#O DESEJO É ORIGEM DA VERDADE# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
I -
VIOLINO
Sentinelas
Espírito
de verbos em ritmos, melodias. Corpo de baile, performances de gestos.
Aliterações, prosaicas sin-estesias. Mãos vazias, nasce uma poética-pensante.
Homens diferentes só são encontrados no xeque-mate, onde é a sua igualdade.
Arranjos
líricos con-figurando pers-pectivas de estética uni-versal,
re-versando
de imagens místicas águas coloridas de arco-íris, neblinas regando de níveas
solidões longínquas sarapalhas do in-fin-itivo efemerizando in-fin-itudes
finitas do tempo divagando entre sibilos de vento, entre trinados de pássaros,
entre as três margens do rio da floresta esplendida aos raios de sol,
perpassando as frinchas de árvores frondosas, oliveiras, palmeiras, pinheiros,
flamboyants, in-versando, ad-versando, con-versando de luzes mitológicas a
areia banhada de ondas do oceano à mercê da lua cheia, às quiças dos planetas a
percorrerem longínquas docas, frente à efígie e a esfinge re-fletidas na imagem
do espelho.
II -
HARPA
Gaivotas
dormem o sono de sereias, sonham os deuses lusiádicos do mar, re-festelando à
soleira de ilhas perdidas, versejando in-lúdios, pre-lúdios, fin-itudes
in-finitas de aquéns, plen-itudes eruditas de alhures, emoldurando, na face de
espelho lendário, a essência do verso-uni ad-vers-ificado de nostalgias
sinuosas
nas linhas de éritos, sonhos esquecidos, ilusões simuladas, quimeras
imaginadas, melancolias, saudades lusitanas, mister pagar pela eternidade e
morrer várias vezes, enquanto for livre, enquanto viver, Inês de Castro
desenhada de fluidos ad-vindos da profundidade do oceano, a serpente
paradisíaca no seu instante de preguiça, estremecendo as linguísticas
metafóricas dos sentidos do genesis envelados de ideologias temporais, na
consumação do espírito eterno, movimentará sua língua às cavalitas da rede no
vai-e-vem do ser-vagabundo-de-divin-idades-históricas-de-confins...
III -
CÍTARA
Vontade
de trans-mudar o belo das estesias, est-esias. Desejo de trans-literalizar a
beleza pururuca do in-audito, vers-ificando conúbios de Ganache, ganache de
éritos sonos do tempo enovelado nos planetas, ganache de miríades de orvalho
regando de gotículas as bordas de Júpiter, abismos em precipícios de "Nada
sou/À parte isso, tenho todos os sonhos do mundo", por qualquer coisa de
mim querer mais longe a-nunciações do porvir ad-jacente ao
ab-strato-sub-strato, stratus. Sensações pervagam livres abismos, instintos
deambulam excitados grutas, cavernas, ilhas desertas, bosques sinistros, portos
misteriosos; são suaves, ternos à soleira do encontro do mar e as estrelas
cintilantes... Assim, alço voos profundos à busca, no além, abstrato-porvir,
inaudito-ad-vir, re-festelar a alma sedenta de metafísicas do vazio-silêncio
preenchendo lacunas, solidão do nada performando forclusions.
O
desejo é origem da verdade.
A
verdade é fonte lúdica do absoluto.
O
absoluto é princípio do pleno...
IV -
FLAUTA
De
in-fin-itudes do tempo e eterno, retina às visões ampliando olhares do
vir-a-ser pleno, princípio, origem, genesis, utopias vedas, veredas gran,
sendas, silvestres alamedas. A luz diáfana fosforescente numinando de miríades
de raios solares, iluminando de oásis desérticos o ser olvidando imagens de
efígies pretéritas efêmeras, à mercê de tempos in-esquec-íveis, à
uni-versal-itude do vazio-nada, ad-jacência à ternidade trans-figurada, trans-elevada,
trans-cendida, desejos do "ent" em "ids", de seren-itudes
espalhadas e abertas às solen-idades do vento na colina.
Sinfonia:
sentinela de verbos defectivos e sem sentido...
(**RIO
DE JANEIRO**, 12 DE JUNHO DE 2017)
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