A HUMANIDADE DO SER NA DIALÉTICA DO EU LIVRE E NO POEMA #VERBOS AFÁVEIS", de Ana Júlia Machado GRAÇA FONTIS: ESCULTURA Manoel Ferreira Neto: ENSAIO
Tarefas árduas são as que trazem dentro
"trocentos" sêmens, de cujos interstícios semenam muita vida,
re-colhemos e a-colhemos, saciamos a sede de conhecimento e sabedoria, sonhos e
esperanças, por requererem, prescindirem, exigirem muitos esforços na sua concretização,
com os que des-aprendemos e aprendemos novos, delineamos o que sentimentos e
pensamos.
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Traçar as linhas de uma compreensão, entendimento
de uma obra poética-filosófica, alguns poemas serem "objetos" de
in-vestigação, tarefa inestimável. Linguagem e estilos, pensamentos e idéias,
sentimentos, ler o poema que está editado, intuir a idéia a ser fundamentada,
diferentes de outros patenteados, estar in-ovando, re-novando, art-ificiando.
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A viagem no uni-verso, horizontes, paisagens, imagens,
eivada de sensibilidade, sentimentalidade, as dimensões sensíveis presentes,
não é exclusivamente modo de conhecer os componentes de um espaço poético, mas
o modo de sentir o verso-uno dos verbos, o sujeito, os verbos, regências com as
imagens da estética, da beleza, sonhos, esperanças, utopias, idéias poéticas e
filosóficas que lhes habitam.
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E o verbo se fez carne: eis a máxima, eis o
aforismo. O destino é tornar o verbo carne, vice-versa, vis-à-vis. E, dando
continuidade a tarefa que nos propusemos realizar, tecer algumas linhas de
busca de compreensão e entendimento de O EU LIVRE, de Ana Júlia Machado, sine
qua non que este poema VERBOS AFÁVEIS, incluso na Antologia Poética, seja
in-vestigado.
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A viagem é nos Verbos.
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Em #Verbos Afáveis#, "Por diversas
circunstâncias haveremos a/Faculdade de executar em nós a suavidade dos
verbos...", considerando o verbo como palavra - a primeira pessoa do
plural do Futuro do Presente do Verbo Haver consente-nos o horizonte de nosso
tecimento do sentimento do verso-uno, tendo como objeto de inspiração, intuição
-, considerando o verbo como palavra temporal por excelência, localizamos aí,
efetivamente, a idéia da ação, que nos versos supra se encontram re-presentados
pelo verbo "Executar", é no tempo que se verbaliza e presentifica a
idéia da ação, a ação. Haver-se-á a Faculdade, o saber, o conhecimento, da
execução. Eis: o sonho, a esperança da "suavidade dos verbos", que
são eidos da estilística, linguística, semântica, signos, símbolos, metáforas
do uni-verso poético, da ec-sistência das contingências de ser e
estar-no-mundo.
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A ação divide o espaço e cria o tempo. Com-preender
o verbo, nesta dimensões do tecimento, a ação, o nosso sentimento, dimensões
sensíveis e intelectuais, é com-preender a conquista do espaço e a fixação do
tempo, assim "... havemos muito mais possibilidades de sermos/bem
acontecidos do que meramente/manifestando em detonação..." A ação traz uma
carga dramática que só pode ser elucidada, esclarecida, explicada quando localizamos
o agente descritivo do movimento, auscultar a suavidade dos verbos. Em que
sentido sentir o símbolo, o signo, a metáfora da palavra "suavidade"?
O verbo pode-se fazer carne. E deve estar atrás de sua dramaticidade a
explicação do sujeito, "... decidindo nossas contrariedades/mensurando o
que preferimos,/meditando previamente a conversar...", o convite que nos
faz a poetisa, encontrarmos o outro, comungarmos o "eu" e o
"tu", o nós, O Eu Livre só é autêntico, deixando-se de ser egoísta,
solipsista, egocêntrico, a liberdade autêntica do Eu é o "Outro". A
verdadeira Face são o "Nós", o Verso-Uno.
