#LÚCIFER PERNÓSTICO - ROMANCE# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: ROMANCE
CAPÍTULO VII - II PARTE
Há quem pensará que está interessado em responder a
arbitrariedades e julgamentos, destes que nada é capaz de ser conivente,
cúmplice, álibi, dependendo do prisma que está analisando, carece-lhe algo que
só é encontrado no íntimo da alma humana, e, necessitado, estar ar-rogando a
Deus a sua parcela de merecimento. Pensem o que desejarem, analisem ou
interpretem de acordo com a sabedoria, inteligência, nada tem que se defender
ou alertar para o cuidado com a imaginação perniciosa, maléfica, viperina, isto
pode causar sérios danos ao senso de colina pequena, de pouca altura, que corre
pelos campos, quebrando a uniformidade das planícies.
Nossa... Não esperava que fosse criar uma imagem
tão nítida, referente aos interesses “ásnicos” no peito traz a sete chaves
(conta o número de chaves em seu chaveiro: a do portão da casa, do cadeado, da
porta de entrada no escritório, da porta de entrada das estantes de livros, da
porta de entrada do quarto de computador, mesas, da cozinha, da porta contígua
do quarto de computador, das estantes, sete ao total): “senso de colina
pequena, de pouca altura, que corre pelos campos, quebrando a uniformidade das planícies”;
embora, se alguém estiver interessado em conhecer, seja muito simples, mais
ainda que possa com as quimeras fantasiar, com as fantasias idealizar. Se os
dedos forem hábeis e engenhosos no tecer as letras, até com o mais vulgar,
simples, repetitivo, imagens e símbolos esplendorosos são criados. Não lhe
interessa indicar o mínimo estilo e postura de o encontrar. Fica como uma
imagem criada num minuto de inteira sandice, desejando responder a algo que não
fora perguntado, se o fora, antes, esquecido fora, de imediato, ao segundo em
que as letras se aproximaram da sublimidade ou plenitude...
O que é indivíduo consciente do espaço que ocupa na
estrebaria imaginária, que criara para si, alimentando-a a cada instante, de
alegria ou sofrimento, mas acreditando só bem adiante em sua estrada iria
encontrar a coxia de primevos princípios! Às vezes, em átimos de segundos como
este, fica a pensar nesta arrogância, prepotência, traz nas letras e na vida,
na união de ambas, pois que não mais lhe é dado distinguir entre.
Recostado às costas da cadeira de balanço, as
pernas sobre a mesa de trabalho, uma mesa de escritório de empresa, azul, o
abajour ligado ao lado do computador, ao seu lado direito, o cinzeiro cheio de
tocos de cigarro, duas imagens de Nossa Senhora de Fátima, uma de Santa
Terezinha do Menino de Jesus, encostadas na tela do computador e o teclado,
livros às esquerda, à direita, atrás uma pequena estante, baixa, abarrotada de
livros, na parede dependurada uma espécie de estante feita de cordas. São duas
e meia da manhã. Sozinho em seu escritório, criando a sua história, a história
de uma carroça, asno, subindo e descendo ladeiras dia a dia, continuamente.
Se alguém estivesse desejando entender o que está
querendo dizer com estas palavras que tem a ousadia de denominá-las “ásnicas”,
se estiver pensando que responde a acusações estão na eminência de se tornarem
realidades as mais atrozes, difíceis, sabendo que será simples resolver, tem lá
a fé que lhe acoberta e joga para diante na chuva que cai exasperada nas pedras
dos becos e ruas, tenha a certeza e absoluta convicção de que nada responde a
alguém, nada responde a qualquer humilhação e difamação anteriores a quaisquer
outras.
Nada está a dizer senão que vai criando palavras
que se unem e formam sentidos que transcendem ao espírito, nada havendo que as
pode fazer revelar, manifestar. Se se percebe com categoria, a leitura segue
livre e espontânea, impulsionado o leitor pela linguagem poética e musical, às
vezes até perdendo o seu sentido, sendo necessário retornar ao início da oração
ou do parágrafo, a fim de algo entender.
Diz ser entender, mas, em verdade, o desejo é de a
sentir intimamente, ser-lhe realidade os sentimentos e emoções que perpassam a
alma e o corpo por inteiros. Estão para sempre trancafiadas num texto imbecil,
nem mesmo o adágio popular que professa que “quem dá bom-dia asno”-“morre de
coice”, embora a transformação intencional que elaborou nas letras, isto para
chamar mais a atenção de quem está interessado em saber se Credólio Cruzilis
responde a acusações e ofensas, é capaz de mostrar alguma coerência possível em
nível de compreensão e entendimento; e como nada há que imite o estilo e a
musicalidade mesmo para nada dizer ou insinuar a quem quer que seja, lega-se o
direito e dever de estar a registrar na folha branca de papel.
O que mais teria a ser escrito senão estas
palavras? A menos que comece a arte-plástica nas letras, crie um quadro de
alguém no instante de deleite em sua estrebaria, olhando a chuva que cai sem
parar, as águas descendo as ruas e becos rumo ao rio mais próximo ou mais
distante, ninguém o sabe.
(#RIODEJANEIRO#, 30 DE AGOSTO DE 2018)
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