentimentos de
ternura, carinho de amanhã, de outros tempos distantes e longínquos adiante
novas emoções nos olhos fortemente castanhos e a síntese de que nada morreu,
nada escafedeu-se, nada esvaeceu-se – cúmplices!
O silêncio é um incenso, segredo a par, enigma
singular e solitário, e nos becos soterrados há vazos, há túmulos, há flores,
há vias, há sinuosidades nos passos além becos e alamedas.
Ruas sem réguas, sem léguas, sem passos, sem luzes,
sem lógica nenhuma...
Luzes a-lumbradas nas pálpebras da insônia, se é
brilho ofuscante eu amo de paixão, sinto o ímpeto de senti-las verdadeiramente,
trans-literalizá-las em palavras de imagens, perspectivas de outros mergulhos
em profundidades inestimáveis aos sonhos de plen-itude, às utopias da
ab-solutidade das estesias que despertam o peito e a sensibilidade para a acuidade
das formas e conteúdos, temas e temáticas do sentir e pensar, na síntese do
verbo e dos versos “encontrar” as pontas das linhas para esticá-las, estender
os nós do sim e do não, os nós do consentimento de outras imagens se
manifestarem na memória, no espírito de trans-cendência do real, irreal,
contingente, quotidiano, os nós de barrocos e modernidades, de impressionismos
e símbolos, de expressionismos e metafísicas, de nostalgias de metáforas dos
nós da vida e da morte...
"Azular das veredas concertadas, brechar a
prática do déjà vu, e apreciar novos dialetos: um feito que faz as delícias de
quem se interroga uma vida o que é isto do ser e estar."
O verbo dos versos é a plen-itude das esperanças em
estado de êxtases, a inspiração necessita de uns nós de fé para as perspectivas
do amor serem verdadeiras, abertas a todos os uni-versos, necessita do tempo de
entregas e desejos, de sensações e volúpias, eis que as a-lumbrações do sentido
e trans-cendências do espírito dizem as quimeras, fantasias das noites de
inverno, sob o aconchego da lareira ou simplesmente com a janela aberta e a
Estrela Vésper, mesmo a Estrela Polar, do grande e imortal Virgílio Ferreira,
no céu, emitindo suas luzes espirituais e profundas, suas fontes de águas
cristalinas, tecendo, na trajetória sem pressa e sem margens, o tabernáculo da
travessia da vida à finitude da contingência, quando buscam, fálicas, as
ilusões do ser que afagam no colo o não-ser, a paixão se torna rumo, o
sentimento que se manifesta é profundo, o desejo de viver ultrapassa todos os
limites da vida e da morte, vou nos liames do tempo e da eternidade
entregando-me de corpo e alma aos clímaces e gozos do re-verso/in-verso dos
prazeres, alegrias, do avesso de antemãos dos sonhos de sair por aí e curtir as
maravilhas de estar bem com a vida, de haver brilho inestimável nas pupilas, o
sorriso nos lábios mostrando a língua que pronuncia e emite as suas palavras
sensíveis, sertanejas que des-lumbram e vis-lumbram as seduções da solidão, alma-solidão,
alma-travessia-[de]-nonadas, alma-nonada-{de}-andanças, produz os vulcões das
vontades de clímax os mais di-versos e prazerosos, elevação do eu e do outro em
espírito, e as resoluções da imagem apresentam os interstícios da verdade, do
indizível e do inaudito em comunhão com as estesias e êxtases, volúpias do ser
em suas alegrias de raiar os abraços quentes, as carícias singelas e ternas...
... o raiar da aurora em todas as suas formas de
beleza e simplicidade.
(**RIO DE JANEIRO**, 03 DE AGOSTO DE 2017)
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