#ÁS DO PÔQUER# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA
O ás do
pôquer,
Que
esplendorosa e esplendente
jogada:
quatro ases,
naipes
diferentes,
o que
desperta a atenção
é que mesmo
no jogo de cartas
estas são
arranjadas da esquerda para a direita,
também há um
arranjo clássico dos naipes,
da esquerda
para a direita,
royal
straight flush,
deveríamos
os indivíduos ser canhotos, por inteiro,
escrevermos
da direita para a esquerda,
o desejo da
jogada consumada,
é a
perspectiva
da outra
jogada,
é o
sortilégio de cortar o baralho,
a
etern-idade não é a poesia da luz,
sempre
jogados os ases do poquer
Sob luzes
"luscos-fuscos", ambiente sombrio,
há vários
lugares em que o ás do pôquer
se encaixa,
desde a mais simples jogada
até à
suprema, o ás do pôquer,
a
etern-itude não é a poiética da sombra,
a
etern-escência não é a poemática
da
contra-luz, da luz,
da
contra-sombra, dos raios de sol,
é intenção
do jogo a glória
da harmonia
entre a
dialéctica das sombras
que ventos
perpassaram,
e o diá-logo
mon-ológico
dos abismos
do ser
desejos da
palavra,
acoplada aos
recônditos da solidão do jogador,
que superou
e suprassumiu o silêncio,
o que ela
exorta com a sua magia,
o que ela
expele na fumaça do cigarro, efêmero,
o que ela
reverbera nas idéias que circundam as bordas
boreais dos
pensamentos
o que ela
exulta com a estética da expressão do estilo,
a chuvinha
continua caindo,
o que ela
exalta e louva com as contradições dos nonsenses,
as
hipocrisias revestiram-se de coroas, reinam no teatro das virtudes,
o que ela
concede des-abrochar de prazer e náusea,
alfim as
sensações de estesias
carecem da
exultação das sensações do Ser,
carecem do
exalar o ser das con-tingências,
do ás do pôquer
livremente tripudiado entre as cartas,
sem
projetos, planos, jogadas...
O ás do
pôquer levará dores, sofrimentos,
O ás do
pôquer iluminará inéditas idéias, sentimentos,
O ás do
pôquer vem ao encontro, destina a alma, a consciência, o milagre espontâneo da
perspicácia e sabedoria.
#RIODEJANEIRO#,
09 DE FEVEREIRO DE 2019#
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