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Estabelecer o roteiro de seus avanços, a imagem de
sua inquietude. Saber, conhecer, ser consciente de que o verbo não é apenas o
movimento da coisa ou do sujeito, mas é, muita vez, o próprio sujeito, à medida
em que o nome se revele como um verbo trans-mudado. Tornar-se verbo aqui
significa fazer-se o movimento e multiplicar-se em vários planos descritivos da
realidade. A dramatização do verbo é o esforço do Ser por abranger todas as
suas potencialidades ec-sistenciais, construindo unidades re-presentativas de
sua luta pela des-coberta e conquista do tempo
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A "suavidade dos verbos"... Nestas
circunstâncias, dispomo-nos "... em tudo que suscitarmos a afabilidade/dos
verbos e assim se contemplará o quão poderemos corrigir os procedimentos".
A suavidade dos verbos se pres-ent-ifica, id-ent-ifica-se no movimento d´O Eu
Livre. Devemos perceber, intuir, entender a dramatização do sujeito é perceber
a ação em ação, descrevendo-lhe o trajeto, posterizando-lhe a história. A
dramatização do sujeito e a ação do verbo trazem a lume a "suavidade dos
verbos", é movimento contínuo no tempo esta dialéctica. É corrigindo os
erros, enganos, equívocos do Eu, nesta ação, concebendo, gerando, dando a luz,
delineando, burilando o Eu Livre, re-fletindo e meditando suas dramaticidades,
que aportamos na "suavidade dos verbos", a "... nossa alma
alaga-se de harmonia e claridade." - quê excelência de um intelecto, de
uma sensibilidade e espiritual existencial-poética-filósofica, redigir,
sentindo, tocando a harmonia e claridade que lhe habita, os caminhos
patentearam este sentido de alegria e felicidade, o que a sua poesia diz de
seus caminhos aos Verbos Afáveis, Ao Eu Livre, vivendo e escutando "casos
maléficos e pacíficos." Tarefa árdua, mas o testemunho da história e dos
sabores, dissabores, mas a harmonia e claridade habitando-lhe por inteira.
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Sendo esta obra poética, a verbalização do drama
espaciotemporal em que nos encontramos, os homens, ser mais "cômodo a
severidade dos verbos", há-de destacar-se dentro das três dimensões do
tempo, passado, presente, futuro, o Chronos(Tempo), Kairós(Tempo de Deus), a
koinonia do Eu Livre e os Verbos Afáveis(Suavidade dos Verbos) para a
performance da melopéia amável da palavra.
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Após longas e árduas investigações de uma obra
artística, romance, poesia, crônica, contos, citando os tradicionais,
encontramos uma frase, um excerto onde habita o eidos. VERBOS AFÁVEIS é o eidos
da Antologia Poética O EU LIVRE, onde encontram os ideais, sonhos, utopias,
esperanças, uni-verso poético-logus, a filosofia do espírito/alma, a existência
da poetisa, o que estima a humanidade alimentar, re-colher, a-colher, é a sua
Mensagem.
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Tradicionalmente, folheia-se o livro, lê-se algo
aqui e ali, depois inicia a leitura desde o início, ao fim. Quando recebi esta
obra da mão do carteiro, vinda de presente da poetisa Ana Júlia Machado, de
além-mar, das terras lusitanas, abri aleatoriamente, e o primeiro poema VERBOS
AFÁVEIS, subindo os degraus da escada de minha residência, lera o poema às
pressas, estava de saída, iria ao supermercado, nesta viagem senti o que havia
re-colhido e a-colhido na rápida leitura, e só depois iniciei, e neste poema o
encontro dos caminhos do campo diante da dialética da dramaticidade do Eu Livre
e a dramaticidade do Verbo, e as sendas por onde andar, trilhar os passos para
a "melopéia amável da palavra", a poesia, o encontro da temporalidade
e da verbalidade, e a afabilidade dos verbos através, por inter-médio da
"humanidade do ser", da ação, da vontade do Ser.
#riodejaneiro, 16 de dezembro de 2019#
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