#A VIDA NOS AUSPÍCIOS DA PUREZA, QUÊ DESPAUTÉRIO# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Tem
dias que se se sente à beira da eternidade, con-templando as arribas e confins,
o inaudito das belezas do in-finito, sonhando prazeres e volos do além, a alma
pres-ent-ifica as dialéticas da plen-itude e fugacidade dos desejos que
preenchem as forclusions do ser.
Tem
dias que se se... Não havendo dias que se se..., olha-se as coisas e objetos
com indiferença, observa-se a vida com náuseas, o ser se esvaece nas grutas das
maquinés desoladas, o tempo se esgarça nas cintilâncias lunares, a ausências e
faltas abrigam-se nas grutas da floresta, o nada se atira de cabeça no
precipício, o cosmos e o caos mergulham no in-audito do genesis... a vida nos
auspícios da pureza, que despautério!
Mas
tem feito frio, hein! Mas, enquanto a esfera da pena desliza no branco da
página, de mansinho, leveza que só ela é capaz de saber e entender, o que
registra é legível, aquiescido, é que não se sabe, mesmo que garatujando
nonsenses, a mão não precisa de luva para lhe aquecer, a alma não se enchafurda
no espírito subterrâneo, desejando as caliências do além.
Vou-me
embora para a Antártida, lá a esfera da pena dirá as in-verdades da verdade, o
frio intenso é fruto da imaginação fértil.
(**RIO
DE JANEIRO**, 15 DE JUNHO DE 2017)
Comentários
Postar um comentário