#QUIÇÁ# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA
Quiçá!...
Quem fora
res-pondeu com ironia
Aos ventos
in-visíveis - haveria algum visível? -
que sopraram
as brisas,
balançaram
as folhas do flamboyant,
redemoinharam
as poeiras,
Ao orvalho
noctívago que tocou as folhas,
À neblina do
alvorecer que cobriu as montanhas
À neve que
intransitou estradas, alamedas,
Becos sem
saída, terrenos baldios,
À chuva fina
que molhava as telhas do teto,
Canção,
balada,
Inspirava a
numinância do sol
Cobrir de
afagos as letargias do belo e da beleza,
Pro-jectava
as miríades de raios místicos/míticos,
Numinando o
que inda restava dos desejos, utopias.
Quiça...
quem fora!
Quem sou
res-ponde com galhofas
Aos nadas
que nadificaram as coisas do mundo,
Nadificaram-se,
Aos vazios
que esvaziados receberam,
Re-colheram,
a-colheram
O múltiplo,
o ilimitado,
Sou livre...
Escolho o destino.
Ao silêncio
do nada, introspectivando
As náuseas,
temores, tremores do aqui-e-agora,
Instantes-limites,
condutas de má-fé e recusas da liberdade.
A verdade
deixa de ser verdade
Quando os
véus são retirados.
Sou
pensador... Escolho as perspectivas...
As
verdadeiras explicações científicas
Dos
processos cognitivos e do
Comportamento
humano estão unidas a
Uma negação
de que exista algo acerca
Dos seres
humanos que não pode ser visto
Dessa
perspectiva, elas não são mais verdadeiras.
Quiçá...
quem fora!
Reconheceu
os espíritos que buscam o descanso
Entre os
muitos objetos escuros que amontoam
Ao redor,
Escureceram
o quarto ou esgueiraram-se
Para dentro
de uma caverna
Envio um
aceno para os que não sabem
O que na
verdade mais procuram,
Mas não
escrevem versos insólitos, desenxabidos,
Mas querem
sabê-lo!
Inconstância,
insegurança, medo.
E o
neurologista no seu consultório dissera
O abismo
tinha fundo,
Bastava
desejar retornar à superfície...
Quê vertigem
inusitada: do fundo olhar a superfície!
Daqui a
poucos instantes o embarque,
Outros
horizontes, outros uni-versos,
Em todos os
níveis...
Não haverá
retorno, tudo aqui ficará no
Passado, nas
dobras do tempo,
Mister amar
a liberdade,
O que penso,
sinto agora
Serão apenas
lembranças furtivas,
Se aqui
estou, próximo a uma longa viagem,
Sentado a um
banco de mármore, perscrutando as coisas,
Precisava
re-conhecer liberdade não é apenas
Estilo de
vida, idéia,
Utopia,
sonho, esperança...
A liberdade
é o que é.
Sou aquele
que não é: para-si apenas.
#RIODEJANEIRO#,
25 DE FEVEREIRO DE 2019#
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