A POETISA DA TERNURA DIVINA MAIA E O AMOR - UMA LEITURA DE /**LONGE DA REALIDADE"/ - Manoel Ferreira
Tomando em consideração os versos do eterno poeta Fernando Pessoa, quando ele diz que o poeta finge ser dor o que deveras sente, este é o caminho para vislumbrar e con-templar LONGE DA REALIDADE, poema da poetisa Divina Maia. Desde o primeiro verso, a poesia ad-verte que o "longe" é apenas uma sorrelfa, na verdade tudo está muito presente, forte, no aqui e agora "Guardo todos os meus sonhos no bolso". Como é que a realidade pode estar distante, longe, se os sonhos estão guardados no bolso? Eis o espaço poético do poema "bolso". É no bolso, lugar íntimo, lugar mais que sensível, traz em si dentro sentimentos e emoções, acompanhados de desejos e esperanças, e assim, como se o bolso estivesse furado, os sonhos caindo e se espalhando no caminho, sonhos de humanidade, "humanidade do ser", o carinho, os sonhos espalhados na estrada "banham-se nas pétalas do luar", a ternura se pres-ent-ificando. A desnudez de amor com que a humanidade...