#SILÊNCIO!... LEITO DE JAMAIS E OUTRORAS# - GRAÇA FONTES: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
"Só
na intimidade as palavras se tornam verbos."
Sim.
Interessante
observar que no leito de jamais e outroras jamais iniciei meditações,
reflexões, críticas, apenas brincadeiras bem sucedidas com as amadas-amantes
palavras, se me dada a licença de assim estar a dirigir-me a elas, desejando
dizer que me dão alegria e júbilos, com uma afirmação tão categórica “sim”,
dizendo estar de acordo com o que projetei de início, estar encetando outros caminhos,
os de desenvolvimento de origens em nível de algum silêncio que me habita,
denominando-lhe desde sempre de astúcias, mas em suas entranhas habita-lhes a
inteligência e sabedoria divina que me ditam nas entrelinhas o leito de jamais
e outroras que conquistarei ao longo de sedes e fomes milenares pó-eticamente a
habitarem os desejos mais profundos de encontro com a Verdade, esta que se
encontra nas origens do vernáculo bíblico e sagrado, a que mostra ao homem as
suas atitudes e ações com o outro, com quem juntos deverei cumprir a missão de
quem com palavras busca despertar nos homens o desejo de expressarem o que lhes
vai no espírito e alma, sentindo as asas da águia que atravessa águas,
florestas, abismos, serras, indo em direção ao horizonte em que se perderá nas
nuvens e neblinas distantes longínquas e tudo o que se conservará na memória e
no espírito será o seu grito de felicidade e entrega ao afago de carinhos e
carícias.
Sim.
Se
me é dado crer as únicas esperanças que poeticamente habitam-me as experiências
e utopias que me levam nas asas a aflorarem serenas as delícias que é
reconhecer a liberdade depende da “terra da liberdade”, lembrando-me dos
ensinamentos bíblicos de Moisés a quem fora entregue por Deus levar o seu povo
à Terra Prometida.
Silêncio...
Oh, homens, quem buscais a audiência eterna com Deus, não sobre as ações e
atitudes, compaixões e solidariedades, deixai esta palavra criar raízes nos
interstícios de vossas almas sedentas milenares e seculares da água límpida das
fontes onde se encontra a Verdade do Senhor; deixai esta palavra “silêncio”
fazer-se carne, ossos que nunca emagrecem, quem sabe devesse dizer
imaginariamente de um verbo pronominal “ossos que nunca se emagrecem”,
contrariando os cânones da gramática, normas e regras que, mais das vezes, não
deixam a palavra mesma sonhar com a Terra Prometida...
Deixai
esta palavra fazer-se sangue de vosso sangue, na alegria de aos domingos
dirigir-vos à Casa de Deus, deixar em mãos d´Ele vossas compaixões e
solidariedades, por que não as volúpias do sonho de integração, de mergulho
profundo na águas, criando e re-criando o leito de jamais e outroras, quando o
homem po-eticamente habitava suas esperanças e utopias.
Na
alegria de rezar, de contemplar os sonhos do verbo amar, de silenciar em Deus.
Sim.
No
silêncio de um canto, ouvi o “recado” do Senhor. Se me sinto, Senhor, livre
para ser a pessoa que sou, mais do que o “personagem incubido”... Livre para
sorrir, cantar, abraçar. Livre para escrever e para modificar e completar e
enriquecer o que pensei, o que pré-escrevi, o que achei. Recebi a missão de as
letras levarem mensagens de sabedoria e inteligências, muitas vezes, vêm
envolvidas no leito de jamais e outroras.
Nada
como o sibilo de vento de entre serras, à noite, para me persuadir, mover,
impulsionar, empolgar, com as emoções, sentimentos, intuições, e tudo o mais
que o mais milenar e secular dos homens, se é que exista algum, estou
desconfiado não exista, enfim, os entusiasmos e euforias, a imprevisibilidade,
a ESPERANÇA, que nos orienta, é a bússola de poder compreender a proximidade do
homem são a cruz e o tempo.
Nada
como a noite para recordar, lembrar, rememorar, memorizar, os gestos, atitudes,
compaixão e solidariedade, o silencio!... leito de jamais e outroras, os
olhares deste homem quem se entregou à “magia” das palavras que tocam os
íntimos, despertam a fé às vezes desde silêncios milenares fora esquecida.
Sim.
Quem
sabe através de palavras que se fecham em si, tudo o mais se recolha no sono de
sonhos de FÉ, a relva na crista do vento, a macieira aninhada no espaço, tudo a
conceder-me a solidão de oliveira no céu de verão?
A
isto não posso arriscar a afirmar munido que esteja de originalidade, enfim os
sonhos se confundem com o dom gratuito das palavras, eu quem acredito que as
“palavras só se tornam verbo na intimidade”, em cujos caminhos sou quem deseja
o encontro e alegria de colóquio de paz e respeito;.
Sempre
acreditei que algo fora invertido ao longo da história dos homens, algo que, se
compreendido em sua profundidade: dizem que o amor precede o respeito, mas
acredito ser o in-verso que me identifica com a luz que ora se incide gloriosa
e resplandescente neste leito de jamais e outroras que busco com voluptuosidade
e volúpia nesta noite que é passagem para a Luz.
Então,
se reunir estas três dimensões do Espírito,
ESPERANÇA, FÉ, LUZ, quem sabe o homem-de-treva torne homem-luz na
comunhão de irmãos e companheiros
Crio
a intimidade com Deus, com os outros na “comunhão dos “santos”, com o AFAGO na
comunhão da “criatividade e do amor”.
Só
na intimidade as palavras se tornam verbos.
(**RIO
DE JANEIRO**, 30 DE JUNHO DE 2017)
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