ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA Maria Isabel Cunha COMENTA A PROSA SATÍRICA Nenecas e Nadicas DE AUTORIA DO HETERÔNIMO QUINZINHO DE PARAFUSOS A MENOS
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Ora aqui está uma sátira bem ao estilo do escritor
Manoel Ferreira Neto, uma crítica bem humorada e contundente à poesia que se
escreve atualmente. Parabéns. Um abraço. A imagem ilustrativa em consonância
com o texto.
Maria Isabel Cunha
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RESPOSTA AO COMENTÁRIO SUPRA
Assim dissera John Lennon, em BALLAD OF JOHN AND
YOKO: "The way things are going they´re gonna crucify me", "Do
jeito que as coisas vão eles vão me crucificar" Nem eu próprio, Quinzinho
de Parafusos a Menos, nem Manoel Ferreira Neto, nem os heterônimos nos calamos
de satirizar a hodiernidade em todos os seus níveis, inclusive a vulgaridade da
Literatura e Poesia nestes tempos. Crucifiquem!... não há problema algum, aliás
autorizamos a fazê-lo.
Beijos nossos, Maria
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**NENECAS E NADICAS**
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Quinzinho de Parafusos a Menos: PROSA SATÍRICA
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""Não adiantam as justificativas, fugas,
nenecas e nadicas existem, depende em que ângulos e perspectivas são analisadas
e interpretadas se apresentam risíveis a todo preço."(Manoel Ferreira
Neto)
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Elixir de neneca de pitibiriba seiva as esperanças
do pleno amor, entrega absoluta ao outro da felicidade e alegria, inspirando os
êxtases do sublime, estesias do prazer.
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Nadicas de nada em compota de bananas nanicas com
cobertura de flocos de chocolate desemboca as melancolias do vazio, nostalgias
do passageiro, e o gozo da laia viperina, estirpe caguincha trans-eleva as
saudades das imbecil-itudes, a vida escracha de bestialidades.
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Catuaba de neneca de pitibiriba concede as utopias das
volúpias do eterno, eterno de virtudes, eterno de honra, eterno de dignidade,
eterno de lealdade e fidelicidade, Deus até convida para se sentar do seu lado
esquerdo na Academia Celeste do Absoluto, "aí eu bebo todas as garrafas do
botequim, e mais algumas...".
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Vinho de nadica de nada, conservado na solidão de
cem anos, acorda as intempéries, na manhã de gaivotas na praia, águias no céu,
pássaros trinando nas cercas de arame farpado que divide terras, nas árvores,
revelando o amor brega, o amor cego, piquenique à beira de córrego
entupigaitado de mosquitinhos, pulgas e carrapatos, o peteleco da tesão leva ao
pileque boêmias.
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Manguaça de neneca de pitibiriba, servida em taça
de cristal, seguindo a etiqueta da dose dos miseráveis, paupérrimos, acelera os
dons e talentos para as provas sertanejas arrebicadas de ornamentos do
folk-lore dos lácios do bem e do mal, sapo cai na lagoa, ser no caminho do
sertão.
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Champagne de nadica de nada, após a rolha explodir
no vazio do ar, aplausos eufóricos, alimenta e dessedenta a sede impreterível e
irrevogável, até a cobra fuma um paieiro, arregala a todos confins e arribas
volos ...
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Conhaque de neneca de pitibiriba, com gelo e
rodelas de limão na borda do copo, queima o coração de paixão, separa os
instintos da subjetividade, o fogo na carne é re-velação das esperanças da
libido comungada às á-gonias do pretérito imperfeito dos subjuntivos das
quimeras e ilusões.
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Fanti-leite de neneca de pitibiriba, a Fanta, e
nadica de nada de Gim, Vodka, Cachaça, três rodelas de limão galego, do capeta
se preferir, a imagem de despojamento, vai-se deslizando, sem noções, tal qual
sentia-a pós goles, anda-se sempre ao colo da alma, vazio é só uma palavra,
cada coisa a seu tempo tem seu tempo, leva não apenas às profundezas do abismo,
acima dos segredos e mistérios sinistros...
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Absinto de neneca de pitibiriba, acompanhado de
porção de vergalho de boi bem apimentado, cebola e salsinha, inspira todas as
perspicácias da linguagem e estilo para escrever bocageanos sonetos eróticos às
estrelas nos instantes de pura solidão, seduzindo-as com a promessa do êxtase
dos deuses.
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Vodka de neneca de pitibiriba com chimarrão, lendo
as missivas, guardadas no cofre a sete chaves, do grande amor deixado para
trás, por alguma circunstância da vida, verte sentimentos e emoções nunca
d´antes vividos, nascendo o desejo de no alvorecer sair à rua distribuindo
bouquets de rosas a todas as moçoilas com um lindo poema elegíaco.
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Campari de neneca de pitibiriba, fumando um charuto
cubano, lendo Apuleio, revela o divino desejo de escrever um belíssimo soneto
dedicado àqueles que renunciaram a inteligência e a sensibilidade, vivendo os
instintos da corrupção, desejos os mais profundos do poder, ulá-lá-lá soneto
que garante a glória por todos os séculos dos séculos amém.
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Gim de nadica de nada com porção de costelinha de
rato à bananas, madrugada de chuva torrencial, daquelas lá da terra dos
Chimarrões, revela a mais profunda solidão acompanhada de saudades, nostalgias,
melancolias da morte e do além, sendo o resultado mais inteligente dormir de
por baixo da cama.
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Underberg de nenecas de pitibiriba ao sabor de
salmão, amanhecer de tempo nublado, não se vê as montanhas de por trás, ouvindo
músicas, de preferência deitado na rede, observando a palmeira desde o chão até
às grimpas, as raízes são o que, hein? Imaginação ou Delírio? Não o saberia
dizer, e a fala das fronteiras e limites, espectáculo de incapazes e inúteis, o
delírio, merecendo atenções médicas...
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Sintetizo as nenecas de pitibiriba e as nadicas de
nada e vou para a gandaia, meu coração já apaixonado quer sentir o destino da
solidão da distância, e no próximo encontro vamos nos amar, vamos morar juntos
e vamos comemorar o nosso amor à luz das nenecas de pitibiribas. Deus me livre
e guarde das nadicas de NADA.
@RIODEJANEIRO, 06 DE MARÇO DE 2020@
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