//**NOUBLIEZ JAMAIS DE UM LUSÍADA ALVORECER DO AMOR**// GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA
Paz na terra
aos homens de boa vontade!...
Vontade dos
uivos do lobo no topo da montanha, focinho à mercê das longitudes, olhar
disperso nas distâncias do horizonte, e o nada seduzindo o orvalho da madrugada
por mera pulcridade, por ab-surda xucridade de o destino lhe serem as cinzas,
as cinzas lhe serem os pós a cobrirem o abismo da posteridade, os ventos a
soprarem as poeiras da postumidade. Oh, cinzas a revelarem os pecados, os
demônios à solta ansiosos por uma alma perdida no descampado da solidão;
Noubliez
jamais de um lusíada alvorecer do amor.
Paz na terra
aos homens de boa vontade!...
Vontade da
matraca das tristezas e desgraças sonorizando no ouvido o inaudito do vazio da
posteridade que pulsa solene à soleira da morte, quando a vida pica a mula de
todos os indícios do ser, não-ser, e no abismo sem insterstícios as estultícias
revelam a face nítida e nula da alma sem muletas, sem bengalas, cajados;
Noubliez
jamais de um lusíada alvorecer do amor.
Paz na terra
aos homens de boa vontade!...
Vontade da
sombra líquida e fria ao redor da lápide de mármore branco, no livro de só duas
páginas abertas, inscritos nelas os termos da morte à mercê do tempo, os raios
numinosos do sol incidindo nas palavras que não mais refletem as metáforas das
in-verdades fingindo serem as águas, que na fonte, jorram o genesis do campo de
lírios, salpicados do orvalho do tempo.
Noubliez
jamais de um lusíada alvorecer do amor.
Paz na terra
aos homens de boa vontade!...
Vontade da
in-diferença assediando as esquisitices das ferraduras atrás das portas do efêmero
como símbolo, signo das cavalices de cavalgar, marcheando os limites e
obstáculos, nos pedregulhos e cascalhos, a pomposidade e vaidade do apocalipse
ser o caos do genesis, morrer ser o diáfano princípio do des-eterno que
re-colhe e a-colhe as dialéticas sublimes e divinas do sempre-jamais:
Noubliez
jamais de um lusíada alvorecer do amor.
Paz na terra
aos homens de boa vontade!...
Vontade do
sem-vazio enamorado pelo instante-limite que se trans-borda de desérticos oásis
à luz do horizonte versificado de universos ao léu do espaço sideral, sem
estrelas e lua, sem o picadeiro do infinito, para des-embocar lívido e leve no
inaudito da floresta sem flores silvestres, sem veredas que indiciam o orvalho
do tempo a cobrir as folhas do ser;
Noubliez
jamais de um lusíada alvorecer do amor.
Paz na terra
aos homens de boa vontade!...
Vontade do
solstício do cão vira-lata que fuça os lixos das esquinas à busca dos gozos dos
ossos que originam a carne que sera mastigada a rigor e critério pelos caninos
e os a-núncios dos instintos serão seivas do ofício ocasos dos causos do
crepúsculo;
Noubliez
jamais de um lusíada alvorecer do amor.
Paz na terra
aos homens de boa vontade!...
Vontade...
Vontade... Vontade... No volo da Tarde, crepúsculo da sombra, alvorecer da
penumbra, ocaso do sol, as miríades do verbo, as efígies dos gerúndios e
particípios, a verdade da Luz do Amor, sem distâncias, sem longitudes, sem o
toque corpóreo, sem o aliciamento da carne, mas a verdade do espírito da alma,
alma do espírito;
Noubliez
jamais de um lusíada alvorecer do amor.
Paz na terra
aos homens de boa vontade!...
Vontade...
Vontade... Vontade... No êxtase da morte, pedir com aquela vozinha terna,
meiga, serena que me abram a janela da alcova, quero sentir o toque do ventinho
fresco e suave, quero sentir o raio de sol numinando os lugares, especialmente
o leito onde deixo a vida para jamais retornar.
Noubliez
jamais de um lusíada alvorecer do amor
Paz na terra
aos homens de boa vontade!...
#RIODEJANEIRO#,
18 DE FEVEREIRO DE 2019#
Comentários
Postar um comentário