#AFORISMO 73/FILOSOFIA DA ESTÉTICA-ESTILÍSTICA: EID-ITUDES ESTÉTICAS DO VERBO-SONHO# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
"A poesia é de ouro e riso e não de cascalho para cobrir a poeira
das estradas" (Manoel Ferreira Neto)
Epígrafe:
"Na universalidade existencial capta-se e afere-se toda poética,
para que o poema resplenda, ilumine e sacie almas sedentas de conteúdos e
beleza num alento sob o caos do existir." (Graça Fontis)
Poesia do nada. Poesia do efêmero. Poesia de nonadas.
O mesmo que rimar "sim" com "capim". Não há
linguística que redima e salve, redencie de nos pastos e campos se alimentarem
dele, degustarem de sua melosa substância, engordando-se dos nihils que
neblinas e orvalhos esplendem ao longo do tempo. Não há semântica que desculpe
e perdoe, justifique que nos lotes vagos ou terrenos baldios não há húmus para
engrandecer as rimas, para edificar os versos, para elevar as estrofes. Não há
estilística que re-vele os inter-ditos que residem profundos na alma do tempo,
o futuro a afluir-ser. O vento não levará consigo ao longo das veredas, largará
para trás, nada tem a dizer, a despertar.
Paráclitos pers de dialéticas efêmeras de horizontes obtusos, pectivas
eternas de uni-versos sombrios, horizontes de trevas e brumas, em cujos - do
alvorecer brilham de resplendor e magia, - ângulos... os raios do crepúsculo
numinam as inspirações escusas, as intuições chinfrins, sonetos, poemas livres
chinfrins, puro nonsense, e, com talentos e dons, sublimes, versos e estrofes
mágicos, quê beleza e esplendor, despertam os sonhos do nada cristalino de
ideais e idéias a criarem e re-criarem os interstícios da alma para a
consumação da vida, pré-núncio do ser, mas como o inter-dito das esperanças,
entre-linhas das palavras entre-laçadas da a-nunciação da verdade são juízes
lídimos e idôneos do absoluto divino, os sonetos ou poemas livres do póstumo
concebido no eidos do nada cristalino pervagam nas trevas, vagueiam no espaço
de brumas, perambula no limbo do caos, a alma se re-colhe no re-canto da
solidão, con-templando angústias, tristezas, melancolias, nostalgias, mergulha
inteira na cripta da frustração, simplesmente se prolongou de frustrações e
fracassos.
A poesia é de ouro e não de cascalho para cobrir a poeira das estradas.
Cáritas pectivas de dialéticas eternas de confins ornamentados de
pretéritos cont-templados à luz do sol desértico que, com suas miríades de
brilhos, concebe o oásis à mercê da distância que passo a passo revela a ilusão
de ótica, húmus, semente da busca, desejo, volúpia do encontro com o sublime da
peren-itude, com a simplicidade da etern-itude, ingenuidade da efemer-itude das
travessias em cujas nonadas sintéticas do vazio e vacuidade habitam a estrela
polar, guia dos caminhos da verdade, inda que passageira, mas átimo do tempo
que, de linhas em linhas, no tecer e tessitura da esperança crocheteia as
arribas límpidas, trans-parentes, trans-lúcidas, trans-lúdicas dos in-finitivos
do espírito que precedem, antecedem, vem antes dos pretéritos da alma a
insistir, persistir que são o alvorecer perene e pétuo-per da essência
ec-sistencial do ser metafísico da floresta silvestre, em cujo espaço resplende
o cântico da natureza, das águas límpidas dos rios que passam de por baixo das
pontes, revelando outros percursos e decursos da continuidade poética da
poiésis de novas e re-nascidas esperanças à luz da lua azul a conduzir a fé, no
sentido de ser o húmus das inspirações e circunstâncias existenciais, às
long-itudes do oceano, onde toda a vida concebe, gera, dá a luz às eid-itudes
estéticas do verbo-sonho de amar o ser, ser o amor.
Poesia da verdade. Poesia do ser. Poesia da trans-cendência-silva da
felicidade que se re-faz, re-nasce nas miríades de raios cintilantes das
estrelas, de átimos brilhantes da lua na iésis dos versos vers-éticos do
pleno-absoluto, das estrelas vers-orais do cântico ritmado do vernáculo bíblico
do tempo em-sendo, por sido da morte além da vida, da vida além das
prenuncidades da divina essência, etern-idade do Ser, Verbo do Tempo.
(**RIO DE JANEIRO**, 02 DE AGOSTO DE 2017)
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