#LETRAS DOUTAS CREPITANDO LENHAS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA
Dedicatória:
Dia 01 de
julho de 2016, tomei o ôníbus na rodoviária de Curvelo, Minas Gerais, rumo ao Rio
de Janeiro para viver minha vida com Graça Fontis. Hoje, dois anos e sete meses
de vivência e convivência, só tenho a dizer isto, meu Amor: "Sou hoje um
homem feliz, muito feliz ao seu lado"
EPÍGRAFE:
"SÓ A
PAZ É A CONSCIÊNCIA-ESTÉTICA-ÉTICA DA EXISTÊNCIA"(Manoel Ferreira Neto)
Tanakena
phylos gene
Não existem
"eu", alma ou ego perpétuos
Tharsis ad
infinitu siga rena
Somos todos
o mesmo e grande "um"
Calis ipsis
noka sena
Participamos
de uma unidade mística
Não
espaço-temporal.
Oh,
melancolia!... Oh, nostalgia!
Dos sítios
distantes ou longínquos que não foram bastante con-templados às primeiras luzes
do dia, raios do sol, trinados de pássaros, amados na hora passageira, ganidos
de cães vagabundos, senhora idosa varrendo a calçada de sua residência, como
amaria eu de lhes dar, à distância, o toque esquecido, o gesto negligenciado, a
ação suplementar.
Invento-os
eu, minhas mãos desenham um semi-arco-íris, um barco à luz do céu por sobre as
florestas, um nublado que se esvaece e que des-aparece como num fogo de
imagens, chamas crepitando lenhas de perspectivas. Coisas enigmáticas, sopro
que cresta as faces e dissipa as palavras.
Não levo o
"poeta" a sério, ele não é mais que a condição primária de sua obra,
o seio materno, o húmus e às vezes o esterco do terreno em que brota. É triste,
mas é típico.
Sigo a
neblina solitário, sigo a calçada com passos lentos, adiante nada mais será de
mim... atrás de mim nada mais é.
Efêmeros
raios de sol. Numinosos brilhos de presente "Ser". Luminâncias de
pretéritos do “Tempo”. Sibilos do tempo ritmando o ser. Logo pela manhã,
vai-e-vem, vis-à-vis, vice-versa de idéias e sentimentos inda a serem
des-vendados, des-enovelados na rede do tempo e das contingências. À tarde,
procurando lugar para me esconder, polícia e bandidos se debatiam a balas,
empurrando um portão, entrando, escondendo no canto atrás do portão, rapaz
saindo de dentro da casa, mandando correr para dentro, balas e balas, como
resultado três bandidos mortos. Até quando os homens vão ter que gritar pela
paz? O valor supremo da vida foi perdido, a vida humana não tem sentido nenhum
mais.
Soul de
melancolias, nostalgias, saudades. Jazz de tristezas, solidões, murmúrios de
sofrimentos e dores. Blues de carências, ausências, faltas, falhas. Folk de
devaneios roçagando as sorrelfas letras mais doutas escritas nos pré-textos das
idéias que subvertem a realidade e o tempo. Surge a música, entrelaça aos
milhões os sons aos sons pra varar, lado a lado, a alma humana
de todo a
afogar em eterna beleza: marejado o olhar, na mais alta saudade
sente o
preço divino dos sons e o das lágrimas.
Deslizando
suaves no crepúsculo de melancolias, luminosas esperanças de fin-itude outra
perpassando o tempo de in-finitos desejos do Verbo "Ser" tecendo
ilusões, em cujos idílios nonadas re-fazem travessias, em cujas elegíacas
pontes partidas re-criam espaços, comungam mistérios e magias em laços de amor
pelo que há-de vir de alegrias, dores, pelos projetos por virem no tempo, pelas
utopias por se a-nunciarem no vôo das águias de outros caminhos e sendas em
direção à plen-itude do in-finito, em cuja essência habita o uni-verso, em cujo
cerne habita o além, além esvaído, além esvaecido, além eterizado,
trans-literalizado do sono profundo que sonha a verdade, re-nascendo de
estrofes o ritmo do silêncio que re-vela a luz a iluminar o entre-árvores do
silvestre da floresta aberta às estrelas a guiarem o caminheiro do verbo
"brilhar", a orientarem o sendeiro da luz “res-plandecente”, outras
gêneses, princípios outros da alma que con-templa o espírito da vida.
É coisa
divina das terras de bem-virá à luz da solidão, levando alegria onde há paixão,
ao espírito do silêncio, luminando felicidades onde há amor, suprassumem vozes
que murmuram ao peito o cântico de pássaros na aurora de novo dia, saudando a
natureza, jubilando a glória ipsis litteris do amor ao Ser-{da}-Vida,
ipsis verbis
da vida ao Ser-{do}-Amor,
de poetas na
poiésis do verbo
declamando a
fé -
“When I find
myself in times of troubles/
Mother Mary
comes to me/
Whispering
words of wisdom...”
- na
esperança do amor se tornar a felicidade, da amizade ser o segredo de
ser-[de]-outro-eu, de boêmios na des-lucidez da alma e dos sensos, dedilhando
nas cordas dos amores não correspondidos, as notas de tristeza, dos fracassos
dos sonhos não realizados, dos prazeres não podidos realizar, das quimeras
molhadas no travesseiro dos medos, de escritores na estética da utopia
sertaneja, versificam palavras-esperança-e-fé, A consciência-ética do
Ser-Verbo-de-Esperança.
À água que
goteja e segreda a partida, conduz às grutas fechadas, histórias, lendas,
mitos, causos, ocasos de papéis bucólicos de linhas, margens, coisas
enigmáticas, gnoses ocultas.
Só o Amor é
a Esperança da Vida. Só a Fé é o Sonho da Eternidade. Só a Amizade é a
Iluminação da Verdade. SÓ A PAZ É A CONSCIÊNCIA-ESTÉTICA-ETICA DA EXISTÊNCIA.
Lembrança
saudosa e não de todo mais que pretérita, infinitiva, remota, rindo por dentro,
sorriso solto, nascido do nada, chamo-lhe espontâneo, vendo que lançarei uma ponte
dos passos loucos da alegria à incontinência de in-auditas desejâncias e ocasos
numa via de fogo e sob um arco lúdico, quiçá, nada mais que quiçá, claustrando
a rosa esparsa.
#RIODEJANEIRO#,
01 DE FEVEREIRO DE 2019#
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