#PREFÁCIO - LEMBRANÇAS DE UMA JORNADA, DE ANTÔNIO NILZO DUARTE# - Manoel Ferreira
Instantes
há para todas as coisas. Há aquele instante especial da decisão peremptória de
narrar as "Memórias", narrar o que foi vivido, o que foi
experimentado em todos os níveis, tornando-se, assim, "Testemunho"
categórico da vida.
As
memórias da trajetória de uma vida se revelam livremente. Memórias Íntimas
afluem-se seguindo o transcurso sensível, a linguem e o estilo do memorialista
se mostram no interior da sensibilidade, são retirados da alma, são
confeccionados de sentimentos, emoções e dimensões sensíveis. Memórias da vida
sensível e íntima.
Agora,
não sendo somente "memórias" da vida sensível e íntima, mas também da
vida profissional com a trajetória e o itinerário de uma carreira, a linguagem
e o estilo são diferentes.
Aí
está a genialidade, a sensibilidade, o dom e talento do escritor memorialista
Antônio Nilzo Duarte, com quatro obras de sua vida ao lado da saudosa esposa D.
Neuza de Souza Duarte e os dez filhos. Projeta escrever essa oba envolvendo
histórias da vida sensível e íntima mesclada da trajetória de sua vida
profissionall na Alfaiataria Duarte, de propriedade de seu pai, como também da
sua como empresário na DISVOL - Distribuidora de Veículos Curvelo Ltda.
Após
alguns anos do falecimento da amada e querida D. Neusa, esposa por quarenta e
cinco anos,o escritor memorialista Antônio Nilzo Duarte decidiu narrar a vida
com a amada D. Neuza e os dez filhos,e a profissional que significou momentos
de grande alegria e desafios para a realização e sucesso dos empreendimentos de
seus pais e o próprio na segunda fase de sua carreira que exigiu muito amor e
dedicação. A perda, a dor e o sofrimento ao longo do tempo não são fáceis de
suportar, mas nada como amenizá-la com as memórias, pois quem sabe surtiria
esse efeito: conviver mais facilmente com a perda e o tempo. Pôs mãos à obra:
narraria a vida, a feliz vida com D. Neuza, os amados filhos e trajetória
profissional.
Empreendimento
neste nível não é tarefa fácil. De início, a memória responde às necessidades
de linguagem e estilo adequados, mas ao longo da narração o memorialista pode
se perder, e todo o projeto pode sentir as nuances. Mas o escritor memorialista
Antônio Nilzo Duarte não se perde na narração de sua trajetória profissional e
de sua vida íntima, a obra adquire o mesmo nível das anteriores, e em alguns
momentos é surpreendente como a harmonia, sincronia, sintonia da memória e da
narração, linguagem e estilo, se realizam e confeccionam-se.
O
Terceiro Volume da Obra, "SENTIMENTOS DE ESPERANÇA", já estava pronto
para publicação, quando Antônio Nilzo Duarte comunicou-me a sua decisão de ser
eu o Apresentador da Obra, o que escrevi com todo carinho, amor e afeição por
este grande amigo. "Cartas Inesquecíveis de Amor", correspondências
que eles trocaram durante o namoro e enquanto noivos, ele residindo em Curvelo
e D. Neusa em Sete Lagoas.
Nova
surpresa para mim: fui convidado a escrever o Prefácio do Livro, e estando o
mesmo sendo revisado, não pude ler para escrever o Prefácio, mas como já
conhecia os três livros anteriores e convivendo com Antônio Nilzo Duarte
sempre, morava eu na cidade histórica de Diamantina, mas sempre vindo a Curvelo
e me encontrando com ele para os nossos momentos sensíveis de conversas,
realizei o Prefácio sem ler a obra, só depois de publicado o livro é que a
leitura fora feita.
Dizia-me
Antônio Nilzo Duarte que o último livro de suas memórias era "Cartas
Inesquecíveis de Amor" e eu lhe dizia para que continuasse a obra e
escrevesse pelo menos mais um volume. Não, não. Já não tenho aquela mesma
disponibilidade que tive para escrever os quatro volumes, reunir todas as
cartas trocadas entre mim e D. Neusa, mas sinto que realizei o que desejava:
narrar a vida e o amor por D. Neusa e os meus amados filhos, foram suas
palavras.
Encontrando-nos,
lembrava-me de mais um volume de tão magníficas e esplendorosas memórias, obra
sem precedentes na História das Letras Portuguesas, o maior escritor
memorialista que Curvelo conhece e conhecerá pelas décadas e séculos vindouros.
Ninguém será capaz de superá-lo.
Memórias
qualquer pessoa pode escrever, mas o testemunho sincero, verdadeiro, digno de
um amor à esposa e aos filhos, e sua trajetória profissional, acompanhado de
sentimentos, emoções, sensibilidade e a alma revelada em sua profundidade, isto
ninguém é capaz de fazê-lo como o fez Antônio Nilzo Duarte.
E não
é que Antônio Nilzo Duarte, aos pouquinhos, aqui e ali, fora escrevendo o
Quinto Volume das Memórias. Certa vez, chegando em sua casa, comunicou-me a
realização do último volume da obra: outro livro com narrações de fatos vividos
com sua amada esposa e filhos e sobre a trajetória de sua vida profissional,
como comerciante na Loja e Alfaiataria Duarte de seu pai, Thomas Duarte Júnior,
e como empresário da DISVOL - DISTRIBUIDORA DE VEÍCULOS CURVELO LTDA., dele e
de seu irmão Dr. Hernan Yves Duarte.
Outra
empresa para mim: convidado para fazer o Prefácio da obra: o quinto volume
"Lembranças de uma Jornada" com as memórias íntimas a trajetória de
sua vida profissional.
Numa
palavra: Fim de Festa é Fim de Festa. O vivido é durante ela. O fim dela é
apenas uma pincelada. A Apresentação do terceiro volume e o Prefácio do quarto
livro representaram leituras das entrelinhas das memórias, o estudo literário e
filosófico das obras. Seria enfadonha a leitura deste quinto volume como fizera
nos volumes anteriores.
Só há
algo a dizer: nos quatro volumes anteriores, os protagonistas das memórias eram
D. Neusa e os filhos. Antônio Nilzo Duarte mantem uma postura de estar dentro
da obra, observador da vida da família, do inestimável amor pela esposa e
filhos. Neste Quinto Volume, o protagonista é Antônio Nilzo Duarte, abre-se
para a investigação de sua personalidade, caráter, narrando-se, dizendo quem
ele é e como se fez na vida. Sempre com a verdade, a honradez e com a dignidade
de um homem em escrever sobre a vida.
Em
nenhum instante desta obra, observa-se criatividade na sua personalidade e
caráter, não inventa, não cria, não recria um "Eu". Revela a sua
verdade, do homem que é.
Assim,
memórias íntimas e memórias profissionais constituem a vida do escritor
memorialista Antônio Nilzo Duarte. Obras capitais para o conhecimento de uma
vida inteira, vida constituída de muito amor e dedicação.
Manoel
Ferreira Neto
Escritor,
ensaísta e crítico literário.
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