#GEN-[ÉSIOS]-DE-GEN-{NITIVOS} DE BOSQUES PURA SABEDORIA# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA
Epígrafes:
Apresento
imagens e cores o intelecto rangedor e sinistro, difícil de ser acionado,
con-sinto-me, difícil para quem quer pensar bem. - Manoel Ferreira Neto
É preciso
sentir o que lemos, sem sentimento tudo seria como um corpo sem alma ou um
espírito a vagar no nada?! - Graça Fontis
Rio-me.
Adentro ao
hilário das condutas e posturas
O cinismo, a
ironia, o sarcasmo, a sátira,
Adentro ao
sério das virtudes e valores,
A mangofa, a
galhofa, o escárnio,
Aliados
irreversíveis e irrepreensíveis.
Estou preparado
para a vida.
Sinto-me
vazio.
Sou aquele
que é, o nada,
Gen-{ésios}
terrenos baldios
Na extensão
de ruas e alamedas,
Becos e
calçadões,
Nas
dimensões de bosques e cavernas,
Nos hectares
de chapadões e árvores secas,
Nas léguas
de estrada de poeira ou de asfalto
- Será por
que não existe rodovia federal
Calçada, de
cascalho, de pedras-sabão? -,
O nada à
beira da fogueira sussurra-me:
"Siga-me.
Abandone as quimeras.
Mostro-lhe
os caminhos.
Sentir-se-á
alegre,
Terá os seus
prazeres ao meu lado.
"- Já
ouviu falar no Infinito?
" -
Tenho as chaves dele!
Isto de
in-versar para alcançar o verdadeiro verso,
Vis-à-vis,
vice-versa, é pura balela, um toque de despautério
E isto de
re-versar os verbos do último lácio da flor
Para
re-inventar o riso à categoria e pompa,
A hipocrisia
é húmus da intimidade da alma humana,
Isto é uma
mangofa à futilidade do ser humano,
Vejo-lhe
andando de chapéu,
Bengala na
estrada da floresta,
Perambulando
na orla buscando olhar e captar
O mar, a
distância marítima, a profundeza oceânica,
De cabeça
erguida,
Há gente de
empáfia impertinente, dogmática,
E outros,
mais falsos,
De olhos
pelo chão.
Vamos seguir
juntos esta trilha.
A fé não é
uma questão da existência
Ou não -
existência de Deus.
É acreditar
que o Ser é.
Sem volos e
sonhos
É
valioso."
Deixar-lhe
livremente se revelar por inteiro.
A vida é
pura sabedoria.
Por que, na
síntese do genesis
E
apocalipse, a rejeição,
A
irreverência da redenção,
A refutação,
recusa da ressurreição,
A insolência
do pecado?
À prospecção
de criá-la
Dimensões do
gesto
Fluindo
toques, suaves, serenos, frágeis,
Pers-pectivas
da atitude,
Das pedras
de toque das ações, palavras,
Lembrando de
que aquelas precedem estas,
Das
angulares de carícias das atitudes,
O sonho
Des-velando da
entrega a ternura.
Desejando,
no seu esboço a
Criação das
imagens, símbolos, signos
Da
Inconsciência
nas
dificuldades,
miséria e
pobreza,
tristeza,
angústia, liberdade,
no seu
croqui, os
traços
comedidos,
irreverência,
rebeldia
dos tons e
pinceladas,
é que se
mergulha profundo
nesta
sabedoria,
"quem
pensa, pouco erra muito
quem sente,
pouco desvaria muito,
quem pensa e
sente,
pouco
devaneia muito",
assimila-a,
vive-a, é-se outro,
O que passou
foram
Pedras
angulares de aprendizagens.
Para
in-vestigar a verdade,
Mister
duvidar de todas as coisas.
Nuvens que
conheço, sombras que me perpassam, horizontes e uni-versos que me pervagam,
rios de águas cristalinas que em mim per-correm, correm, de-correm, escuridões
que me perscrutam: antípodas... Antinomias, paradoxos, eufemismos, silepses,
hipérboles dos sentimentos, anamneses góticas dos nonsenses, mímeses das
falácias, melopéias das algazarras, carnaval das tagarelices, "flor que
viceja à sombra, asa que paira em cima, aroma de um poema ou de um campo de
trevo" - não sejam, quiça, modo e estilo de envelar algo íntimo?, pois que
a síntese é o rabo peludo de meus ideais e idéias, ao balançarem-lhes de
alegria, sob o vento, é um espetáculo de visão de entre os cabelos, requer
tranquilidade para refletir, não é o instante, desejava saber o que é isto de
tripudiar com o con-ting-ente, sentimentos dispersos para tripudiarem com o
pensar circunstâncias que estão arrancando do mais íntimo dores e sofrimentos,
angústias, das situações e acontecimento que estão alfinetando o mais recôndito
de interstícios do instante-limite e do aqui-e-agora, para blefarem com as
idéias das estéticas no jogo de pôquer do estilo e linguagem, da semântica,
linguística, metafísica, metalinguística, para trafulhar com a tagarelice dos
verbos e silêncio, son-estesia da subjetivade, sonema da objetividade, uma
tramóia para alcançar o múltiplo habitando-lhe as ambiguidades e dubiedades, a
verdade versando os deuses do templo pagão que amam de paixão a algazarra,
confusão, a in-verdade louvada pelas multidões: o céu estrelado sobre mim e a
lei moral dentro de mim.
