#PINGOS CAEM DAS TELHAS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA
Entre a
grade e casa, jardim, grama. Muitas espécies de rosas estão ali plantadas,
galhas da jabuticabeira caindo na vidraça do quarto, os raios de sol incidindo
nos vidros, as folhas.
A vida
acontece no quarto.
Desenho céus
tristes nas paredes frias.
E lá fora,
inda que seja inverno,
juro ouvir
chuva,
pingos caem
das telhas na rampa,
ouço-lhes,
escuto-lhes,
O inverno
parece nunca ir embora.
Falta-me
estrela a levar-me
Ao coração
da vida,
Onde abraço
os dias,
Em adoração
e inocência,
À alma dos verbos
de sentimentos,
Em ovação e
ingenuidade,
Ao espírito
subterrâneo de tolices,
Além das
paredes e das vozes que me querem prisioneiro;
Resta-me às
escusas dos ventos oceânicos,
A mente dos
ideais, utopias,
Ins-crevendo
a sensibilidade com a pena
da caneta do
espírito,
O que me
intriga, me instiga,
A carregar
na tinta para ser bem visível
no que
houver de invisibilidade.
E se nada
houver de invisibilidade,
Visibilidade
completa?
A
invisibilidade visível, a visibilidade invisível,
Quê jogos de
sentido!
Jogo ao chão
as letras, as rudes muralhas. Apontam-me o verdadeiro céu. Seguro a mão e com
elas caminho pelo jardim. Sempre, além da aparente chuva, aguarda-me o sol...
Continuamente, além do ensimesmamento do tempo, nuvens baixas, aguardam-me
perquirições percucientes, profundas, quando me esquecem as idéias, quando me
olvidam e relembram os pensamentos.
#RIODEJANEIRO#,
28 DE JANEIRO DE 2019#
Comentários
Postar um comentário