#CRÍTICA LITERÁRIA# - ADVALDO DA ASSUNÇÃO CARDOSA FONSECA
A SOBERANIA DE SI PRÓPRIO E DO OUTRO
Advaldo da Assunção Cardoso Fonseca: graduado em Letras e Direito.
Advoga na cidade de Diamantina.
POST-SCRIPTUM:
Primeira crítica recebida sobre o romance de sete volumes, uma
heptologia, intitulada UTOPIA DO ASNO NO SERTÃO MINEIRO. Trata-se do 01 volume,
LÚCIFER PERNÓSTICO, primeiro capítulo.
Advaldo era um dos membros do grupo INTELECTUAIS PERNÓSTICOS, Wander
Conceição, Antônio Carlos Fernandes(Toninho Fernandes), Ivo Pereira e Manoel
Ferreira Neto. Eu era considerado dos quatro o Lúcifer Pernóstico por
infernizar a sociedade diamantinense com as minhas críticas às morais
retrógradas. Infernizei tanto que me tornei inimigo público.
Manoel Ferreira Neto
EPÍGRAFE:
“(...) a opinião dos outros, seja qual for o peso intelectual ou moral
que carregue, não deve ser considerada mais importante que a opinião que o
artista tem de si mesmo” (Advaldo da Assunção Cardoso Fonseca)
Há muito tempo que se tem discutido o papel da Literatura. Fala-se do
compromisso social, transformador, formador de opinião, além da inaudita arte
pela arte. Neste interem, o importante mesmo é que o artista viva por sua arte,
com fidelidade a seus pessoais princípios, independente do que se pensem a seu
respeito. Não importa o sucesso e a glória, pois estes louros, normalmente
repousam em frontes pouco merecedoras.
E quando se fala em “princípios”, reporta-se, em especial, a sua
formulação que passa, por sua vez, pela lógica do pensamento aplicado ao mundo
interno e externo do homem. Isso não seria Filosofia? Daí, não raro vermos
essas jovens e doces anciãs, (Literatura e Filosofia), passeando de mãos dadas
por aí.
Desta parceria, recebemos como presentes “Lúcifer Pernóstico”. Um burro,
uma carroça e seu condutor. Um grande filósofo, a humanidade e o novo
intérprete desse mundo. Difícil delimitar quem é quem nesse jogo: o grande
filósofo pode também ser o condutor; como pode ser ainda a carroça, com sua
carga de conhecimento tentando abrir caminhos. E por aí afora, outras visões
(ou interpretações) são permitidas, pois para aquelas duas anciãs, o horizonte
é o limite.
A presente obra do Prof. Manoel Ferreira Neto, Lúcifer Pernóstico, é
esse misto de Filosofia e Literatura, num texto leve para filósofos, rico para
literatos; e talvez por isso, pouco compreensível ao senso comum. No seu
conjunto é uma grande comédia, risível apenas aos mais esclarecidos, se assim
pode-se dizer. Mas vale a pena!
É uma comédia, diríamos, culta para os padrões do humor contemporâneo.
Naturalmente, o texto será intragável para os humoristas de prateleira de
supermercado. Mas o defeito não está na obra...
Mas nada disso importa muito. Vale a leitura saudável de sua obra
instigadora que vai muito além da metáfora literária e, pela mesma pena,
repensa e redimensiona o saber filosófico.
Ao autor, pouco importa também o que disserem a respeito de seu
hermetismo. Vale-lhe a soberania de seu fazer artístico, pautado dentro dos
princípios que julgou ser mais adequados. Afinal, “(...) a opinião dos outros,
seja qual for o peso intelectual ou moral que carregue, não deve ser
considerada mais importante que a opinião que o artista tem de si mesmo”
Caro leitor, passemos à leitura. Não julgue. Divirta-se.
Advaldo da Assunção Cardoso Filho
(Fevereiro de 2009)
(#RIODEJANEIRO#, 27 DE AGOSTO DE 2018)
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