Reflexos de
imagens pairando lívidos, transparentes, trans-extasiados, trans-excitados,
seduzindo desejos, vontades, conúbio de luzes, madrigal de sons ritmando emoções,
espectros a tornarem-se inspiração de linguagens e estilos, sons, ritmos,
acordes, melodias, interditos da forma, da esperança da beleza, nas palavras
versáteis do lúdico, e no tabernáculo do lúcido as alcoviteirices da razão e
dos sensos, verbos outros do in-verso sonho do pleno, re-versa sorrelfa do
sublime, ad-versa quimera do puro, do verbo em sinfonia com a lírica do
In-finito, com o di-verso dis-tribuindo luzes e trevas, silêncios e algazarras,
contra-luzes e brumas, revezes alhures do singelo, das regências em serenata
com a poesia das chamas da lareira, em vesperata com o nada-poema do machado e
da árvore, a lâmina e o tronco, a harmonia entre o o destino e a entrega à
liberdade.
O que advirá
Pedra de
toque de esperanças,
a todo
instante,
ínfimo
mover-se dos ponteiros do relógio,
da areia no
interior da ampulheta,
da brisa da
madrugada perpassando as
fendas das
folhas e das galhas da árvore,
incidindo na
terra,
do frio do
deserto na madrugada,
mergulhando
nos ossos, calafrios na medula,
projeta
novos
ideais,
novas
utopias,
novos
desejos e vontades,
novas
querenças, novas renascenças,
Onde me
deito, rede na varanda, há uma palmeira
Na sua
folhagem canta um cabeça-de-fogo,
À prospecção
de criá-los
com a
entrega, a doação livres
Deixá-los
entoarem a balada
Da viagem
lúdica às brilhanças
Do sol, das
estrelas, do horizonte...
Dos guetos,
favelas, morros...
Aos
gen-{ésios}, gen-[itivos] caminhos de pura sabedoria.
Aí é que
a vida
reconhece
o que habita
o íntimo...
Aí é que a
arte
reconhece a
utopia que glorifica,
a dialética
do nada e do vazio,
Este
re-colhe e a-colhe o múltiplo,
Aquele
a-colhe a afaga o silêncio,
Colhe e
acaricia a algazarra
Para
torná-la parafernália,
Carnaval de
risos e gargalhadas.
Talvez,
suspenso no limite do inaudito e mistérios, não haja {com}-templado na metáfora
dos pret-éritos latentes as perspectivas de élans que incidem no além, na
querença da verdade que se multiplica ao longo da composição das éresis do
espírito aberto às cintilâncias do ser, aceno de soslaio para lua minguante,
não me esquecesse do brilho, apenas a-nunciação que acende o pisca-pisca da
alma que anseia o alvorecer do ser "à bessa", não "á beça",
aquele o extremo das inspirações, podendo até serem consideradas iluminações, e
não à beça, aos borbotões idéias e pensamentos, que se tornarão,
metamorfosear-se-ão em sentimentos da alegria e da realização, e se quiça a
síntese de ambas expressões, do a-temporal que ludica de miríades da harmonia,
sintonia, sincronia os anti-verbos do poema, anti-poema do além-verbos,
anti-sonema do aquém-abismos, anti-verborréias de cavernas e grutas?
Na lousa do
imperfeito pretérito, os sentimentos encalacrados aos ideais. Desejo de fazer
algo - quando penso neste desejo, como o que dá comichões, nesta vontade, como
a que dá urticárias e dão alfinetada assíduas em inestimáveis dimensões, no
sentido do tempo de assiduidade, que não conseguem tolerar o tédio e a
preguiça, nem a si mesmos. Invenções, criações, recriações de ideais e idéias,
utopias e verbos de sonhos podem ser mais refinados, mais delicados, aquele
primor e a satisfação que lega, con-cede, con-sente pode ter o som de uma boa
música. Perdoem-me os íntimos, atrevi-me a lavrar o diamante com a pá e
peneira, a desenhar a minha alegria e felicidade na Tabacaria do Eterno, a
compor ritmo, melodia, acorde, música nas palavras no Bistrô do Póstumo,
entardeceres de meditações, regadas de uma caipigim e pro-jectos, palavreando
intenções do vazio e direções do nada vistas à janela do automóvel a perseguir
sua meta.
Manhã
ensimesmada, nublada, nalgum sítio de mim a melancolia do infinitivo. Chovera a
cântaros ao entardecer, na madrugada chuvilhara.
