COMENTÁRIO DA ESCRITORA E POETISA MARIA FERNANDES AO TEXTO //**O NADA É MAIS IMPORTANTE QUE A BÍBLÍA**//
O nada é ausência de algo ou alguém. Como ausência
que é pode existir, mas não está presente. O nada apenas existe por abstração
ao concreto. Só poderei admitir a existência do nada pela sua quantificação
pois existe o nada e o quase nada, logo é quantificável, sendo quantificável,
poderemos admitir a sua existência, até porque é o oposto de tudo, se
admitirmos que o tudo existe, logo teremos de admitir também a existência do
nada. E até porque quando digo que não me ocorre mais nada, estou a admitir que
neste nada poderia existir muito mais a acrescentar. E este assunto seria
interminável em considerandos, logo nada mais acrescentarei, pois estou um
quase nada indisposta. Um abraço, meu amigo Manoel Ferreira Neto.
Maria Isabel Cunha
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O "NADA" não é a ausência de algo ou
alguém. O "NADA" é o verbo do Ser, que lhe abre para as perspectivas
do In-finito, que artificiam as paisagens do In-finito na travessia para as
Verdades dos mistérios, enigmas, segredos mais íntimos da in-consciência, eivando
os sonhos e esperanças do eterno, eterno que é a consciência de fazer, a
liberdade de versejar e versificar o destino escolhido para a jornada da vida.
O Nada existe, ele é constituinte da Criação. Se não existisse o Nada, como
seria possível o Ser? Ele nos circunda, ele nos envolve com as suas dimensões
de eidos para a construção das realidades dos sonhos, esperanças, utopias,
ideais. Aliás, seria impossível pensar e sentir Deus sem a presença, a
pres-ent-ificação do Nada. Antes de Deus, o Nada, depois de Deus o Nada que
a-presenta a Vida.
Deus é o Nada e o Nada é Deus.
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Há quatro anos, desde a escritura e publicação
desta prosa - lembra-me deixaram alguns de antenas ligadas, os cristãos,
evangelistas, aos fiéis, uma afirmação neste nível é um ACINTE a todos os
princípios da Vida e de Deus. Creio haverem decidido estar eu querendo
mostrar-me, aparecer na virtualidade, em nada se rebelaram, apresentaram suas
contra-versões dos dogmas, preceitos, que tanto proclamam. Mas, hoje, após
quatro anos, relendo a minha resposta ao seu comentário, surpreendem-me certas
considerações e investigações, não me era consciente delas, estou mais
consciente de que o NADA me despertara para o mundo das Coisas e dos Homens, e
com ele sigo os meus passos, bússola, Estrela Polar, remos. Não retiro única
palavra ou vírgula que figuram na contra-resposta dada a si, excelentíssima
escritora e crítica literári, pois são re-presentações das idéias e pensamentos
que hoje são mais conscientes, "Antes de Deus, o Nada, depois de Deus, o Nada
que a-presenta a Vida.
Deus é o nada e o Nada é Deus."
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Se não existisse o Ser, como seria possível o Nada?
E não o digo, tendo como pedra angular o Nada sob a Filosofia do filósofo
francês Sartre, sim em termos de Heidegger, as luzes que o Nada acende na
"existência", no "existir", são muito mais profundas. O
Nada não tem fundos (ele) brinca de silêncios e solidão, mas leva a sério
quando diz respeito ao Vazio.
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Creio que neste momento, após reler a prosa, tendo
oportunidade de outra visão bem mais profunda, o tempo transliteralizou as
coisas, aquele "mover" de Bergson, o "movimento" das
coisas, o que supra se encontra, parágrafo anterior a este, explana, explicita
com visão mais ampla. Se isto é questão de atirarem-me pedras, façam-o, mas
pedras não vão incinerar a minha visão-de-mundo e das coisas. Vai além disto de
não acreditar que Ele exista, visões de teólogos renomados por suas visões da
Existência d´Ele mostram e identificam, a questão é outra bem diferente. Deus
se perdeu no tempo, esvaeceu-se no Tempo, através das ideologias ao longo da
história. Mister resgatá-Lo.
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Acredito a questão ora fica mais clara,
referindo-me à colocação de meu pensamento em resposta ao seu comentário. E
este comentário efetivamente é ponteio de idéias e pensamentos não esclarecidos
por mim próprio.
Sinceros cumprimentos,
Manoel Ferreira Neto
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#O NADA É MAIS IMPORTANTE QUE A BÍBLIA#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: PROSA
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Nada.
Vazio.
Efêmero.
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Vazio efêmero, tudo parece muito estranho, tudo é
in-conceível, tudo é in-inteligível. Nada vazio. Mas quem pode afirmar a
critério e rigor que o nada é cheio? Não é cheio nem de si mesmo. O que habita
o nada é o vazio, é-lhe o eidos, por mais estranha seja a idéia.
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Papel aceita tudo, então... Se o nada não fosse
vazio, virar-lhe-ia as costas, julgar-me-ia ensandecido, dando-lhe todas as
atenções, creditando-lhe todos os méritos de ser pedra angular para o ser. No
século XXI, não teria o menor sentido. O ser se perdeu no tempo, esvaeceu-se na
história. A humanidade já se encontrou no abismo, daqui para frente é cada vez
mais mergulhar nele, até as pre-fundas da consumação dos tempos.
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O não-ser não é o nada e o nada não é o não-ser.
Nada efêmero. A cada passo o nada se efemeriza, a busca do ser torna-se outra
conforme as situações do mundo, conforme os sonhos e esperanças do indivíduo.
Se o nada se absolutizasse, os homens estariam todos com os pés presos no
mata-burros, empacados por todos os milênios. À luz do nada a humanidade desde
a eternidade caminhou, peregrinou, a estrela guia. Se a caravana dos ideais,
sonhos, esperanças, utopias perdeu os freios, burros e cavalos que a conduzia,
a responsabilidade não dever ser atribuída ao nada, mas às interpretações, análises,
opiniões re-versas e in-versas que foram realizadas.
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O Nada é mais importante que a Bíblia - e não me
venham dizer que retirei isto da fala de Lennon serem os Beatles mais populares
do que Jesus Cristo -, queira-se ou não é a luz da vida do ser, quem o
compreendeu e entendeu, trans-cendeu a lápide, trans-elevou o epitáfio,
eternizou-se. Hoje, descansa no In-finito, curtindo as belezas do uni-verso,
nada daquelas maravilhas do paraíso celestial, lugar de humildes e temerosos a
Deus, lugar de quem abaixa a cabeça, tira o chapéu às ofensas, Deus é a Justiça
Suprema.
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Seja eu sincero e verdadeiro. Os dons e talentos
para vencer as con-ting-ências da vida me foram doados desde a concepção, por
que colocar nas mãos de Deus as dificuldades, cabe-me a entrega às lutas por
tudo vencer, o resto é silêncio, mistérios e enigmas do estar-no-mundo.
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Nada.
Vazio.
Efêmero.
#riodejaneiro, 28 de dezembro de 2019#
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