#AFORISMO 308/JINGLE-JANGLE DA SOLIDÃO E DAS RUMINÂNCIAS DA PERFEIÇÃO# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Quero
a melodia do éter e etéreo
Num
tempo semiológico reduzir
O
tempo real numa ilusão referencial,
Suspensão
do tempo narrativo,
Signo
dilatório,
Efeito
preambular de quebra de ilusão,
Personagem
através de uma vidraça,
Evocação
da memória, ação efetiva,
Fundindo-se
num mesmo presente do indicativo
Engenhosidade
e arte na expectativa de ex-tasiar
Intenções
e desejos de desvendar o segredo
Do
excêntrico e lúdico, do inusitado e exultante,
Jingle-jangle
da solidão e das ruminâncias do belo
-
os sentimentos eternos com que contava
não
se inclinam mais para o meu lado,
minhas
atitudes são absolutamente estóicas e superiores.
Acaso
a minha desarvorada existência.
Grave
tumulto psicológico.
Síncopes
sapateiam cubismos, deslocações,
Alterando
as geometrias,
Adulterando
as sintaxes,
Sarapalhando
as regências verbais...
Quero
o ritmo do efêmero e sublime
Pervagando
as ad-jacências do inconsciente perene
De
mistérios, de jogos lúdicos dos medos e fugas,
Tripúdios
e tramóias do verbo e da carne,
Jingle-jangle
do silêncio e dos gemidos de dor,
Gosto
de São Francisco,
Percorrendo
os interstícios do inaudito profundo
De
sombras líquidas, trevas densas, brumas serena,
O
infinito re-colhe e a-colhe luzes longínguas,
Reveladas
na síntese de pretéritos genéticos e advires pós-milenares,
Na
verdade habita os raios numinosos do nada,
Vazio
esplendidos e trans-elevados aos cumes
De
confins ornamentados de arrebiques a-temporais
Da
estesia do não ser
No
absoluto a presença incólume da fantasia
Do
espírito à espreita do trans-cendente
Às
avessas com a alma entupigaitada de sorrelfas
No
apocalipse do sem-ad-jacências de dogmas
De
verbos pretéritos consubstanciando o divino
Contingente
das efemeridades das dúvidas dentro da alma
Alucinada
de desesperos...
Quero
o acorde do in-audito e inter-dito,
Do
mistério e enigma da pre-posição do nada
Regenciando
o verbo transitivo indireto da travessia
Ao
vazio que re-colhe e a-colhe melancolias e nostalgias
Defectivas
de origens e raízes, prenhes de utopias
Da
perfeição perfeita do verbo in-finitivo da verdade,
No
cio de ideologias
Da
imperfeição que concebe as jacências do efêmero
Rogando
ao eterno a dádiva do des-contínuo
Da
morte morrida de morrer,
De
morrer a morte morrida,
Re-nascer
do Ser que busca a Contingência,
A
idéia de defeitos
Tornam
a beleza mais interessante
Caminho
entre os mortos, com eles entabulo conversas
Sobre
coisas do tempo, negócios do espírito,
Desfiando
a recordação de que a Literatura
Estragou
as melhores horas de devaneio e desvario.
Quero
o efêmero e sublime do ritmo
Que
circunvagam o poema-arte do ser
Antes
do caos, antes do cosmos, antes da criação
Criar
o ser é antes conceber nos interstícios
Do
evangelho sensível e inter-subjetivo
Dos
preceitos morais, éticos e estéticos,
A
luz Vésper no deserto do silêncio
De
re-versas vozes que recitam
As
palavras versais e estróficas,
De
in-versos olhares que urubuservam
Os
sentidos e significados, linguísticas e semânticas
No
silêncio da montanha a revelar-se
Nítida,
trans-lúcida e trans-parente
No
desfazer da neblina
Contemplando
no tempo aberto
E
plenamente incidido nos limiares do eterno
As
inspirações, concepções, percepções,
Intuições,
enfim o absoluto habitando o não-ser sonhando, idealizando
Na
idealização iluminística da dialéctica
Do
efêmero a liberdade em questão,
Da
efemeridade da liberdade
A
vida em contingências.
Quero
o delírio da poesia
No
instante de comunhão dos sons da lírica
Com
as notas musicais,
Violino,
cítara, harpa no instante-limite sublime
Da
espiritualidade do belo e o espírito das contingências,
Êxtase,
volúpia, exultação,
A
música é o coração das Artes,
Pulsa
as inspirações, intuições, percepções,
Vibra
as intenções, vontades, desejos,
Seiva
a sensibilidade, eiva os dons e talentos,
Afaga
as angústias, agonias da criação, da criatividade...
(**RIO
DE JANEIRO**, 23 DE OUTUBRO DE 2017)
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