PINTORA ESCRITORA-POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA Graça Fontis RESPONDE À PROSA #BALDIOS PRETÉRITOS DE AMANHÃ#
Grata, meu querido, já são quatro natais juntos e
felizes, que continuemos assim pelos anos vindouros... quanto ao texto...
impossível não gostar, amo suas viagens em horas de silêncio e introspecção,
apesar dessa solidão, para mim, incompreensível, já que estou em tempo integral
te solicitando rsrs... e mesmo quando pareço distante, estou mais perto do que
pensas, meu amor, mas quem sabe um dia entenda essa solidão! Beijinhos....
Graça Fontis
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Não tinha a mínima noção de que você estaria
respondendo a este poema que compus para comemorar o nosso Natal. Ao mesmo
tempo, estava eu escrevendo outro poema.
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Rostos familiares, entes queridos reunidos,
Em torno de mim,
Risos enchem o ar, a época convida à felícia,
Portas e janelas abertas para o nascimento de
quimeras,
Re-nascimento da força, da cor-agem de labutas
Por novas conquistas, novas realizações,
Sua graça meiga, sua graça terna me rodeiam,
A sua Cáritas sensivel me toma o peito,
Todo mundo aqui,
Silêncio de mim... Solidão...
Fora da porta da varanda, recanto dos encontros,
Algazarras, diversões,
Músicas altas,
Sonho com você em todos os instantes,
Silêncio-me a mim mesmo na multidão,
Isolo-me... a solidão convida-me aos monólogos...
Não se preocupe em compreender
Tamanho silêncio, tamanha solidão na multidão...
O importante é que sou feliz de mãos entrelaçadas
com você,
Somos felizes nesta jornada de quimeras.
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Eis aqui a minha resposta ao seu comentário, à
minha solidão e silêncio na multidão.... Homem-silêncio... Homem-solidão...
Homem-nada....
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BALDIOS PRETÉRITOS DE AMANHÃ#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: PROSA
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Prometi-lhe, meu Amor querido, Graça Fontis,
escreveria algo com uma das fotos de nosso Natal em casa de nosso filho-enteado
Júlio Cesar Fontis.
Feliz Natal, meu Benzinho lindo. Beijos no coração!
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Liberdade...
A morte na alma, o baldio nos desejos e querências,
o caos nos becos sem saída das ilusões e fantasias, sarapalhas de margens ao
longo de campesinas estradas de solidão e silêncio...
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A vida pulsa os ardentes sentimentos e emoções de
con-templar a distância, sabê-la, senti-la, conhecê-la, segui-la de sonhos e
esperanças, solitário vivenciá-la, a alma prazerosa, momento, instante de
sentir, assimilar éritos e éresis do in-fin-itivo, tudo atrás é lendário,
causos, mitos, lendas, mentiras, adiante outros cafundós, outras luzes
vagalumeando, outras neblinas, neves, garoas a cobrirem as serras, a impedirem
a visão além...
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Cor-agem, ousadia, deambular no des-conhecido,
perambular no in-audito, devanear nos mistérios e enigmas do verbo e do ser,
vagabundear nos becos escuros tendo apenas a lua e as estrelas como capachas da
desolação e abandono no mundo velho e sem porteiras...
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Signos, símbolos, linguísticas, semânticas,
metáforas nas bordas, fronteiras, cancelas e essências da vida que numina suas
novas perspectivas. Solitário, sozinho, verdadeiro re-presentante do vagabundo,
andarilho, jogado nas circunstâncias das náuseas con-ting-enciais, o mundo
caindo aos pedaços, a terra des-fazendo-se, dilúvio de absolutos, efêmeros,
eternos, até mesmo dos etéreos, mas, todavia, contudo, a querência do
"sou" no verbo das eidéticas do tempo, nas elipses das ipseidades das
trans-cendências, amanhã será outro dia, mesmo que os pretéritos de ontem antes
de quaisquer ontens e pretéritos tenham sido o caos da alma na morte, a morte
da alma no caos, apocalipse de genesis...
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Liberdade...
Os contrários se encontram no in-finito, os iguais
entre-laçam as mãos nas prefundas do inferno onde se aquecem dos invernos do
mesmo e mesmidades. Quiçá ninguém entenda e compreenda que as letras nascidas
no movimento da esfera da pena, jorrando tinta, sob o sabor delicioso de uma
bebida, transeuntes observando, ad-mirados, surpresos, espantados,
estupidificados - vale a pena tanta solidão, apenas com uma pena na mão? - sob
o sabor delicioso de uma bebida, negligencie, subestime os valores eternos, mas
as letras bordadas de góticos ornamentos são verdades do trans-cendente,
sentimento íntimo do ser livre verbalizando ausências da perfeição, a falta da
verdade incólume e insofismável, a falha das etern-itudes do bem e do mal...
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Liberdade. Solidão. Sozinho. Solitário. Deserto. E
me disseram: "Não sabe o que vai lhe acontecer!" Resposta simples:
"O mundo pode cair aos pedaços, não choro."
Sentimentos, sensações, emoções. Tristezas,
angústias, medos. O que são? Nada, nonada. Cumpre-se seguir, trilhar as
alamedas, nada é eterno, tudo é efêmero, breve sorriso no rosto, o sentido é
ambíguo, as perspectivas foram re-versadas, in-versaram-se as semânticas. O
in-verno no ser, carências, frio, nalgum sítio do in-finito lenhadores
aquecem-se com as chamas das lenhas que colheram na floresta de confins na
lareira do tempo, quiça com um cachimbo ou charuto no canto da boca...
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Liberdade. Abertas as venezianas da noite, o vazio
ao longe, claridade diáfana, abertas as janelas da madrugada, luzes e raios de
sol - amanhecer?, aurora de um novo tempo? alvorecer de outros sonhos e
esperanças? Nada disso. Janelas da madrugada abertas. Silêncio.
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Liberdade não é fazer o que se quer, mas querer o
que se faz. Frase de efeito, lugar-comum. Ser livre é trilhar as alamedas da
solidão, seguir só as sendas e veredas do nada, nada é eterno, tudo é efêmero,
alfim a sabedoria de o In-finito ser o porto de onde à distância sente-se
profundo, as estradas trilhadas, a consumação dos feitos queridos, os éritos
tornam-se legendas do tempo, tornam-se lendas do não-ser, abrem-se as frestas e
frinchas, trajecto... verbo... sentimento...
#riodejaneiro, 25 de dezembro de 2019#
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