#AFORISMO 1013/ ITAOCA DE DEVANEIOS E DESVARIOS# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO



Quero
No secreto semblante da verdade
O tempo infindo
Quero
O sibilo de vento entre serras, montanhas
Quero
O rocio do mar por toda Itaoca de meus devaneios
Quero
A orla do mar povoada de gaivotas e biquinhos
Quero
A ilha no seu instante de supremo silêncio
Quero
O vazio no tempo das quimeras
Quero
O vácuo no instante dos idílios
Quero
A ausência no momento dos devaneios
Quero
O oco no momento da solidão
Quero
O lapso de memória no fundo de mim
Quero
O opaco no segundo da certeza
Quero
O desenxavido no átimo da confiança


Quero
O porto onde minh´alma repousar,
Con-templar o mar
Quero
O carinho no tempo da desilusão
Quero
A ternura no instante do fracasso
Quero
A carícia no momento da angústia
Quero
A compreensão na hora da dúvida
Quero
A meiguice no momento da insegurança
Quero
O amor no segundo do tédio
Quero
O toque na zaranza das idéias, pensamentos.


Quero
A felicidade no tempo de amor
A alegria no minuto de prazer
O prazer no instante de paz
A paz na hora do gozo
O clímax no segundo de contentamento
A volúpia no instante da falta do ser,
Os ex-tases do êxtase aquando os nonsenses.


Quero
Obscenos gestos avulso, ao relento, no vale.
Quero
O vazio re-colhendo e a-colhendo símbolos obscuros
Quero
O sopro que tisna as faces e dilapida,
Na praia, as palavras.
Quero
A água que goteja e segreda a benção, a partida.


É isso,
Tão simples assim,
Que não me é dado entender, compreender:
Um poema caminha para o devaneio
Tudo é futuro
E no presente nada existe
Nem mesmo o homem
Só palavras.


(#RIODEJANEIRO#, 18 DE AGOSTO DE 2018)


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