#LAREIRA DO VENTO E DO SILÊNCIO# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
E
agora, José, que o uni-verso come com linces do olhar os in-fin-itivos de
confis e arribas?
E
agora, José, que o instante-limite do nada é o absurdo das facticidades?
E
agora, José, que as páginas em branco dos ideais da beleza do belo permanecerão
vazias de letras?
E
agora, José, que a vida é somente a última esperança da eternidade?
E
agora, José, que o tempo silenciou os sibilos do vento?
E
agora, José, que o vento espalhou as folhas secas ao longo da colina?
E
agora, José, que os janeiros do rio passam de por baixo das pontes partidas?
Trevas.
Sombras. Vazios. Nonadas.
Silêncio.
Vento. Solidão. Nada.
Tempo.
Silêncio. Náusea. Verbos
E as
esperanças iluminam o ad-vir.
E os
sonhos a-lumbram perspectivas do In-finito.
E as
utopias verbalizam as con-tingências dos ideais e volos do póstumo.
E as
estrelas velam o ossuário da terra.
E a
lua brilha no horizonte inspirando o in-trans-itivo verbo de amar.
E as
ausências do ser re-fletem nos terrenos baldios da alma.
E a
sede de conhecimento aquece as vontades de con-templar as dialéticas do efêmero
e o eterno.
E as
dialéticas da iluminação crepitam na lareira do vento e do silêncio.
E as
luzes da ribalta cintilam raios de cores na moldura do mundo suspensa no cabide
do absoluto.
E as
sendas silvestres são trilhas para as perpétuas buscas do Ser.
E as
mauvaises-foi são anestésicos para as impotências da sensibilidade e
inteligência.
E os
manques-d`être são os prazeres e êxtases da libertinagem conciliada às heresias
à luz da morte.
E o
pórtico partido para o impossível reverencia as imperfeições do pretérito,
aplaude com veemência os efêmeros silêncios do nada.
E a
poética do espaço espiritualiza os re-versos e in-versos da razão.
E as
in-verdades da morte e seus delírios do eterno projetam as sorrelfas compactas
ao auspício da colina dos insurrectos.
(**RIO
DE JANEIRO**, 29 DE JUNHO DE2017)
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