#KATHARSIS LITERÁRIA# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA
Utopias iluminando a terra, a floresta re-cobre o
chão, o gênio numina o caminho que corre no sangue a passar... folhas de outono
sentindo o amor que começa a vibrar. Sensibilidade, amor profundo. A lógica do
mundo jamais será entendida, com-preendida; será discutida e vivenciada, mas
sempre será enterrada nas mãos de vagalumes, na luz invernos.
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Amor... Verbo im-perfeito de pretérito-pers de
pectivas de in-fin-itivos pre-liminares... amanheceu nublado hoje, gotículas de
chuva. Tempo de alimentar de carícias e ternura a saudade tres-loucada do
gerúndio na intimidade composta de êxtase e gozo, de particípio nos
stícios-inter folheado de desejos e questionamentos, o clímax trans-elevado aos
auspícios da verdade da vida.
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Desculpe-me, amada esposa e companheira das artes,
Se lhe envio missiva, quiçá inédita - sabe de minha
paixão
Pela criação do novo, creio até existir por isso -
Nos enigmas
Que traz no fundo de seu alforje,
Surpreendo-me com indagando-se,
Por vezes, afirmando
Quisera soubesse os segredos que em mim
Residem, talvez pudesse compreender e entender
Onde busco a inspiração, o eidos de estilo e
linguagem,
Então estimaria o saber de degustar os desejos, os
sonhos,
E res-pondendo-lhe deixar as águas jorrarem livres
na fonte,
Eis a via de entrada nas luzes que se me a-nunciam,
Deixe-se voar nas asas, levá-la-á a terras-mães
distantes,
A lição que aprendi no trans-curso de muitos
caminhos já trilhados,
Com o Amor e a Liberdade que encontrei, mudando as
veredas e sendas,
E com eles vou criando, re-inventado, re-criando a
sensibilidade,
A consciência, a liberdade, a sabedoria de
pret-éritas contingências...
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Sentimentos de solidão e compl-etude jacentes-ad
aos desejos e volos circun-vagando uni-versos e versos-uni do in-finito,
horizontes das "itudes" plenas que per-vagam os cônditos-re do nada
per-formando imagens e paisagens que as nonadas do tempo lhe enviam,
a-colhendo-as e re-colhendo-as nos stícios inter dos sonhos do além, cada
suspiro na velação-re do tempo é senda outra que se a-nuncia distante,
longínquo, cada esperança da verdade é outro silvestre do campo a ser
con-templado, cada solidão é o dizer in-audito e silencioso do ser que se vai
fazendo, re-fazendo-se, re-nascendo-se, re-compondo-se na caminhada sem
fronteiras em direção à eternidade, e vai compondo com o espirito da vida, vida
do espírito os verbos do ab-soluto, ser-poético, ser-poesia, ser-poiésis,
ser-poiético, e em cada palavra que vai silenciando, em cada silêncio que vai
palavreando ao longo de suas trilhas a indagação pela Verdade, pelo Vazio que
re-colhe o múltiplo, pelo Nada que nas suas algibeiras traz a essência da
esperança, o quê das travessias que mostram o novo espectro in-finitivo do
In-finito. No silêncio in-audito das palavras, segue pela etern-idade, sonhando
o vir-a-ser, o há-de ser, o que tem de ser, jornada de tantas dimensões, de
tantas trans-cendências, de tantas con-ting-ências, esperando o encontro
sublime da divin-itude do tempo.
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Nos tempos de adolescente,
Correspondia-me com uma alemã, de Frankfurt,
Uma namoradinha à moda intelectual,
Correspondia-nos em Inglês,
Já me dizia ela,
Dorothea Kommos,
Nome verdadeiro e real,
Que tinha um "style of saying"
sentimentos e emoções,
Memorizei seus dizeres,
Quiçá nalgum tempo carecesse destes dizeres,
Com eles pudesse revelar mistérios e enigmas de
meus dizeres
De ser ec-sistido, de ec-sistir,
Defectivos sonhos e esperanças de liberdade,
Outros horizontes careciam, eram ausentes de
sentimento e re-conhecimento,
Mas ec-sistir com o que pensa e sente disto -
ser-estar-no-mundo,
E ao som de blues, letras, rock-n-roll, jazz,
românticas, countrys,
Poesias, poéticas, pós das éticas, poeiras das
metafísicas,
Eis a luz de minhas letras almáticas,
Com o amor-verdade de um desejo de ser recordado
Nos sonhos de um verdadeiro, apesar dos limites,
mundo,
Os meus ritmos conciliados, sincronizados,
harmonizados, em sintese
De minhas melodias dos caminhos do amor, do
entrelaçamento da fé
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Alma velada pela luz tringente-ads ao pleno, ao
ab-soluto, velada pela cintilância das estrelas, brilho da lua, suas sementes e
húmus da Verdade para a qual fora vocacionada desde a imemorialidade do tempo,
a missão insofismável, a missão irreversível, a missão in-audível.
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A vida na sua plena jornada, sem fronteiras, sem
cancelas, viagem pelas palavras, pelas metáforas, pelas sin-estesias, pelos
signos, símbolos, no brilho dos olhos a imagem nítida e trans-parente do
longínquo, do distante, a paisagem suave e serena do silvestre dos sentimentos
e emoções outros, o espírito, e, como não poderia deixar de ser, o coração
pulsando o amor, a solidariedade, a compaixão, a cáritas...
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Coração de sonhador, coração de estudante, coração
de sábio, coração de sabedor, coração de mestre, coração de profeta, coração
que perscruta tanto as luzes da plen-itude do além, quanto as éritas sombras do
passado, enfim, nesta síntese, é que me vejo, a imagem refletida no espelho,
embora esta imagem seja representação de meu rosto, de minha face, e aos olhos
alheios, conforme seus pareceres, em verdade, não sei a minha face, tenho de
criá-la, inventá-la, sendo o testamento de minha entrega de saciar o desejo de
conhecimento, a liberdade de ec-sistir, o ec-sistir da liberdade entre às
querências, desejâncias, e assim a companheira desta jornada ao sonho das cores
despertou-me, da liberdade numa moldura re-velada mostrou-me nas curvas do
caminho olhar e perscrutar as cores da natureza, os raios do sol, luzes e
contra-luzes, e nos abismos deste querer o além do bem, do mal, além do
in-audito e interdito, além do silêncio e da algazarra, sempre a esperança
abraçar, os sonhos inspirarem mais ainda a dimensão de espírito de amar e se
dedicar a este amar, a continuidade de eidos almáticos nas asas da vivência,
intimidade, síntese do Amor e Cáritas, Kairos.
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Assim, respondo-lhe, amada esposa e companheira das
artes, a sua última missiva questionando-me o eidos desta viagem
"through" o existido, vivido, experienciado, e como a minha
companheira revelou-me a busca de sentir as cores da natureza, os brilhos
faiscantes dos raios de sol, cintilância das estrelas, as cadentes, as
nascentes, o brilho da lua, eclipse, arco-íris, como comungar os sentimentos e
emoções, sonhos e esperanças, imagem e poiésis da ópera do silêncio, à busca do
inolvidável aos tempos e auroras.
Com amor, afeto e ternura
#RIO DE JANEIRO, 17 DE MARÇO DE 2020#
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