Confio a vós
o meu paradoxo, o meu re-verso, o meu in-verso, o avesso de mim, o íntimo
uni-verso de mim, os interstícios de meu horizonte, o meu excesso, o meu
absurdo de dialéticas do sensível, de silêncios de falhas e ausências, de
solidão de faltas e carências, do espírito e da razão que me empresto a imagem
vária, as perspectivas inúmeras, a linguagem sem precedentes, o estilo sem
igual, os hífens do intelecto e da sensibilidade que me dei, que inventei, os
colchetes da vontade de saciar a sede do espírito da vida, que criei, que
re-criei, que literalizei, que trans-literalizei, que ipsis litterisei, o que
nasceu sem qualquer atitude minha, livre e espontâneo, expressão - seria gótica
ou encaracolada? - kambaia do eterno e dos efêmeros.
Diziam-me de
imaginação fértil para as esperanças, sonhos, verbos da existência, ventos do
nada e do ser. De quando em vez é preciso saber me perder, se quiser aprender
algumas coisas que eu mesmo não sou, quão apartado e distanciado dos mais belos
acasos da alma.
Viajo terras
distantes de mim, peregrino por florestas e mares, campos de flores silvestres,
navego além das ondas do mar, pós aquela dança macia de onda em onda, subindo e
descendo, ininterruptamente, caminho bem longe de mim, do que sou, do que
re-presento, do que finjo, além de meus sustos, espantos, surpresas,
embasbacado de meus questionamentos, buscas, além de meus desejos, vontades,
além de meus sonhos, utopias, aquém de meus idílios e sorrelfas, alhures de
minhas fantasias e imaginações.
O porto onde
repouso é de vista para o Pórtico para o Impossível, Partido Pórtico ou Pórtico
Partido?, que diferença isto faz?, além das águas do mar, bem além, ilusão de
ótica dizer que no infinito as águas se unem com as nuvens, utopia do sujeito
sim, águas e nuvens se unem além do universo e horizonte, dons e talentos se
articulam, conciliam-se aquém das brisas do mar e do orvalho do bosque, as
veredas que sigo são estas, a vaga náusea, a doença incerta, de me sentir, de
pensar a mim e pensar por mim arrebata-me a cada linha Longo caminho, a
esperança do encontro, tão agradável quanto a brisa das manhãs no cume de corcovado
ou debaixo de uma ponte, aliás bem cônscio estou de que por vezes careço estar
debaixo da ponte para me encontrar. Que ponte: a partida ou a que eleva a
travessia às luzes do além atrás das montanhas ao longe no crepúsculo? É de rir
à socapa de todas as brisas do mar, não é verdade? As marcas do outrora, as
sombras do pretérito e do agora deixados na construção de um eu angustiado,
cujo caminho é marcado pelo tédio, pela melancolia e pela frustração por aquilo
que poderia ter sido e não fui, o que me fora são indícios de outras visões à
mercê das aspirações. Não trago de lá e nada acharei não, de-gusto, saboreio a
exaustão antecipada do que não encontrarei, acharei, imagem de meu desígnio do
nada-liberdade de artificiar a arte e a vida.
Levo o meu
rosto, a minha face, levo as minhas rugas, a minha seteira japonesa, os meus
olhos inquietos. Deixo o espelho e seu re-flexo. Deixo as perspectivas e suas
cintilâncias alçarem voos nas asas dos verbos, dos ventos pós descanso, aquele
refestelamento lúdico e tranquilo, nos auspícios do pico das águias e condores.
A mitologia confere apenas a um semideus e tentar dominar com eles as várias
faces de um destino ad-verso até converter toda a realidade em realidade
poética não era, não é, uma aventura vulgar, um devaneio escuso e obtuso.
Símbolo, signo, metáfora de que as águias e condores? As atitudes, a
consciência de sonhos e verbos são vestimentas, vestes das perquirições e
liberdade de construções, e a história não é mais do que o surrado guarda-roupa
do espírito humano. A iluminação vale mais que os pensamentos, são miríades de
sentidos e metáforas do diálogo interior com as imagens do si-mesmo, diálogo
introspectivo e circunspecto da liberdade de silêncios e solidões, algazarras e
reflexões, a euforia em embarcar para ter lugar no barco, inspire segurança,
algo sempre falta, está ausente, uma brisa, uma frase, um status, a vida dói,
lateja de dor, quanto mais se goza, alcança o climax e quanto mais se inventa,
re-cria, cria, atinge o absoluto roto por me roçagar contra as coisas...
Deem-me a cela que bem aprouver que eu criarei e re-criarei os templos e
tabernáculos, utopias de sentir e pensar as coisas, no in-verso da linguagem
poética, onde nada é absurdo ou contraditório, ser sincero contradizendo-me a
todo momento, ou a contradição ou a mudez eterna, no automóvel que percursa os
caminhos, alamedas, becos, uma partida de xadrez num iate pequeno no mar,
balançado pelas ondas. Acho mais meu olhar para o absinto a beber na tabacaria
que a bebê-lo.
Em vosso
rosto, oh poiésis de veredas e sendas, deposito o assombro de minha alma, de
meu ser.
#RIODEJANEIRO#,
26 DE FEVEREIRO DE 2019#
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