ANA JÚLIA MACHADO ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA ANALISE E INTERPRETA O POEMA #AREIA BRANCA#
Fiquei com a
nítida sensação de que neste escrito “AREIA BRANCA” de Manoel Ferreira Neto,
contém uma certa crítica à cidade conhecida dos Doutores. Foi das primeiras
universidades a surgirem no País, por ordem de D. Dinis.
As
apreciações consumadas aos Conimbricenses premeiam-se com um tradicionalismo,
falta de abertura de entendimento, que os cedia um pouco enclausurados aos
protótipos aristotélicos e alunos que seguem o pensamento cristão, num tempo em
que se desabrochavam perspectivas, particularmente no plano das ciências
naturais, engrandecidas pelos descobrimentos e pelas invenções doutas que então
se encetavam. Contudo, nisto os Conimbricenses cooperavam do movimento geral do
pensamento, que somente muito mais tarde amputou com as classes aristotélicas.
As mais relevantes invenções científicas, aliás, só se fizeram depois da
promulgação destes relevantes manuais.
Os
Conimbricenses compreenderam uma enorme divulgação na Europa, a partir da rede
de escolas administradas pelos membros da companhia de Jesus….(poderemos se
calhar também verbalizar por hipócritas e dissimulados) e chegaram a ser trasladados
até para idioma chinês. Auge da composição transcendente portuguesa, podemos
considerá-los precisamente um dos mais marcantes capítulos da história cultural
de Portugal. Os Conimbricenses conheceram distintas reedições em variados
países e fizeram fração da criação de valorizados rostos filosóficos, entre os
quais se distingue o nome de Descartes.
Penso que o
autor se refere a uma cidade onde o ensino foi sempre muito rigoroso e sobre a
alçada da igreja, onde não podiam falar o que lhes ia na alma. As verdades das
inverdades.
Não deixando
ainda de possuir o estatuto da cidade dos Doutores, mas já mais esbatido e com
tendência a desaparecer com o surgimento de muitas Universidades e com outras
linhas de pensamento.
Ana Júlia
Machado
Sim.... AREIA
BRANCA é uma crítica à Cidade dos Doutores. Foi inspirada esta crítica n´O
ALIENISTA, de Machado de Assis. Simão Bacamarte, o protagonista da obra,
graduou-se nas terras lusitanas e veio para o Brasil, cidade de Itaguaí -
aliás, cidade do Rio de Janeiro -, exercer a sua profissão. Um doutor
eminentemente louco. De modo sarcástico, a indagação: a morte, a loucura tem
origens em Coimbra? - o interdito de AREIA BRANCA.
Com efeito,
Aninha Júlia, Ana Júlia Machado, a sua análise e interpretação estão divinas,
mergulhou no eidos da obra.
Beijos
nossos a você!
#AREIA
BRANCA#
GRAÇA
FONTIS: PINTURA
Manoel
Ferreira Neto: POEMA
Cruzes
gethsemânicas id-ent-ificam princípios,
Revelam
dogmas de contingências mortas,
Sentidos
isentos de subjetividade;
A linguagem
é nata, descontraída,
Crítica de
valores esquisitos, estrangeiros
Aos estilos
incongruentes, e o sentido
Tão só
prisma almático;
Baixam as
falcatruas de naipes no pôquer
Das
sensações de terrenos baldios,
O sol
quente,
Escaldante
incide na areia branca,
As ondas do
mar esparramam-se
Na praia das
insolências,
Voo raso
pelo mar, sentindo o vento leve
No corpo de
paixões e malandragens
Para o
espontâneo e livre,
Não
con-templar os ponteiros do relógio
Das paixões
passageiras,
Eis o
pendulum do vai-e-vem
Do que não
solicita desvarios e devaneios,
Nada diz o
que de pretérito margeia náuseas
E absurdo,
bem-virá de alegrias e prazeres
A
des-velarem o infinito
Em cuja
interioridade
Esplende o
sorriso aberto de desejos
Além das verdades
e in-verdades.
Coimbras de
filosofias e artes gerenciando
Sentimentos
e emoções que estesiam os sonhos!...
#RIODEJANEIRO#,
06 DE JANEIRO DE 2019#
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