#AFORISMO 270/DIALÉCTICA DA EXISTÊNCIA DIALÉCTICA# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
A vida é frágil, é fragilidade no decorrer do tempo, e nisso está
inscrita, registrada a dimensão de suas magias e belezas, nas estesias do sol
que nasce à soleira da aurora, das estrelas que re-nascem e re-id-ent-ificam na
solidão e silêncio da noite e madrugada o cristal da fé nos sonhos e ilusões do
futuro, que morre no embornal do crepúsculo, nasce, re-nasce na sombra de
raízes da vida que serão promessa de outras sorrelfas e magias, sempre em busca
do bem, dos versos da felicidade, alegria, dos verbos do amor e cáritas,
koinonia da contingência e transcendência, kairós das utopias da eternidade,
dos olhares aos infinitos, distâncias, longitudes.
Ao perpetrar o futuro, está-se reafirmando o passado e continuando o
mesmo pro-jectum de irradiação temporal do Ser. Passado e futuro são quiçá nada
mais que revérberos semelhantes de uma mesma imagem. Tanto a religião quanto a
ciência, tanto o místico quanto o psicanalista se acham de acordo: para Freud e
Santo Agostinho, o destino da humanidade constitui um afastar-se do paraíso e
um afã para reconquistá-lo.
O passado – eis o sentimento mais forte e presente – mexeu-me,
remexeu-me por dentro, mudou-me os pensamentos e idéias, transformou-me os
sentimentos e emoções, revolucionou-me a intuição e percepção das coisas do
mundo.
O que é in-verdade
Será verdade,
O que é mortal
Será imortal,
O que é verbo
Será verso,
O que é Verso
Será Uno,
O que é vazio
Será cheio,
O que é nada
Será tudo,
O que é vida
Será morte,
O que é verdade
Será palavra
Nas estesias do sol
Que nasce
À soleira da aurora,
Que morre
Nos braços do crepúsculo,
Promessas de outras
Sorrelfas, magias;
Das utopias da eternidade
Raízes da vida
Que serão koinonia
Da contingência,
Transcendência,
Que serão kairós
Dos olhares aos infinitos,
Distâncias,
Longitudes.
(**RIO DE JANEIRO**, 14 DE OUTUBRO DE 2017)
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