*#AFORISMO 130/SOLITÁRIO ÀS ANTÍPODAS DO INAUDITO** - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Angústias... Dádivas... Melodias.
Livres, seguem sentimentos e emoções
por entre caminhos sinuosos, encontros e des-encontros. Ser livre está em questão,
sem dialéticas, contradiçoes, nonsenses, ser livre é nonsense. Não pensando que
a liberdade vai revelar às claras mistérios e enigmas da alma, não expectativas
disso e daquilo, mas a incólume certeza de que a etern-idade se real-iza quando
o sonho e a esperança atingem o verbo das querências.
De jamais, sob re-flexos numinosos do
tempo ad-jacente aos princípios caóticos seculares e milenares, na tentativa
compulsiva de alcançar a imagem lúdica de trans-versais dimensões da verdade,
no pálido crepúsculo dos ideais, deuses no jogo místico do mito entrelaçam os
ases das mazelas e tripúdios, ninfas degustando o sabor das heresias e
proscrições nas místicas relações com os horizontes de nuvens escuras e claras,
pôquer de viperinidades, Zeus con-templa com sorriso amareliçado, comungado à
esguelha do olhar, as inteligências plenas de re-cursos para o êxtase da
glória.
Repercussão do despojado
Vacticinação da imaculabilidade
Na "vertente" da
in-substancial-idade
Núncio de poemas
Na "vertente" de quimeras
De eloquências que superiorizam-se
O dia-a-dia de padecimentos e
angústias
Super eminência de protótipos
Na "vertente" da querença
Que profere o espírito de inocência,
Inocência à cata do absoluto,
Diafanidade de lágrimas vítreas
A irromperem do manancial primitivo
da bondade,
Verbo de estâncias
A enredarem de âmagos do sublime
A sensibilidade do tempo
Na contiguidade das fés,
Nas pre-figurações dos ritos, mitos,
Nas con-figurações dos "causos'
e lendas,
Nas re-presentações das "máximas"
pagãs e in-verdades,
Casualidade de sonhos
Em designação do rigor
A nutrirem caprichos e fantasmagorias
Do afluir – a – ser de perspectivas e
cosmos
Da sátira do Perfeito.
Dos pretéritos, quais pontos sem nós,
quais eiras sem beiras, quais rios sem margens, sem pressa, chamas ardentes de
volúveis volúpias ascendendo desejos e vontades de, no verbo de defectivas
id"ent"-idades residirem as essências eternas e efêmeras de leveza da
alma por onde perpassarem, volutearem enigmas e mistérios, girarem na roda-viva
de lendas, concebidas de rituais de crendices a fora as res das dúvidas e
incertezas do nada aquém das náuseas ipsis, esplendendo o silêncio solitário às
antípodas do inaudito, aos auspícios do inteligível, aos cumes do desconhecido
para refestelarem as singelezas e meiguices dos manque-d´êtres, ausências,
falhas, faltas perdidos na psíque dos idílios e quimeras, des-virtuados no
inconsciente sem margens, sem pressa de omitir, no cenário tragicômico da
felicidade e desgraça, da real-ização e fracasso, da glória e decepção, a
in-verdade de pura ab-solut-idade clamando aos interstícios da memória o ente
que move os solstícios do orvalho da madrugada em cujos recônditos a coruja das
divin-itudes, antes de alçar o voo para o orfeu das notívagas esperanças de o
alvorecer ser o silêncio da sinfonia, precedente, à solidão da rítmica música
que flui as quatro estações do ser... passagem... travessia...
Ah, angústias, tristezas, solidão e
desprezo desterrando as derradeiras quimeras, ilusões, idílios, lançando-lhes
aos antes de quaisquer inspirações e intuições do perpétudo, do nada nas
fronteiras de nulidades obtusas do uni-verso, da náusea nas bordas do deserto
perspectivado de luzes do ponto longínquo, à distãncia, vislumbrado na
superfície, ao longo dela, do mar processando pequenas ondas, metáforas do
sublime, símbolos da pureza, signos da simplicidade, que deslizarão ao longo da
praia de arreias ardentes, gaivotas ciscando o alimento ad-vindo de alhures.
Meiguices oceâncias do sem-limite, o mundo não encontra obstáculos para
perpetuar as contingências.
Mente vazia de pensamentos, idéias.
Alma silenciosa de sorrelfas. A vida, nada. A ec-sistência, pura nonada. O ser,
verbo de passamentos do subjuntivo ao gerúndio infinitivo de particípios. O
não-ser, radical temático do sujeito à mercê de predicativar o eidos da prosa
sob o proscênio de luzes pequenas e breves, lumiando o picadeiro onde o
silêncio e a solidão, vazio e nada re-representam o "pane et
circenses" dos solipsismos da imortalidade.
Eis que nada sou, no verbo de ser do
nada, reergo os desejos.
(**RIO DE JANEIRO**, 28 DE AGOSTO DE
2017)
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