#DIALÉTICA DA CRIAÇÃO E DO AMOR ENTRE OS DIVINOS TRÊS# (UMA LEITURA DE ‘A SANTÍSSIMA TRINDADE É A MELHOR COMUNIDADE, LEONARDO BOFF) GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: DISSERTAÇÃO EM TEOLOGIA
I PARTE A
"O seu
ouro e o seu riso, porém, extrai-os do interior da terra, porque, não sei se
sabe que o coração da terra é de ouro" (Nietzsche)
Tudo
terminaria como a ponta de uma pirâmide: num único ponto solitário"
(Leonardo Boff)
“O desejo de
amor só vive de entrega, onde têm raízes a iluminação e a consagração, cujos
frutos são os sonhos que alimentamos e AFAGAMOS, e quem ao outrem que en-vela e
re-vela, não poderá, Senhor, alguma vez, desalgemar de mim as mãos rápidas de
gestos, deixando-me-ser aos olhos e ouvidos atentos e à minha nítida
simplicidade de alma?” (Manoel Ferreira)
Con-templar
a ponta de uma pirâmide - a pirâmide assegura a continuidade do tempo (o humano
e o cósmico) - por meio do sacrifício: é um espaço gerador de vida.
Mas, em sua
base, de um lado, o desejo e vontade de estabelecer o Amor; de outro, o Tempo e
a História, sem os quais não existiria a ponta.
"...no
cristianismo, o tempo tem uma importância fundamental". É nele que tem
lugar toda a obra da criação e da salvação, e, sobretudo, merece relevância o
fato de que, com a encarnação do Filho de Deus, vivemos e antecipamos desde já
o que se seguirá ao fim dos tempos. (cf. Hb 1,2).
Cumpre
estabelecer que o tempo jamais se encontra num mundo ideado objetivisticamente
nem num sujeito isolado. O “lugar” do tempo é a existência, ou melhor, o
ser-no-mundo é temporalidade. O tempo não se compõe de pontos-“agora”
sintetizados do exterior; ele mesmo é a síntese de presente, passado e futuro,
eliminando-se dessa forma toda justaposição de dados. Temporalidade é uma
característica essencial de um sujeito encarnado, situado; melhor ainda: a
temporalidade é o próprio sujeito. “Temporalidade é o fluxo do presente”
(Husserl)
E, contudo a
temporalidade não é a soma de elementos-“agora”, porque presente, passado e
futuro não são no mesmo sentido. Temporalidade é o desenvolvimento jamais
completado de minha subjetividade-no-mundo, o fluxo de minha presença. Não
existe uma pluralidade de fenômenos, somados uns aos outros, mas um só
fenômeno, um fluxo. Nele, minha atual presença deixa descobrir-se como
presença, isto é, como hoje, e meu passado e futuro como presenças- ausentes. A
temporalidade, portanto, não é um passar-se sem mais ou um ainda-não-ser, sem
mais, mas um deslizar, um chegar a meu alcance e escapar-se-me, do perto e do
longe.
Em sua
liberdade absoluta, Deus escolheu este nosso mundo dentre um número infinito de
possibilidades. Ele escolheu uma história da humanidade. Sempre podemos
misturar o velho com o novo. É essencial que a nossa opção fundamental seja bem
delineada e ainda deixe bastante espaço para que ela se desenvolva mediante
aquela liberdade criativa que corresponde fielmente às novas oportunidades,
embora conservando sempre uma direção clara.
#RIODEJANEIRO#,
26 DE JANEIRO DE 2019#
Comentários
Postar um comentário