SONINHA SON Sonia Gonçalves ESCRITORA E POETISA COMENTA O AFORISMO /**AFORISMO DA SÍNTESE: REALIDADE TOTAL DO HOMO FABER E HOMO SAPIENS**/
Nossa
que texto lindo Manoel Ferreira Neto (Manu) demais de lindo... O tempo pode
estar estranho ligeiramente estrangeiro, mas olha tua inspiração continua
fabulosa! Digo sem sombra nenhuma de emotividade presente, digo com os
sentimentos bem acentuados e uniformes.Ler-te sempre um bom presente para
exercitar o nosso intelecto, Manu, impressiona-me como viageiro que és e como
tens histórias pra contar; parece um alquimista de fato não só das letras, mas
um viajante do tempo onde nos fala do passado épico, do presente vigente nos
leva a viajar pelo perene futuro, nos faz ver claramente a diferença temporal
entre um e outro, mas sempre num mundo mágico de unicórnios de fantasias em
misto às realidades cotidianas, e o amor sempre como ligação entre todas as
coisas... Amei de paixão... Grata Manu,
sempre imenso prazer te ler... Bjos
SONINHA
SON(Sonia Gonçalves)
#AFORISMO
DA SÍNTESE: REALIDADE TOTAL DO HOMO FABER E HOMO SAPIENS#
GRAÇA
FONTIS: PINTURA
Manoel
Ferreira Neto: AFORISMO
"Decerto
o homem nunca renunciará, jamais renunciará e resignará ao sofrimento e à dor,
aos caos da História Universal, em detrimento da História da Humanidade. "
O
dia que amanhece atrás de uma beleza invisível a olhos nus, de um belo
in-audível, indizível, inverossímil. Uma beleza muda, silenciosa: a mudez dos
sentimentos lindos e breves, de emoções belas e efêmeras; o silêncio da
sensibilidade que anda em câmera lenta num campo aberto, a perder de vista,
numa grama respingada de orvalho da noite; da emotividade que se senta ao
portão de uma casa e fica a olhar para o infinito, as nuvens brancas e azuis:
"Quanto tempo devo manter meus olhos grudados no in-finito? Isto não é
mais um sonho, é a coisa real. Há um vento estranho ainda soprando no convés
superior
Há
uma cruz de ferro ainda pendurada em seu pescoço. Há uma banda tocando no lote
vago." Uma recordação irresistível e magnificente: a irresistibilidade de
olhos que se encontram numa lua enluarada, a lua cheia, vermelha e amarela,
numa conciliação de esplendor e maravilha, numa conjugação de infância,
inocência e ingenuidade; a magnificência de esvaimentos que se aniquilam a si
mesmos; magnificência de uma existência marginal do fantástico, que inventa a
lei a que se submete, excelência de desejos que re-criam um ec-sistir do nada,
do efêmero, a que jamais se entrega. A memória de um passeio ao final da tarde,
subindo a montanha, pisando nos cascalhos, vendo poeira nas folhas das árvores,
folhas e gravetos secos no chão, árvores de troncos enormes e raízes que se
afloram do fundo da terra, a água cantante de um pequeno córrego, numa gruta, a
grama dançante, a dança de uma evidência que se faz mister escovar-se todas as
manhãs; as manhãs perderão as cores e a vida saindo da água, subindo a corrente
das verdades às avessas, num silêncio mudo e seco.
O
dia está para além da montanha, silenciosa, radiante, esplendorosa: de um
silêncio indisciplinado e desordeiro, um pedaço de matéria escravizada,
submetida a uma ordem obvia, mas o significado é desordenado, invertido,
despido de caracterização, palavra, mensagem, conteúdo.
Realidade
total do homo faber e homo sapiens. A palavra exprime e expressa o humano e o
sensível. A letra registra e imprime quem somos. A frase descreve o sentido
correspondente que pode ser exposto no coração puro, na consciência evidente,
na mente que diz a si mesma, na emotividade do homem bom e honesto. O parágrafo
narra a porção de harmonia possui os homens honestos, sinceros, espontâneos.
Decerto o homem nunca renunciará, jamais renunciará e resignará ao sofrimento e
à dor, aos caos da História Universal, em detrimento da História da Humanidade.
A sentimentalidade do amar apaixonadamente amado, ao carinho tenro e tênue, à
afeição madura e à criança. A identidade obviamente filosófica e psicanalítica
de por baixo de feições singelas e agradáveis.
Um
tempo imenso estranho e estrangeiro. Há dias em que o sol parece ir rachar o
chão: um calor insuportável, seco, sem vento, suor escorre livremente pelo
rosto, inerente á vontade, tudo aberto, escancarado, de um extremo ao outro.
Tudo irá ruir muito em breve frente aos olhos.
O
sol quer firmar-se. Não o fará. A sua claridade será por pouco tempo. Aqui
dentro, faz um pouco de frio. Esta pouca frieza permanecerá pelo dia inteiro.
(**RIO
DE JANEIRO**, 28 DE JUNHO DE 2017)
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