SONINHA SON Sonia Gonçalves ESCRITORA POETISA ANALISA O AFORISMO /**PERPETUA-SE O EQUÍVOCO**/
Perfeito
Manu... De fato, a solidão que domina a humanidade d'uma forma sombria,
consiste sim no fator primordial, ausência de amor no coração humano. Eu nem
vou entrar no mérito da questão, pois poderia até ser mal interpretada...Amo os
animais de uma forma geral... excetuando as serpentes talvez rsrsr porque tenho
pavor, contudo meu querido vejo tanta gente lutando e falando em amor pelos
animas, porém não ama um milimetro seu semelhante, ai você poderá dizer, mas
Soninha os animais são bem melhores que os humanos, podem ser, devem sê-lo,
mas... eles não falam com você, não te retrucam quando não gostam de algo, não
gritam, não atiram em você , não te xingam... O maior desafio não é amar um cão
que depende de você para alimentá-lo ou um papagaio que só vai dizer o que você
ensina, o maior desafio é amar outro igual, igual sim porque ninguém é
perfeito, muda apenas os defeitos entre um ser e outro porém somos imperfeitos,
e seu texto me arrancou esses pensamentos à medida que é um texto super
reflexivo Manu... Você mesmo questiona o tal paradoxo do ser ambíguo onde
permanece a dúvida...Acho que sim apesar de não perceber você tece sim ideias e
considerações primordiais... adorei muito seu texto Manu a negligência para com
o criador é o motivo do caos.O Homem sem um ideal sem Deus, é um naufrago no
mundo. Bjos querido amigo. Té...
Soninha
Son(Sonia Gonçalves)
Você,
Soninha Son, intuiu, percebeu, visualizou, compreendeu e entendeu com perfeição
e excelência o "eidos" deste Aforismo: "Paradoxo do ser ambíguo onde
permanece a dúvida". Não sou ateu, mas no Deus das religiões, sobretudo no
da Igreja Católica, não acredito mesmo. O paradoxo é justamente este: a
humanidade reverencia um Deus e vive plenamente à parte d´Ele. A humanidade
canta, decanta, recita, declama o Amor, mas nada ama, nem mesmo os animais. O
aforismo traz em si a pretensão da definição, da conceituação, deseja reger a
vida. Este aforismo define os paradoxos humanos.
Té,
querida!
#PERPETUA-SE
O EQUÍVOCO#
GRAÇA
FONTIS: PINTURA
Manoel
Ferreira Neto: AFORISMO
Deus
tem pleno sentido, Deus só tem sentido existencial se for resposta à busca
radical do ser humano por luz e por caminho a partir da experiência de
escuridão e de errância, de solidão e sombras. Ou simplesmente pela experiência
iluminadora de sentido que deriva da vida, da majestade do universo, da
inocência dos olhos da criança.
Deus
olhou suas criaturas e com divino e paternal cuidado constatou que a solidão
não lhes faria bem, não realizaria suas vidas. Olhou-as com olhar preocupado,
sentimento de alguém que só quer o melhor para elas, pois na vontade divina não
cabe a solidão. Con-templo agora nós, geração marcada por estar assim, tão só.
Mergulho em alguns temas procurando respostas... Vejo a solidão com três faces:
a primeira, espiritual. Quanta gente só, diante do mistério, diante do
inefável, diante da Vida. Não escuta Deus, não fala com Ele, não o encontra,
não o pensa, e ainda tem a petulância de ser ateu, o maior inconsciente é
aquele que negligencia a inconsciência. Falar de Deus os homens somos capazes
mesmo sem palavras, mas falar com Deus é necessário haver palavra que possa Ele
ouvir, e esta só poderá ser dita através do Amor e da Compaixão. Que solidão
terrível, esta: a criatura desencontrada do seu criador, semente sem campo para
germinar, alma que não encontrou o caminho da própria casa.
Quem
sabe devesse tecer considerações que penso e sinto serem primordiais no sentido
de tornar lúcido o que dentro trago em mim, o paradoxo, que, por vezes, não
encontro modo de definir, as situações indecorosas em que me envolvo, muitas
vezes tendo de calar-me, nada dizendo, deixando-me exposto a todos os ventos e
sibilos deles de entre serras e montanhas. Há quando penso comigo que questiono
a natureza da arte, expressá-la de modo exemplar e único, estilo particular e
singular, tendo de carregar a tinta no que há de contraditório, sem senso, quem
sabe atingindo o efeito pretendido, o que requer submissão às constantes
análises sobre a produção. A idéia assume o papel de motor que faz a arte.
E, em
me referindo ao ambíguo, não posso deixar de registrar, ainda que penso não
devesse estar tecendo tais considerações, para que irão servir, pergunto-me,
angustiando-me, pois que não saberia responder por elas. O ambíguo se me
apresenta num campo aberto de sentidos, revelando ou sugerindo diversos
significados, às vezes até opostos, sem confirmá-los jamais, se o fizesse,
creio, perderia a originalidade, pois que intencionam ser imagem do mistério.
Como o objeto ambíguo aponta aspectos e valores múltiplos!...
Perpetua-se
o equívoco, que não se extingue, mesmo quando, por instante, penso que
encontrei o sentido verdadeiro.
(**RIO
DE JANEIRO**, 10 DE JUNHO DE 2017)
Comentários
Postar um comentário