#AFORISMO 303/ORQUÍDEAS DO VALE - PSICANÁLISE DO FOGO E DA SEDUÇÃO# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Nuvens
brancas
Sol
de verão,
Passos
comedidos
Ondas
do mar...
Amor
é verbo de ser que ilumina os sonhos
Resplendendo
de felicidade os interstícios da alma
Amor
é esperança que numina os recônditos
Dos
desejos solenes do absoluto, re-presentado
Pelas
alegrias do ser-para o eterno,
Metáfora
da compl-etude,
Amor
é sonho que a-lumbra os volos
Do
prazer e clímax das contingências da dor
Amor
é tempo do espírito que concebe
Sentimentos
de entrega à alma dos sofrimentos.
Nuvens
azuis
Raios
numinosos no alvorecer...
Brisa...
Vento...
Amor
é querência de harmonia entre
O
nada e o eterno das sublim-itudes
Amor
são con-tingências do efêmero
À
busca da luz trans-cendente
Que
trans-eleva as angústias do tempo
Amor
são con-templações da vida
Na
continuidade das dialéticas do ser e não-ser
Amor
são ilusões, fantasias do verbo
Que
se torna carne no encontro dos corpos
A
entre-laçarem vontades do pleno e do divino.
Universo
de azul celeste
Horizonte
de espaço infinito...
Amor
é angústia do tempo
No
ser das nonadas dos instantes-limites
Na
alma das travessias do vazio ao pleno
Das
sin-cronias, sin-tonias do sublime
Amor
é nostalgia do caos à luz do genesis
Às
cintilâncias da morte
Amor
é melancolia do cosmos
Às
chamas da lareira à soleira do abismo
Que
trans-concebe os raios da eternidade
Amor
é saudade do crepúsculo de ocasos
Que
trans-sublima a náusea da eternidade.
Estrelas
cintilantes
Lua
brilhante
Noite
serena...
Amor
é olhar o outro com o lince
Do
respeito, da entrega à balada
Da
vida vivenciada de desejâncias
Amor
é con-templ-orar o ser do verbo
Outro
do outro, consumando a carne
Da
alma, o espírito da carne
Amor
é vivenciar no vivenciário,
Vivencial
do tempo e do ser,
As
dores do nada e do efêmero...
Amor
é poesia in-condicional
Que
verbaliza a alma
No
seu movimento de sonho e esperança
Da
felicidade, prazer, do espírito do ser,
Das
utopias da perfeição.
Poesia
in-condicional é amor
Se
mudar os jogos da mente,
Se
jogar as cartas da verdade
Nos
versos e estrofes do desejo e vontade
Da
alegria, contentamento, felicidade.
Amor
é poesia in-condicional
Que
trans-eleva os desejos da beleza da entrega
Ao
outro lado das emoções de sentir a plen-itude,
De
viver a in-fin-itude de sentimentos e emoções,
Beijo,
abraço, toques, carícias, afagos,
Mãos
entre-laçadas.
Amor
é poesia in-condicional
Que
tece com os fios da eternidade e do infinito
As
lâminas de luz que incidem no silêncio das estações
Da
sedução, do lúdico, do verso-uno, da paráclise do ser,
Koinonia
da entrega e cor-res-pondência.
Poesia
in-condicional é amor
Amor
aos lírios agrestes, estesia do espaço
Amor
às palavras pronunciadas ao som
Da
sensibilidade e emotividade do coração
Amor
ao silêncio que recita o espírito
Eivado
de dimensões da leveza do ser
Amor
ao verso-uno dos corpos
Que
se sintetizam aos sibilos dos desejos de êxtase.
Amor
é poesia in-condicional
Que
convida a re-colher na solidão o presente na sua presença
De
re-fazimentos, renovações, inovações dos sentimentos
Que
sonham o sonho de sonhar o divino da perfeição,
A
contingência da verdade
Amor
é poesia in-condicional
Que
se re-colhe à natividade da raiz,
De
re-tornar ao sem fundo e fundamento,
Ao
abismo do ser.
Amor
é poesia in-condicional
Que
evoca o sumo da plen-itude.
Amor
é poesia in-condicional
A
de-ferência mais íntima da interioridade
De
nós mesmos, dos outros ou de qualquer coisa.
Amor
é poesia in-condicional
Que
tem o ser de flor na própria florescência,
No
vigor e natividade da floração.
Poesia
in-condicional é amor
Amor,
tudo está tão claro na mente
Antes
de dormir, sonhe amanhã de outros
Instantes
de nossas entregas, doações,
De
mãos dadas passeando na orla do mar,
Atravessando
as ruas, avenidas, alamedas,
Ouvindo
músicas,
Sin-cronizados,
sin-tonizados em nossos sentimentos
Mais
profundos, mais verdades, mais reais,
Con-templando
nos interstícios de nossos volos
Da
felicidade os lírios agrestes
Que
sin-estesiam a poesia do verbo amar.
(**RIO
DE JANEIRO**, 22 DE OUTUBRO DE 2017)
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