#FONTELUMINOSA# DO TEMPLO DE FESMONET# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA
II PARTE
Sete
sorrelfas compactas de idílios minúsculos espreitam, de esguelha, a travessia
das nonadas aos confins do uni-verso de desértico panorama, similar ao Sahara,
onde pervagam, vagueiam, deambulam, perambulam solitárias, desde a passagem até
à consumação eterna dos tempos, e o nada, sarcástico e satírico, engasga-se com
as gargalhadas e risos, pois que as nonadas intencionavam a trans-mutação,
serem nada, serem a-nunciação do In-finito - O que é isto - ser pernóstico? O
fim é dramático", diz o nada perseguindo os seus sinuosos caminhos. O nada
acena para as sorrelfas compactas, como quem diz: "Fiquem aí assistindo a
passagem das nonadas ao desértico uni-verso, desfrutem este inestimável prazer.
Não se esqueçam, contudo, de que são pequeninos grãos para a concepção dos
sonhos."
Sete pontes
partidas, sobre o abismo das insurreições e heresias, plen-ificado dos mais
supremos dogmas e preceitos do absoluto e do ser, desertas por não permitirem
qualquer passagem, são imagens furtivas da real verdade de que o outro lado do
abismo só é alcançável com a fé, alçar longo voo, asas leves à mercê dos
ventos, ad-vindos das prefundas abismáticas, projectando a planície campesina a
perder de vista, desfrutando as magias da natureza, os esplendores da terra.
Aliás, é onde o nada regasta suas energias para a continuidade de seus
caminhos, sempre à sombra da Oliveira, tirando suas pestanas desde o crepúsculo
ao alvorecer.
Sete
estrelas guiando os vazios da alma, seivados das ipseidades do não-ser, por
mais risível que o seja pela fertilidade da imaginação, através das sinuosas
veredas, veredas de solo árido, íngreme, empoeiradas, lugar olvidado por Deus,
milagre algum seria capaz de um arrebique artificial, ornamento superficial,
concebem de suas cintilâncias, numa atitude de benevolência, solidariedade,
compaixão para com os vazios, tentativa de livrar-lhes das nostalgias e
melancolias, tristeza profunda e abissal, no mais longínquo dos horizontes, a
mansarda da purgação, onde os vazios resgatarão o eidos do múltiplo, só eles
podem re-colher e a-colher o múltiplo, assim re-conciliando-se, conciliando-se
com o efêmero, síntese que projecta o não-ser aos verbos da esperança de o
in-audito re-velar as iríasis da trans-cendência da verdade à vida da vida
vida.
Sete
metáforas do sublime, inscritas, perscritas, proscritas, evangelizadas e
espiritualizadas de semânticas e linguísticas de versos anti-poemáticos,
trans-elevam dores e sofrimentos, por as únicas certezas e verdades da vida
serem tudo passa, tudo passa, tudo passa, o efêmero é o real, às arribas do
tempo, onde, perscrutando, re-fletindo o genesis da con-ting-ência
ec-sistencial, dores e sofrimentos são eidos para a consciência e sabedoria,
possam, então, re-fazerem-se, re-criarem-se, re-inventarem-se, tornando as
metáforas da esperança em símbolos da verdade, em efígies do in-finito, as
sin-estesias do verbo pres-ent-ificam o tecer poético do eterno.
#RIODEJANEIRO#,
04 DE FEVEREIRO DE 2019#
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