#Ó ANJOS DAS GAIAS CIÊNCIAS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA
Noite
ofegante, negrume dos pinheiros,
Silencioso
céu,
O espaço
esvazia-me
Até ao
limiar da memória,
Por que
passaria como uma afogado
Entre as
correntes do mar?
Onde alastra
o meu cansaço,
O afago
quente de um coro,
O aceno de
sinais que se co-respondem
Como ecos de
um labirinto.
Choro meu de
alegria, ó anjos das gaias ciências.
Sou quem
canta, quem delira sem ter febre.
Riso meu de
tristeza,
Oh,
querubins das considerações intempestivas.
Num bafo
secreto afloro
O que
estremece sob os gestos
Alfim
apaziguados.
O tempo
incide incerto sem medida,
O olhar de
criatura se converte na moldura
Entre os
éritos pretéritos, entes presentes,
Entre os ais
futuros, as idades do eterno
Desta terra
sem vida, sem mortes,
Deste mundo
morto e triste.
E triste
volto a mim
Com sede e
fome.
Con-templo
as folhas verdes
Umedecidas
do orvalho da noite?
#RIODEJANEIRO#,
23 DE JANEIRO DE 2019#
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