#AFORISMO 331/LÁGRIMAS DE CHUVA MOLHANDO A FACE DO HORIZONTE DISTANTE# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
O tempo o mesmo tempo de si verte lágrimas...
Quem pensa a sós, de sábio eu trato; cantar a sós – já é para os parvos,
atoleimados! Estou cantando. Minha alma, insaciável com sua língua, já lambeu
em todos contra-sensos e revezes. É minha verdade! – de olhos esquivos, de
arrepios aveludados me atinge seu olhar. Luzes, gôndolas, música –
ébrio em direção ao crepúsculo.. Quê imagem: "ébrio em direção ao
crepúsculo!", muito a pensar, o tempo o mesmo tempo de si verte lágrimas.
Em Óticas de incontáveis consolos, despovoando de arrefecidos a
alvorada, abóbada celeste enérgica, incomensurável de cintilas e lua, às
periferias do espantoso infindo de mundos, ressonâncias de "nós"
ciciando no sossego da alma, pazes vagueando na distante cerração...
Àguias sobrevoam a serra dos lúdicos prelúdios, voluptuosos prenúncios,
à mercê de sonoros cânticos em ondas, oníricas baladas em fluxos de miríades de
luzes, riscando as inter-ditas neblinas de éter, sobrevoam a fonte de águas
sedentas de per-cursos, itinerários, à luz de ventos de leste, espalhando
pingos por todos os sítios do espaço sideral, respigando as folhas das
florestas de ternas carícias das etern-itudes e seren-itudes concebidas de
imanências, místicas ilusões entre-laçadas à verdade que é sempre uma busca ao
longo de todos os tempos, até a consumação de versos e estrofes poéticos, até a
efemerização de sentidos e metáforas da estética do coração em perfeita
harmonia, sin-cronia, sintonia com o sentimento de verbo pleno.
Origens - Graças à existência! - cadenciando de vocábulos baladas em
palavras, olimpo inibido de sentidas gerações dantes, sensibilidades
trespassando o tempo, agitações conspirando apiedadas de melancolias em
expectativas de nostalgias o não-inda-vivido, gotas de pluviosidade ensopando a
fisionomia do futuro longínquo, não menos longínquo dos balizados contérminos,
espíritos superiores adejam por cima da colina dos divertimentos preâmbulos, à
graça de melodiosos hinos em sinuosidades, nostálgicos ditirambos entre a
vigília e o insone das angústias, suprimindo as inibidas cerrações do paraíso,
adejavam acima da fonte de lágrimas sequiosas de trajetórias, roteiros, à
luminosidade de ventosidades de nascente, disseminando gotas por todos os
locais da extensão celeste, salpicando as folhas das matas de maviosas
blandícias das perpetuidades e tranquilidades emprenhadas de inerências
sobrenaturais logros emaranhados à exatidão que é perpetuamente uma pesquisa ao
extenso de todas as épocas até a conclusão de poemas e estâncias váticas...
Pers em pectivas de miríades de oásis, de-ser-tando de frios a
madrugada, céu intenso, imenso de estrelas e lua, às margens do in-audito
in-finito de uni-versos
ecos de "nós" murmurando no silêncio da alma, silêncios
deambulando na longínqua neblina, essências, solidão da memória perambulando
distante, verdades efêmeras, in-verdades passageiras... - Gracias a la vida -
ritmando de palavras melodias em sílabas, éter inter-dito de vividas genesis,
outroras, sentimentos perpassando o tempo, minha pena é sem medida, triste
serei em dias ledos, e dias tristes me farão contente, emoções con-fabulando
eidos de nostalgias em esperanças de saudades o não-inda-sentido, lágrimas de
chuva molhando a face do horizonte distante, não menos distante dos finitos
confins.
Até a fugacidade de vividos e representações da harmoniosa, do coração
em irrepreensível euritmia, simultaneidade, afinidade com a sensibilidade de
elocução absoluta, forças sobrenaturais de faíscas o devaneio do bem-querer à
luminosidade do resplendor que cintila no dilúculo os locais - todos as
quimeras são autênticas e o autêntico são todos os devaneios -, ocultos da mata
de passadas épocas da concessão, aclarando das pigmentações do arco-celeste as
fés provindas distantes, "across the universe", violáceas, límpidas,
diáfanas, vítreas, âmagos das lágrimas cursando de sossegos as periferias dos
flúmenes da humanidade... Apagar ardores e tormentos à vista do que o mundo
tremer deve. Acender de outro fogo do desejo, por alcançar a luz que vence os
instantes-limites, vence as entrelinhas inflamáveis dos pensamentos, idéias.
Numinando de raios o sonho do amor à luz do sol que resplandece no
amanhecer os sítios - todos os sonhos são reais e o real são todos os sonhos -,
Recônditos da floresta de idos tempos da criação, iluminando das cores
do arco-íris as esperanças ad-vindas longínquas, "across the
universe", lívidas, trans-parentes, trans-lúcidas, cristalinas essências
das águas per-correndo de silêncios as margens dos rios da humanidade...
(**RIO DE JANEIRO**, 29 DE OUTUBRO DE 2017)
Comentários
Postar um comentário